Se cada um tiver por uns tempos um coração enraizado nom outro, mais rico ou mais pobre, não interessa. encontra sempre todos os dias um pouco de si para partilhar com ele , mesmo sem ter que dar. Na altura sentimos o sofrimento da nossa pobreza, quer monetária quer espiritual, mas com o meditar em silêncio nas dádivas, verificamos que ficamos ainda com muito para dar. É então que as mãos se levantam ao céu na disposição de pedir perdão para o nosso egoísmo e de entre açoites interiores nos levantarmos para a nossa missão de dar. É esta pobreza interior que cobre a exterior e nos impulsiona para a nudez que leva à suprema riqueza.
Agora só o silêncio e o abandono falam e nos despem do quanto não nos pertence.
Só o nada produz o tudo que temos para dar e só nEle o alforge com todas as iguarias que os outros necessitam. Muitas vezes , quando a potência do ter se evade de nós , são os outros que se alimentam com o maná que em nós encontram. É o caminho do Calvário prosseguindo e conduzindo ao desapego pelo desconhecimento da nossa existência.
Então, como diz São Paulo " Já não sou eu que vivo. É Cristo que vive em mim". É a sagração e crucificação do Amor na cela do coração dando-se dum modo universal, esquecido de si.
do Barro do Oleiro
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