30 de maio de 2009

O AMOR DE SANTA MARGARIDA DE ALACOQUE




TODOS SOMOS POUCOS NO DAR AS MÃOS




Ainda há pouco,como voluntária no peditório de hoje, recebi um testemunho formidável.
Entreguei um saco credenciado e pedi:- Pode dar alguma coisa para o banco alimentar contra a fome?
A senhora pegou no saco e observou:- Se soubesse da minha vida!...
Passado algum tempo vem ela com o saco com bastantes géneros. Aproximei-me e perguntei: - -Passa-se alguma coisa difícil consigo?
Com os olhos rasos de lágrimas respondeu: Sabe?... Eu sou das pessoas que frequentemente recorro aos alimentos da Cáritas! Mas temos de dar do pouco que ainda temos a favor dos outros.
Fiquei perplexa e só me lembrou a parábola da viúva de que Jesus fala no Evangelho.
Abraçando-a só proferi:- Deus lhe pagará cem por um"







ORANDO

Senhor, meu Deus, eu Vos adoro presente em todos os sacrários da terra, principalmente naqueles onde não sois visitado. Falo conTigo neste momento por causa do turbilhão de pensamentos que me tiram a paz. Não sou insubstituível nem presunçosa, mas o pensar que por meu intermédio,poderás salvar só que seja uma alma, traz-me numa insatisfação grande.Porém creio que é tempo de quedar ,tornar-me realmente inútil, perante o fracasso de doação que me assola.
Vinde em meu auxílio, purifica cada vez mais este interior e torna-me um balde sempre vazio que só se enche quando Tu queres precisar deste pouco barro.Creio que este é o caminho de Felicidade. Bastam-me as forjas caídas da Tua mesa, sem qualquer outra presunção, que não seja a Tua bondade que aplicas transformando este modelo em perfeita oblação para Tua glória.
Este cansaço,angústia, a vergonha por mim mesma, são privilégios da Tua misericórdia, pois são?Ai! Tantos segredos que só nós sabemos e que me fazem tão forte, relativamente falando. Até amanhã e mantem-me neste refúgio, calada como sempre.

do Vento ao sabor das ondas

29 de maio de 2009

POR UM MÊS DE MAIO CONTINUADO




DOMINGO DE PENTECOSTES




A INFINIDADE DA CRUZ NUMA PERSPECTIVA DE PAZ

A GLÓRIA DA CRUZ- A ASCENSÃO DE NOVOS SANTOS
É NO SOFRIMENTO, NO DESPREZO, NAS HUMILHAÇÕES... QUE SE MOLDAM OS SANTOS


PELA CRUZ MAIS NOS ASSEMELHAREMOS A JESUS CRISTO. QUE FOI A SUA VIDA? SÓMENTE A PERSONIFICAÇÃO DUM AMOR ILIMITADO EM DOAÇÃO CONTÍNUA. QUEM SE APERCEBEU DELA? SOMENTE O AMOR NA INTIMIDADE. E ASSIM JESUS CRISTO, PASSOU O CURTO TEMPO NA TERRA FAZENDO O BEM EM GLÓRIA DO PAI E SALVAÇÃO DAQUELES QUE CRISTIFICOU.
CADA VEZ MAIS, AMO A IRMÃ IGREJA DO SILÊNCIO. TANTOS SANTOS QUE VIVEM NELA! SÃO TANTOS OS QUE PASSAM POR NÓS...

DIA A DIA O AMOR À CRUZ FARÁ NOVOS SANTOS






28 de maio de 2009

RELÍQUIAS DE SANTA MARGARIDA DE ALACOQUE



TEM A CIDADE DE SEIA ,A GRAÇA DE TER NO DIA 2 de JUNHO DE 2009( TERÇA FEIRA), a partir das 9h e 30m, AS RELÍQUIAS DE SANTA MARGARIDA ,QUE FICARÃO NA IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DESTA CIDADE, PARA VENERAÇÃO DE QUEM
QUISER. HAVERÁ SANTA MISSA PELAS 12horas.

SANTA MARGARIDA MARIA DE ALACOQUE




Santa Margarida Maria Alacoque
Santa Margarida Maria Alacoque nasceu na aldeia de Lautecour, na Borgonha, no dia 22 de Julho de 1647, no seio duma família religiosa, honesta, de boa posição, reputação e de seriedade. Seu pai, Claude Alacoque, era notário real. Sua mãe, Philiberte Lamyn era filha também dum notário do rei, François Lamyn.
Horror ao pecado.
Os seus pais perceberam logo o horror que Margarida Maria tinha pelo pecado quando ainda era pequena de três anos. Bastava lembrar-lhe que um ato qualquer ofendia a Deus para que a menina se afastasse horrorizada. Nas suas memórias a Santa afirma que Deus lhe fez ver “o grande horror do pecado, o que me horrorizou tanto que a mais mínima mancha resultava para mim num tormento insuportável.” (1)A essa aversão ao pecado acrescentou-se logo um agrado muito grande pela oração e pela penitência, juntamente com uma tendência enorme para ajudar os pobres. “Deus, escreve a Santa, deu-me um amor tão terno pelos pobres que eu teria desejado só ter contato com eles. Ele incutiu-me uma compaixão tão grande pelas suas misérias que, se estivesse em meu poder, abandonaria tudo por eles. Quando tinha dinheiro, dava-o aos pobres para os estimular a aproximarem-se de mim e então ensinava-lhes o Catecismo e a rezar.” (2)Dos quatro aos sete anos, ou seja entre 1652 e 1655, seguindo um costume comum na época, foi morar no castelo de sua madrinha, Madame de Corcheval, dama nobre da região. Ali, num ambiente sereno e austero, começou a sua formação.Duas senhoras ocupavam-se da sua educação. Uma era simpática e gentil. Margarida Maria, porém, fugia dela. A outra era severa e impertinente. Curiosamente Margarida sentia atracção por esta última. Ninguém conseguia compreendê-lo. Mais tarde perceberam que este facto era mais um sintoma de que a protecção divina pairava sobre a menina. A primeira senhora levava uma vida irregular; a segunda era de uma conduta sem mancha. Nisto se manifestava o seu horror instintivo ao pecado.A sua educação teve de ser interrompida quando morreu Madame de Corcheval. A sua afilhada tornou à casa paterna. Mas em 1655, no mesmo ano da morte de sua madrinha, falece também o seu pai. A mãe, com o objectivo de melhorar a situação patrimonial que o marido deixara complicada, e não dispondo do tempo necessário para providenciar a educação da filha, mandou-a como pensionista para um convento de Clarissas, o que era muito freqüente então.No silêncio dos claustros, refletindo durante longas horas no recolhimento e observando a modéstia e o espírito de oração das irmãs, Margarida sentiu o chamamento à vida religiosa. Foi ali onde, por volta dos nove anos, recebeu pela primeira vez Jesus Sacramentado. A partir de então, as graças na oração e o seu gosto pelo recolhimento aumentaram sensivelmente.A jovem Margarida Maria tinha de completar junto às Clarissas a educação que recebia habitualmente uma menina de sua condição para ser mãe de família e também dama de sociedade. Isto significava uma sólida formação moral, na qual se punha especial cuidado nos hábitos de modéstia, discrição e domínio de si mesma.Tal educação completava-se com o ensino da arte da conversa, música, pintura, dança... que desenvolviam a delicadeza, o tacto, o bom gosto. Dessa forma florescia nas pensionistas o sentido da proporção, da naturalidade bem educada, ao mesmo tempo que recebiam uma capacidade de julgar as pessoas e os factos.Judiciosa, sensata e caritativa o seu espírito equilibrado e alguns traços da educação recebidos por Santa Margarida Maria foram entendidos mais tarde pela Madre Greyfié, uma das suas superioras em Paray-le-Monial, que a descreveu assim: “Era naturalmente judiciosa, sensata e tinha um espírito bom, humor agradável e o coração mais caritativo que se possa imaginar; numa palavra pode dizer-se que era uma criatura das mais aptas para ter êxito em tudo.” (3)No pensionato das Clarissas, Margarida Maria contraiu uma doença grave, pelo que foi preciso reenviá-la à casa da mãe. Ali permaneceu cerca de quatro anos prostrada na cama, sem conseguir levantar-se. Deus Nosso Senhor visitava-a com o sofrimento. Só em 1661 recuperou a saúde depois de fazer um voto à Santíssima Virgem.Na sua casa, outra situação muito dolorosa a aguardava. Sua mãe tinha transferido a gestão do patrimônio a um cunhado, Toussaint Delaroche, homem avaro e de temperamento irritável. A Santa suportou durante anos a quase escravidão a que a submetiam as injustiças do tio. Às vezes tinha de mendigar pão ao vizinho. A casa materna transformou-se então numa prisão torturante. “Não tínhamos já nenhum poder em casa e não ousávamos fazer nada sem seu consentimento”, escreveu a Santa. Passava horas num canto do jardim a rezar ou refugiava-se na capela da aldeia. Mas nem sequer lá encontrava repouso: o tio acusava-a de sair de casa para ver os rapazes. “Às vezes os pobres da aldeia, por compaixão, davam-me um pouco de pão, de leite ou alguma fruta na parte da tarde”. (4)Reparação, desagravo, amor à Cruz Deus permitia esses sofrimentos para a preparar para a vida de renúncia e expiação que depois abraçaria com entusiasmo. Santa Margarida Maria devia pregar a devoção da reparação ,o do desagravo ao Sagrado Coração de Jesus; precisava ser um modelo dessa atitude de alma. Os sofrimentos desta etapa da sua vida, aceites com paciência exemplar, fortificaram-na para a vida de reparação que a Providência tinha escolhido para ela. Durante este período a Santa recebeu graças místicas extraordinárias. Além disso, já desde muito pequena, teve um trato muito familiar com Nosso Senhor. “(O Salvador) sempre estava presente sob a figura do crucificado ou do Ecce Homo a carregar a Cruz, o que me produzia tanta compaixão e amor ao sofrimento, que todos os meus sofrimentos pareciam leves em comparação com o desejo que experimentava de sofrer para me conformar com o meu Jesus sofredor.” (5) Tal compreensão do valor do sofrimento na vida espiritual foi crescendo nela e será uma das características da sua santidade. Mais tarde, já visitandina, esta pioneira dos caminhos de Deus, dirá: “Deus deu-me tanto amor à Cruz que não consigo viver um momento sem sofrer: mas sofrer em silêncio, sem consolo, alívio ou compaixão; e morrer com este Soberano da minha alma, sob o peso de toda sorte de opróbrios, dores, humilhações, esquecimentos e desprezos...” (6) O amor à Cruz foi característico em Santa Margarida Maria e é também condição indispensável de qualquer forma de santidade: “Jesus disse então aos discípulos: se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome sua Cruz e siga-me.” (Mt. 16,24) Provações familiares: A sua família, de início, quis encaminhá-la para um convento de Ursulinas onde já vivia uma prima. Santa Margarida Maria – que era muito afeiçoada a essa prima. Deu-lhe uma resposta gentil em que transparece o seu grande desejo de perfeição: “Olha, se entro no teu convento será por amor a ti. Mas quero ir a um convento onde não tenha parentes nem conhecidos para ser religiosa só por amor a Deus.” (7) Uma voz interior tinha-lhe advertido: “Não te desejo lá, mas em Santa Maria”, que era o nome do convento de Paray-le-Monial. (8) Entretanto as pressões familiares para que optasse pelas Ursulinas continuavam. Mas uma doença da mãe e também de um irmão, forçaram-na a prolongar os seus planos de vida religiosa.Numa certa altura, um sacerdote franciscano hospedou-se na casa dos Alacoque durante uma missão. Santa Margarida Maria aproveitou a ocasião para fazer uma confissão geral. Ao conhecer o alto grau de virtude e os desejos de vida religiosa da jovem, o padre julgou que devia seguir a sua vocação. O religioso falou com o irmão e convenceu-o a mudar de atitude. A prova em casa acabava. Outras cruzes, mais dolorosas, viriam no Convento da Visitação de Paray-le-Monial, aonde foi ter em seguimento de uma clara inspiração da Providência.A nossa Santa foi ali aceite como noviça a 20 de Junho de 1671; vestiu o hábito a 25 de Agosto do mesmo ano e fez a profissão solene a 6 de Novembro de 1672. Assim ficava preparado o quadro para a mensagem do Sagrado Coração de Jesus.A missão de Santa Margarida Maria Alacoque. Em 1647, quando nasceu Santa Margarida Maria, a devoção ao Sagrado Coração não era muito conhecida, se bem que já existia. A sua missão foi dar-lhe um impulso e uma difusão universal, precisar o seu espírito, adaptá-lo às necessidades da Igreja nos tempos modernos e fixar as práticas de piedade mais adequadas às novas circunstâncias.Santa Margarida Maria foi uma simples freira que nunca transpôs os muros do seu convento e morreu antes de completar 45 anos, em 1690. A Providência compraz-se deste modo em realizar um desígnio imenso a partir de uma humilde religiosa que, para fugir do mundo, tinha-se retirado a um obscuro convento da Ordem da Visitação e levou ali uma vida apagada aos olhos dos homens e até das freiras visitandinas com as quais convivia.O quadro hoje é completamente diverso. Ornato da Ordem da Visitação, a religiosa então apagada foi elevada ao ápice de glória na Igreja e, do alto dos altares, da sua santidade despede raios de salvação à terra inteira, enquanto a maioria dos homens famosos e importantes da sua época são desconhecidos pelos nossos contemporâneos.O Papa Pio XII, depois de fazer a lista dos Santos que a precederam na prática e difusão da devoção ao Coração de Jesus, diz a este propósito: “Mas entre todos os promotores desta excelsa devoção, merece um lugar especial Santa Margarida Maria Alacoque que, com a ajuda do seu director espiritual, o Beato Cláudio de la Colombière (hoje santo) e com o seu zelo ardente, obteve, não sem a admiração dos fiéis, que este culto adquirisse um grande desenvolvimento e, revestido das características do amor e da reparação, se distinguisse das demais formas da piedade cristã.” (9) 1. Bougaud, História de Santa Margarida Maria, citado em Péricles Capanema Ferreira e Melo, membro da Academia Marial de Aparecida, “O Estandarte da Vitória - A devoção ao Sagrado Coração de Jesus e as necessidades de nossa época”, pg 28.2. Sainte Margarite-Marie Alacoque, Vie et ouvres, tI, p.52 in Op. Cit. p. 283. Sainte Margarite-Marie Alacoque, Vie et ouvres, tI, p.456 in Op. Cit. p. 304. Sainte Margarite-Marie Alacoque, Vie et ouvres, tI, p.40 in Op. Cit. p. 315. Sainte Margarite-Marie Alacoque, Vie et ouvres, tI, p.41 in Op. Cit. p. 326. Sainte Margarite-Marie Alacoque, Vie et ouvres, tI, p.44 in Op. Cit. p. 337. Sainte Margarite-Marie Alacoque, Vie et ouvres, p.25 in Op. Cit. p. 338. Sainte Margarite-Marie Alacoque, Vie et ouvres, p.25 in Op. Cit. p. 339. Encíclica Haurietis Aquas, 49

Fonte: Associação Apostolado do Sagrado Coração de Jesus (ASC) -

27 de maio de 2009

26 de maio de 2009

PENTECOSTES À LUZ DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA




2. O testemunho do dia de Pentecostes

30. No dia de Pentecostes, teve a sua mais exacta e directa confirmação aquilo que fora anunciado por Cristo no discurso da despedida; em particular, o anúncio de que estamos a tratar «O Consolador ... convencerá o mundo quanto ao pecado». Nesse dia, sobre os Apóstolos congregados no mesmo Cenáculo em oração, juntamente com Maria, Mãe de Jesus, desceu o Espírito Santo prometido, como lemos nos Actos dos Apóstolos: «Todos ficaram cheios de Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que se exprimissem» 109 «reconduzindo desse modo à unidade as raças dispersas e oferecendo ao Pai as primícias de todas as nações». 110
Aparece clara, aqui, a relação entre o anúncio feito por Cristo e este acontecimento. Entrevemos nele o primeiro e fundamental cumprimento da promessa do Paráclito. Este, enviado pelo Pai, vem «depois» da partida de Cristo, «à custa» da mesma. Trata-se de uma partida, primeiro, mediante a morte de Cruz; e depois, passados quarenta dias após a ressurreição, mediante a ascenção ao Céu. Nesse momento da ascensão, Jesus deu ainda aos Apóstolos ordem «de não se afastarem de Jerusalém, mas de esperarem lá a realização da promessa do Pai»; «sereis baptizados no Espírito Santo, dentro de não muitos dias»; «recebereis uma força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra». 111
Estas últimas palavras condensam um eco, ou uma recordação, do anúncio feito no Cenáculo. E no dia de Pentecostes esse anúncio realiza-se com toda a exactidão. Agindo sob o influxo do Espírito Santo, recebido pelos Apóstolos quando estavam em oração no Cenáculo, São Pedro apresenta-se e fala diante de uma multidão de pessoas de diferentes línguas, reunidas para a festa. Proclama aquilo que, de certeza, não teria tido a coragem de dizer anteriormente: «Homens de Israel,... Jesus de Nazaré — homem acreditado por Deus junto de vós, com milagres, prodígios e sinais, que Deus realizou no meio de vós por seu intermédio... depois de vos ser entregue, segundo o desígnio determinado e a presciência de Deus, vós o pregastes na Cruz, por mão de ímpios e o matastes. Mas Deus ressuscitou-o, libertando-o das angústias da morte, pois não era possível que Ele ficasse sob o seu domínio». 112
Jesus tinha predito e prometido: «Ele (o Espírito Santo)... dará testemunho de mim. E vós também dareis testemunho de mim». No primeiro discurso de São Pedro em Jerusalém, de forma bem clara tem o seu início esse testemunho: o testemunho a respeito de Cristo, crucificado e ressuscitado. O testemunho do Espírito Paráclito e dos Apóstolos. E no próprio conteúdo desse primeiro testemunho, o Espírito da verdade, pela boca de São Pedro, «convence o mundo quanto ao pecado»: convence-o, antes de mais, quanto àquele pecado que é a rejeição de Cristo, até à sua condenação à morte, até à Cruz no Gólgota. Repetir-se-ão as proclamações de conteúdo análogo, segundo o texto dos Actos dos Apóstolos, noutras ocasiões e em diversos lugares. 113

31. A partir deste primeiro testemunho do Pentecostes, a acção do Espírito da verdade, que «convence o mundo quanto ao pecado» da rejeição de Cristo, anda ligada de modo orgânico com o testemunho que deve ser dado do mistério pascal: do mistério do Crucificado e do Ressuscitado. E nesta conexão o mesmo «convencer quanto ao pecado» revela a própria dimensão salvífica. Trata-se, de facto, de um «convencimento» que tem como finalidade não a mera acusação do mundo nem, menos ainda, apenas a sua condenação; Jesus Cristo veio ao mundo não para o julgar e condenar, mas sim para o salvar. 114 Isto é bem salientado já neste primeiro discurso, quando São Pedro exclama: «Saiba toda a casa de Israel, com absoluta certeza, que Deus constituiu como Senhor e Messias, esse Jesus que vós crucificastes». 115 E, em seguida, quando as pessoas presentes perguntaram a São Pedro e aos Apóstolos: «que havemos de fazer, irmãos?», o mesmo São Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um o Baptismo em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos seus pecados; recebereis, então, o dom do Espírito Santo». 116
Deste modo, o «convencer quanto ao pecado» torna-se conjuntamente um convencer quanto à remissão dos pecados, pelo poder do Espírito Santo. São Pedro, no seu discurso em Jerusalém, exorta à conversão, como Jesus exortava os seus ouvintes no início da sua actividade messiânica. 117 A conversão exige a convicção do pecado e contém em si o juízo interior da consciência; e este, sendo uma comprovação da acção do Espírito da verdade no íntimo do homem, torna-se ao mesmo tempo o novo princípio da generosa dádiva da graça e do Amor: «Recebei o Espírito Santo». 118 Assim, neste «convencer quanto ao pecado», descobrimos uma dupla dádiva: o dom da verdade da consciência, com o dom da certeza da redenção. O Espírito da Verdade é o Consolador.
O convencer quanto ao pecado, mediante o ministério do anúncio apostólico na Igreja nascente, é referido — sob o impulso do Espírito derramado no Pentecostes — ao poder redentor de Cristo crucificado e ressuscitado. Assim se verifica a promessa relativa ao Espírito Santo, feita antes da Páscoa: «Ele receberá do que é meu, para vo-lo anunciar». Por conseguinte, durante o evento do Pentecostes, quando São Pedro fala do pecado daqueles que «não acreditaram» 119 e entregaram a uma morte ignominiosa Jesus de Nazaré, ele dá testemunho da vitória sobre o pecado; uma vitória que se consumou, em certo sentido, mediante o maior pecado que o homem podia cometer: a morte de Jesus, Filho de Deus, consubstancial ao Pai! De modo análogo, pois, como a morte do Filho de Deus vence a morte humana: «Ero mors tua, o mors» [ó morte, eu hei-de ser a tua morte], 120 assim o pecado de ter crucificado o Filho de Deus «vence» o pecado humano! Vence aquele pecado que se consumou em Jerusalém, na Sexta-feira Santa, como também cada pecado do homem. Com efeito, ao maior pecado da parte do homem corresponde, no coração do Redentor, a oblação do supremo amor, que supera o mal de todos os pecados dos homens. Com base nesta certeza, a Igreja, na Liturgia romana, não hesita em repetir todos os anos, durante a Vigília pascal, «O felix culpa!» [Ó ditosa culpa!], no anúncio da Ressurreição que o diácono faz com o canto do «Exultet».

32. Ninguém pode, todavia, «convencer o mundo», o homem e a consciência humana quanto a esta verdade inefável a não ser Ele mesmo, o Espírito da Verdade. Ele é o Espírito, que «perscruta as profundezas de Deus». 121 Diante do mistério do pecado, é preciso perscrutar «as profundezas de Deus» até onde for possível. Não basta perscrutar a consciência humana, como mistério íntimo do homem; mas é imprescindível penetrar no mistério íntimo de Deus, naquelas «profundezas de Deus» que se resumem na síntese: «ao Pai — no Filho — por meio do Espírito Santo». É exactamente o Espírito Santo que as «perscruta»; e a elas vai buscar a resposta de Deus ao pecado do homem. Com essa resposta encerra-se o processo de «convencer quanto ao pecado», como o acontecimento do Pentecostes põe em evidência.
Convencendo o «mundo» do pecado do Gólgota, da morte do Cordeiro inocente, como aconteceu no dia do Pentecostes, o Espírito Santo convence também de todos os pecados cometidos em qualquer lugar e em qualquer momento na história do homem: Ele, com efeito, fez ver a sua conexão com a Cruz de Cristo. O «convencer» é a demonstração do mal do pecado, de qualquer pecado, em relação com a Cruz de Cristo. O pecado, quando mostrado com esta relação, é reconhecido em toda dimensão do mal que lhe é própria, como «mysterium iniquitatis» [o mistério da iniquidade] 122 que em si mesmo contém e esconde. O homem não conhece esta dimensão — não a pode conhecer absolutamente, separando-a da Cruz de Cristo. Por isso, não pode ser «convencido» quanto a ela se não pelo Espírito Santo: Espírito da verdade, mas também Consolador.
O pecado, de facto, mostrado em relação com a Cruz de Cristo, é identificado simultaneamente na plena dimensão do «mysterium pietatis» [mistério da piedade], 123 como foi indicado na Exortação Apostólica pós-sinodal Reconciliatio et Paenitentia. 124 O homem também não conhece, de maneira nenhuma, esta dimensão do pecado fora da Cruz de Cristo. E também não pode ser dela «convencido» se não pelo Espírito Santo: por Aquele que «perscruta as profundezas de Deus».
De "DOMINUM ET VIVIFICANTEM" de JOÃO PAULO II EM 1986-05-18
2º PARTE- O ESPÍRITO QUE CONVENCE O MUNDO QUANTO AO PECADO

SALMO 90


SALMO, 90

1.Tu que habitas sob a protecção do Altíssimo, que moras à sombra do Omnipotente,
2.diz ao Senhor: Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus, em que eu confio.
3.É ele quem te livrará do laço do caçador, e da peste perniciosa.
4.Ele te cobrirá com suas plumas, sob suas asas encontrarás refúgio. Sua fidelidade te será um escudo de protecção.
5.Tu não temerás os terrores noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia,
6.nem a peste que se propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio-dia.
7.Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua direita, tu não serás atingido.
8.Porém verás com teus próprios olhos, contemplarás o castigo dos pecadores,
9.porque o Senhor é teu refúgio. Escolheste, por asilo, o Altíssimo.
10.Nenhum mal te atingirá, nenhum flagelo chegará à tua tenda,
11.porque Ele aos seus anjos mandou que te guardem em todos os teus caminhos.
12.Eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.
13.Sobre serpente e víbora andarás, calcarás aos pés o leão e o dragão.
14.Pois que se uniu a mim, eu o livrarei; e o protegerei, pois conhece o meu nome.
15.Quando me invocar, eu o atenderei; na tribulação estarei com ele. Hei de livrá-lo e o cobrirei de glória.
16.Será favorecido de longos dias, e mostrar-lhe-ei a minha salvação

NOVENA AO ESPÍRITO SANTO







Novena do Espírito Santo

1- Vinde, Espírito de Sabedoria! Instruí o meu coração para que eu saiba estimar e amar os bens celestes e antepô-lo a todos os bens da terra.
(Glória ao Pai...)
2- Vinde, Espírito de Inteligência! Iluminai a minha mente para que entenda e abrace todos os mistérios e mereça alcançar um pleno conhecimento Vosso, do Pai e do Filho.
(Glória ao Pai...)
3- Vinde, Espírito de Conselho! Assisti-me em todos os assuntos desta vida instável, tornai-me dócil às Vossas inspirações e guiai-me sempre pelo direito caminho dos divinos mandamentos.
(Glória ao Pai...)
4- Vinde, Espírito de Fortaleza! Fortalecei o meu coração em todas as perturbações e adversidades e dai à minha alma o vigor necessário para resistir a todos os meus inimigos.
(Glória ao Pai...)
5- Vinde, Espírito de Ciência! Fazei-me ver a vaidade de todos os bens caducos deste mundo, para que não use deles senão para Vossa maior glória e salvação da minha alma.
(Glória ao Pai...)
6- Vinde, Espírito de Piedade! Vinde morar no meu coração e inclinai-o para a verdadeira piedade e santo amor de Deus.
(Glória ao Pai...)
7- Vinde, Espírito de Temor de Deus! Repassai a minha carne com o Vosso santo temor, de modo que tenha sempre Deus presente e evite tudo o que possa desagradar aos olhos de Sua divina majestade.
(Glória ao Pai...)




Divino Espírito Santo, eu vos ofereço todas as preces da santíssima Virgem e dos apóstolos reunidos no cenáculo, e a estas uno todas as minhas orações, suplicando-Vos que Vos apresseis em vir renovar a face da terra.
- Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado.
- E renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos fiéis com a luz do Espírito Santo, dai-nos pelo mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e que gozemos sempre da Sua consolação. Amém.
(Rezar três Ave-Marias a Nossa Senhora de Pentecostes com a invocação: "Rainha dos Apóstolos, rogai por nós!")

25 de maio de 2009

A VIDA É SEMPRE JÁ - Banda Jota

NA SEMANA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA





"A Família no futuro do Mundo e da Igreja.A missão da Família Cristã"

Conferência no Encerramento do Congresso Nacional da Família, Lisboa, 12 de Outubro de 2002

1. Com o título prometido no programa esperam certamente de mim uma palavra de esperança e de perspectiva pastoral. A situação da família na Igreja e a missão da família no mundo são dimensões interdependentes. A missão da família cristã no mundo, não é separável da missão da Igreja na sociedade. A família só será uma realidade irradiadora do Reino de Deus se ela for uma realidade eclesial viva, fortemente marcada pela ousadia do Espírito e atravessada pela exigência da santidade cristã. A tibieza das famílias cristãs enfraquecerá a Igreja como sacramento de salvação e sinal do Reino.Por isso, antes de abordar a missão da família cristã no mundo contemporâneo, parece-me necessário considerar as relações mútuas entre a família e a Igreja.
I - A Igreja e a Família.
2. A família, com as características essenciais que ainda hoje a definem, não é uma "invenção" do judeo-cristianismo. Ela constitui um dado estrutural da antropologia da criação. Na harmonia do universo, que preside a todo o seu processo evolutivo, o fenómeno humano surge como clímax de todo o processo e revela-se como a fonte de sentido de toda a evolução do universo. O homem desvela o segredo do sentido do cosmos; o homem, desde o seu aparecimento no processo da criação, revela-se com uma centralidade que dá sentido a todas as coisas.Este "fenómeno humano" manifesta-se na bipolaridade sexuada do homem e da mulher e também neste aspecto o ser humano dá sentido a toda a vitalidade do universo. Homem e Mulher Ele os criou (Gen. 1, 27). Segundo a Bíblia, o homem criado à imagem de Deus é homem e mulher: dois indivíduos, um único ser humano, chamados à unidade que exprime e anuncia a vocação de unidade e harmonia do próprio cosmos.Esta unidade procurada insere-se na busca progressiva da perfeição da criação, não é uma "fusão" com a perda da identidade dos sujeitos desta busca de unidade, mas uma comunhão, onde cada um mantendo a sua individualidade, a reconhece continuamente na relação com o outro. No par humano, o ser humano afirma-se como relacional, isto é, alguém que se descobre e constrói na relação com o outro. Sem anular o indivíduo este torna-se pessoa, porque encontra a sua verdade na relação.Esta unidade relacional do homem e da mulher, que na sua complementaridade física e espiritual garantem a reprodução da espécie, mostra-se decisiva para a harmonia da criação, é o núcleo fundamental da vocação comunitária da humanidade e, por isso mesmo, sua célula fundante e fundamental. Fonte de sentido para toda a criação, esta unidade primordial alia a força da natureza com o sentido que lhe vem do espírito, afirmando, desde o início, a dimensão cultural e espiritual como componente essencial de toda a comunidade humana. Com a força da natureza, pode haver complementaridade física e reprodução da espécie; mas só haverá comunidade de pessoas com dimensão cultural e espiritual, que vai encontrar uma expressão decisiva na dimensão religiosa, ou seja, da comunhão com Deus, que se reconhece como Criador.

3. O judeo-cristianismo é o quadro religioso e cultural em que nos situamos. Ele não fundou a família como comunidade primordial, mas enriqueceu-lhe o sentido, desvelou-lhe o mistério, definiu-lhe o horizonte de perenidade e de eternidade. O "fenómeno humano" é o ponto de partida da revelação religiosa, mas esta supera-o porque lhe desvela o sentido definitivo. Toca-se a dimensão humana de Deus e a dimensão divina do homem. E é na comunidade primordial do homem e da mulher que se intui este encontro fundamental do humano e do divino. "Deus criou o homem à Sua imagem, homem e mulher Ele os criou" (Gen. 1, 27).O diálogo entre Deus e o homem radica na criação do ser humano como dinamismo de relação e desafio de comunhão. No progresso desse diálogo revelador, Deus acabará por se manifestar como sendo Ele Próprio uma comunhão de Pessoas, onde a unidade do amor não compromete a individualidade dos sujeitos. E percebe-se, então, como um Deus comunhão de Pessoas só podia criar à Sua imagem, ou seja, só podia criar um ser humano que se afirmasse mais pela comunhão inter-pessoal do que pela individualidade dos sujeitos. Sobre a comunidade primordial do homem e da mulher brilha agora a luz da comunhão trinitária e a participação divina do ser humano expressa nessa comunhão. Criou-os à Sua imagem.Esta imagem divina é, no ser humano, uma marca relacional e uma exigência de comunhão, que traz o gérmen de uma outra expressão maior desta vocação de comunhão: a possibilidade de entrar em comunhão com Deus. Percebe-se então que Deus criou porque queria alargar a Sua experiência de comunhão de amor e esse é o grande desafio que faz continuamente ao homem, na proposta de aliança. E o homem pode acolher e perceber essa proposta de aliança, porque na comunhão primordial homem e mulher ele traz a marca de uma vocação de aliança e de comunhão. Não é apenas uma expressão poética quando, através dos autores sagrados, Deus explica o Seu desejo de aliança com a humanidade, comparando-a à aliança primordial do homem e da mulher. E mesmo nessa etapa da revelação, que parece decisiva e inovadora, está-se apenas a explicitar o sentido profundo da aliança primordial do homem e da mulher.

4. Quando a vocação humana de comunhão, expressa desde a origem na comunhão do homem e da mulher, assume claramente a sua dimensão de transcendência na proposta divina de aliança com o Povo escolhido, a vida relacional dos homens e das mulheres vais ser interpelada por um duplo dinamismo: o de serem seres em relação e de fazerem comunhão entre si - é o dinamismo da comunidade - e de encontrarem na relação de aliança que Deus lhes propõe a força que lhes permite aprofundar continuamente a experiência comunitária; e tomarem a sério a aliança, fazendo comunhão com Deus, saboreando desde já as primícias da definitiva comunhão, no Reino definitivo.Estes dois dinamismos entrecruzam-se na realidade concreta da vida do povo crente. A experiência de comunhão entre humanos pode ter a densidade da comunhão de aliança com Deus. Todas as verdadeiras experiências de comunidade integram a densidade da aliança, encontram nela a força que as faz crescer e a garantia da sua plenitude.Mais uma vez a família, comunidade primordial, aparece como experiência nuclear deste processo. A comunhão do homem e da mulher pode caminhar para a sua perfeição, porque Deus faz parte dessa comunhão. Comunidade natural, a união do homem e da mulher encontra na Palavra de Deus a luz que a guia pelos caminhos do amor. Comunhão de pessoas com a força de Deus, torna-se caminho e sinal da comunhão com Deus e gérmen da comunhão alargada no Povo de Deus.Radica aqui a possibilidade de a comunhão conjugal ser sacramento da graça e da edificação da Igreja. Está encontrada a convergência inevitável entre a família comunhão e a Igreja comunhão. O amor de Cristo pela Igreja torna-se o modelo inspirador do amor dos esposos. Os maridos devem amar as suas esposas como Cristo ama a Igreja (cf. Efs. 5). Situar a comunhão familiar no âmago da comunhão eclesial revela o verdadeiro sentido da comunhão conjugal. A revelação do amor do Deus comunhão, desvela o sentido da criação. A graça plenifica a natureza.

5. Este horizonte da graça que plenifica a natureza constitui o pano de fundo doutrinal que orienta toda a acção da Igreja em relação à família cristã. E metodologicamente permito-me, antes de tratar de questões pastorais propriamente ditas, enumerar em síntese os pontos principais da doutrina cristã sobre o casamento e a família.
* O cristianismo não introduz na consideração da família alterações ontológicas na antropologia da família; antes adopta a antropologia da criação explicitando-lhe a dimensão transcendente, oferecendo-lhe uma força de autenticidade e plenificação e enquadrando-a no contexto religioso da aliança.
* A família é uma comunidade de pessoas, radicada na comunhão do homem e da mulher; a diferenciação e a complementaridade dos sexos é um elemento antropológico fundamental na compreensão cristã da família, porque o "humano" é homem e mulher e porque a procriação é elemento constitutivo do ideal familiar. Nenhuma espécie de abertura ou de adaptação aos tempos poderá levar jamais a Igreja a considerar como família as uniões entre pessoas do mesmo sexo.
* A família é uma comunhão de amor. A unidade procurada não é "fusão" mas comunhão de pessoas, exprime-se também pelo corpo, mas é união espiritual. Só o amor dá sentido à sexualidade humana.
* Esta comunhão é expressão da caridade e é possível com a força do Espírito Santo. A graça da comunhão recebida pelos esposos cristãos é um dom baptismal e é a mesma graça oferecida a todos os baptizados para que sejam comunhão, em Igreja.
* A união conjugal, sendo por natureza da ordem da comunhão de amor, tornou-se, em Cristo, sinal sacramental da graça eclesial.
* Como toda a experiência cristã, a união conjugal anseia por uma plenitude final. A dimensão escatológica do matrimónio confunde-se com a dimensão escatológica da Igreja.
A Família como alvo privilegiado da acção pastoral da Igreja.6. A acção pastoral da Igreja em relação à família parte deste mistério perene da família. Trata-se de lhe revelar o seu mistério e de a ajudar a encontrar a sua plenitude. Não se pode pedir à Igreja que na sua acção pastoral renuncie a esta dimensão perene, que lhe foi apenas dada e revelada.A Igreja terá, certamente, em conta as circunstâncias mutáveis da família, mas não pode mudar a sua compreensão do mistério da família, ao ritmo das mutações culturais e sociológicas. É sua missão, isso sim, ajudar as famílias cristãs a situar-se nessas mutações, com discernimento e coragem para viverem o mistério de sempre nas condições concretas do mundo de cada tempo.Indicarei agora algumas características fundamentais da acção pastoral da Igreja em relação à família, aquilo que vulgarmente se designa pela expressão "pastoral familiar".

7. É uma pastoral baptismal. O baptismo é o fundamento do matrimónio cristão. Chamados, pela fé e pelo baptismo, à comunhão de caridade, em Igreja, por Jesus Cristo, não teria sentido que os esposos cristãos vivam a sua experiência primordial de comunhão, fora da exigência desta comunhão, em Igreja, caminho da santidade cristã. Trata-se, pois, de uma pastoral da fé, da esperança e da caridade, descobrindo progressivamente a novidade cristã na maneira de viver. É familiar porque toda a acção pastoral da Igreja integra e tem em conta as circunstâncias concretas da vida de cada cristão e de cada comunidade. Toda a acção pastoral se situa na perspectiva do mistério da encarnação.É por isso que a Igreja, ao longo do seu caminhar no tempo, chegou à formulação jurídica do princípio que, entre cristãos, o único matrimónio válido, é o sacramento do matrimónio. Em circunstâncias, como as actuais, em que um grande número de baptizados, não fizeram uma iniciação cristã e não têm uma fé vivida, esta equação entre baptismo e sacramento traz problemas pastorais acrescidos. Um maior rigor na admissão dos nubentes ao matrimónio sacramento não é solução evidente. Exceptuando circunstâncias graves, não é justo negar o matrimónio religioso a dois nubentes baptizados que o pedem sinceramente. Temos de os ajudar a descobrir a verdadeira dimensão daquilo que pedem. Por mais difícil que isso seja na prática, o momento do pedido do casamento religioso pode ser aproveitado como momento de anúncio querigmático da pessoa de Jesus Cristo.

8. Esta circunstância põe em realce uma outra característica desta pastoral específica: como toda a pastoral baptismal deve ter um ritmo catecumenal. Trata-se de uma caminhada em que se aprofunde e experimente a riqueza do baptismo, a comunhão com Jesus Cristo, em Igreja, descobrindo a beleza da comunhão fraterna, iniciando-se na oração, e aceitando a novidade da moral cristã, porque se descobre que a comunhão com Cristo transforma todas as expressões da nossa vida.A preparação para o matrimónio deveria ter o ritmo de uma caminhada catecumenal. Só intuindo e saboreando a novidade cristã os noivos se preparam para o casamento, pois só essa descoberta prepara para a vida da Igreja, como caminho de santidade. Mas mesmo depois do matrimónio celebrado, os casais deveriam, durante um tempo, aceitar continuar essa caminhada catecumenal, sobre a orientação do seu Bispo.

9. É uma pastoral comunitária. Trata-se de fazer descobrir a dimensão de comunhão de toda a vida cristã, em Igreja e a sua concretização nas diversas formas de vivência comunitária, entre as quais a família é a primeira, embora não a única. Toda a comunidade eclesial de aprofundamento da fé, que passa por Movimentos, grupos de Catequese de Adultos etc, deve ter ritmo e pedagogia comunitários, convergindo todos para a Eucaristia, principal expressão da comunhão eclesial. Na Igreja as pessoas individuais descobrem o sentido da vida na participação comunitária. A família não pode ser só o contexto em que os indivíduos crescem e encontram a própria felicidade. A sua grande riqueza, que é também a sua maior exigência, está na experiência comunitária. E em comunidade os indivíduos se não contribuem para a felicidade dos outros, também não constroem a própria felicidade.

10. É uma pastoral em ritmo pascal. Só participa na ressurreição de Cristo quem O segue, abraçando corajosamente a própria cruz. O mito da facilidade, da felicidade ao alcance da mão, enfraqueceu a família como espaço de fidelidade e de luta. A capacidade de amar, sofrendo, e a generosidade do perdão são atitudes cristãs essenciais à solidificação da família cristã como comunidade de amor. A família só resiste na coragem da luta, na generosidade do perdão, na resistência à tentação.No ritmo de uma família interpenetram-se os desejos de radicalidade e a sabedoria da gradualidade. Mistério grandioso de graça, alicerçado na Páscoa de Cristo e fortalecido pelo dom do Espírito, deve ter como horizonte a radicalidade da santidade. Aventura de homens frágeis e pecadores, devem ter a humildade de não desanimar nos seus fracassos, pois o que parece humanamente impossível, torna-se possível com a força de Deus. Só o confundir o pecado com a virtude e as situações de fragilidade com a normalidade leva os esposos a fechar-se à esperança de um futuro novo. E como em toda a vida cristã, só a esperança permite que não se cave um fosso entre a fé e a caridade.

II - A Família na Igreja.
11. Para que toda a Igreja cresça como experiência de comunhão, é prioritário ajudar as famílias a serem experiências de comunhão de vida e de amor. Não só os casais se devem ajudar uns aos outros nesta construção da comunidade familiar, mas todos os outros agentes de pastoral, sobretudo os sacerdotes, os religiosos e religiosas e outras pessoas consagradas, devem dar prioridade a este objectivo pastoral, eu diria mesmo, devem deixar-se devorar por esta paixão de ajudarem as famílias a ser o que Deus quer que elas sejam. Aí se manifestará a complementaridade dos carismas na Igreja, porque a vocação cristã fundamental é comum a todos: ser comunhão, em Jesus Cristo, na caridade.Aliás este reforçar da família como comunidade de fé e de amor é, em última análise, o objectivo das principais áreas da acção pastoral da Igreja. Quando se dá catequese às crianças e aos jovens, quando se cuida, com particular solicitude, das pessoas idosas, quando investimos na Escola Católica, estamos a colaborar com a família e a contribuir para a sua solidez como comunidade de vida. A família precisa de ser ajudada pela Igreja a ser comunidade, pois quanto mais ela o for, mais a Igreja toda o será, e a Eucaristia, grande expressão da Igreja comunhão, será cada vez mais a oferta da vida real dos seus filhos.

12. Será a família, enquanto tal, um agente de acção pastoral? É preciso ter em conta que a família pode ser, em si mesma, um espaço de irradiação apostólica. A família comunidade, que é continuamente repassada pelas exigências do Reino de Deus, é semente desse Reino.Os membros dessa família que se empenham na acção apostólica, dentro da Igreja ou no meio do mundo como construtores de uma sociedade mais justa e fraterna, testemunham a força de vida que recebem da família. É difícil a uma pessoa casada viver profundamente o ritmo de comunhão, em Igreja, se não o vive na própria família. A Igreja não pode ser só um refúgio, embora por vezes o seja, como família onde se sentem reconhecidos e amados aqueles que não encontraram o amor.Quando cada membro de uma família se insere profundamente na Igreja como comunhão, transportará para o seio da família essa experiência como semente da comunhão. Não é só a Igreja que recebe dinamismo de comunhão a partir da família; esta também é continuamente enriquecida pela experiência eclesial dos seus membros. A presença da família na Igreja, ajuda esta a ser uma grande família, onde todos são irmãos porque têm a Deus como Pai; mas a experiência de comunhão eclesial interpela continuamente as famílias a serem comunhão de vida e de amor.

III - A Família Cristã no mundo contemporâneo.
13. Quando falo de mundo contemporâneo falo, de modo particular, das sociedades Ocidentais, que melhor conhecemos e sentimos e onde estamos inseridos, embora aquilo que é perene da família cristã como sinal de um mundo novo seja válido para todos os quadrantes culturais.Todos estamos conscientes de que o actual ambiente cultural não facilita a vida à família cristã. Esta para permanecer fiel e ser sinal, trava continuamente uma luta, como quem nada contra a corrente. Se resistir, fortalece-se; mas a fidelidade tornou-se mais exigente.Sem a preocupação de ser exaustivo, indicarei alguns traços dessa cultura ambiente e as repercussões que têm sobre a família.
* A prioridade do indivíduo sobre a pessoa e a comunidade. A própria sociedade é concebida como um conjunto de indivíduos, com direitos e deveres regulados pela Lei e raramente se fala da dimensão comunitária da sociedade, que no entanto é o verdadeiro princípio da sua humanização.Uma família concebida apenas como conjunto de indivíduos, com direitos e deveres, que não aprendam a encontrar o sentido da sua liberdade no dom de si mesmo aos outros, está ferida de morte como comunidade de vida e de amor. A infidelidade pode aparecer como um direito, a vida não partilhada uma afirmação da privacidade individual, e o divórcio a maneira de resolver conflitos.
* Uma visão funcional da sexualidade. Está na moda desligar a sexualidade do amor; se este existir, pode ajudar. A intimidade sexual aparece na lógica do próprio interesse, não gera compromissos, não é expressão de uma vida partilhada. Se a sexualidade não tiver a beleza e a exigência do amor, a união do casal não é construtora de comunhão e a sua estabilidade está ameaçada. É que na lógica da comunhão, nada exige tanto a gratuidade e generosidade do dom e da busca do bem do outro, como a intimidade sexual. A convivência acordada ou negociada será sempre um simulacro do amor.
* Prioridade do que é efémero e positivo sobre o perene com a marca da eternidade. Se vivemos numa civilização do provisório, do usa e deita fora, porque não havemos de mudar as opções fundamentais da nossa vida? Aliás haverá ainda lugar para opções definitivas?
* A ciência genética fez grandes progressos nos últimos tempos, permitindo ao homem penetrar no mundo insondável da vida. Esses progressos podem ser benéficos para os casais, desde que os critérios científicos não ditem comportamentos e não se transformem em princípios éticos.
* As leis que se aplicam à família são pragmáticas, tendem a regularizar situações de facto, raramente assentam em princípios doutrinais sobre a família. Legaliza-se o aborto, facilita-se o processo de divórcio, equiparam-se à família as chamadas "uniões de facto", ferindo a família na sua dignidade institucional. O universo ético que protege a família na sua dignidade é cada vez menos secundado pelas leis, obrigando os cônjuges à coragem de posições pessoais, generosas e decididas.Neste contexto a família cristã, na sua fidelidade, assume a qualidade de denúncia profética, sinal de um mundo novo, traçando na sociedade um rasto de luz, semente da esperança.

14. E no entanto estamos convencidos que só a família, concebida como comunhão de amor e de vida, humaniza a sociedade. Dela irradia o carácter sagrado da vida, a dignidade do homem e da mulher, iguais e diferentes. A fidelidade generosa, no seio da comunidade familiar, é fonte de generosidade e de honestidade, no seio da sociedade.Cada pessoa deve muito à força da família a maneira como se comporta em sociedade. A família é o ponto de partida para a cidade e o lar onde se regressa, em busca da força da comunidade. Famílias felizes são semente de uma sociedade diferente.Será que a família cristã sofre, hoje, ataques específicos, ou os dados que referimos são apenas frutos inevitáveis da evolução da sociedade? Por vezes temos a sensação de que o ideal cristão de família é alvo de ataques concretos. Será que querem atingir a Igreja, destruindo a família? Mas cautela! Quem destruir a família, destrói a sociedade.
† JOSÉ, Cardeal-Patriarca

FAMÍLIA CRISTÃ


Deus nos criou para vivermos em família. Ele mesmo é uma Família, Três Pessoas distintas em uma única natureza, e quis que de certa forma isso se reproduzisse na terra, em cada lar. Quando o Catecismo fala da família, começa dizendo que: “A família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua actividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (nº 2205). A família é assim, por vontade de Deus, “imagem” da Santíssima Trindade; por isso ela é sagrada, e meio especial de nossa santificação. Jesus, ao vir ao mundo, não precisava necessariamente viver em uma família, mas Ele assim o quis, para deixar´nos o seu exemplo e ensinamento sobre a nobreza e santidade da família. Quis ter uma mãe e um pai (adoptivo), e foi obediente e submisso a eles (cf Lc 2,51). Jesus não precisava ter um pai terreno, já que o Seu Pai é o próprio Deus. Mas Ele quis ter um pai adoptivo, legal, como chamavam os judeus. Quando José quis abandonar Maria, em silêncio, para não difama´la, Deus mandou o Anjo dizer´lhe: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois, o que nela foi concebido veio do Espírito Santo.

DIA INTERNACIONAL DA CRIANÇA DESAPARECIDA


Madeleine McCann continua desaparecida, 25 Maio 2009 - 00h30

Desaparecimentos: Número 116000 passa a funcionar 24 horas todos os dias.

24 crianças voltaram para casa:Raquel de 15 anos e Sandra de 13 (nomes fictícios) são portuguesas e fazem parte das estatísticas dos casos de sucesso na recuperação de menores desaparecidos. Não se conhecem mas partilham uma história muito semelhante. Certo dia saíram de suas casas para cair nas mãos de predadores sexuais, deixando as respectivas famílias em estado de choque e desespero. Foram encontradas um mês e meio depois com a ajuda da Policia Judiciária. Mas durante o período de ausência foram abusadas física e psicologicamente.
Raquel foi aliciada pela Internet. Filha de uma família de poucos recursos do Norte do país deixou-se levar pela conversa de um homem de 34 anos, que a foi buscar ao porto e que antes até lhe mandou um telemóvel para comunicarem discretamente. Foi encontrada um mês e meio depois a mais de 300 quilómetros de casa na companhia de um abusador sexual, alcoólatra. A Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD) recolheu-a, ajudou-a a mudar de escola e a regressar à família. Raquel recupera do trauma, enquanto o seu abusador aguarda julgamento. Sandra foi “seduzida” por um familiar através de conversas na Internet e pessoalmente. A PJ recorreu à cooperação internacional e um mês depois do seu desaparecimento encontraram-na em França.
Segundo a Vice-presidente da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas, Patricia Cipriano, os principais motivos para o desaparecimento de crianças em Portugal são a fuga ou o rapto parental. Desaparecimentos devidos a raptos criminosos, como a prostituição infantil, ainda representam uma percentagem pequena quando comparada cm outros países europeus. Embora, explica Patricia, esses dados estatísticos ainda sejam insuficientes.
“As crianças ainda não são uma prioridade para os políticos”, afirmou, justificando assim o facto de, dos 27 países membros da União Europeia, apenas 10, entre eles Portugal, terem o numero 116000 em funcionamento. Por isso não há um numero exacto de crianças desaparecidas a nível europeu.
Os números fornecidos pela Federação Europeia para as crianças desaparecidas e sexualmente abusadas são avulsos. Mas dão uma ideia deste flagelo mundial. Por exemplo, no Reino Unido são reportados 140 mil casos de desaparecimento de crianças por ano. No Estados Unidos, 621 dos casos acabam em assassinato.
Desde Janeiro deste ano foram registados 24 casos de crianças desaparecidas
Em Portugal, segundo dados da PJ, desde Janeiro deste ano foram dadas como desaparecidas 24 crianças com idade até aos 12 anos. Até agora foram todas encontradas. Dos 148 casos registados em 2008, apenas dois estão por resolver.
Menos sorte tiveram os familiares de Sara Santos, Tatiana Nunes, Sofia Oliveira, Pamela Santos, João Teles, Claudia Alexandra, Jorge Sepúlveda, Rui Pedro e Madeleine Mccann. Os dois últimos foram dos casos mais mediáticos e desapareceram sem deixar rasto.
Hoje é o Dia Mundial das Crianças Desaparecidas e Portugal assinala a data com uma campanha de divulgação do novo número de emergência europeu. O número já está em funcionamento, mas a partir de hoje o seu horário será alargado e passará a estar disponível 24horas, todos os dias da semana. A iniciativa, marcada para as 9h30, na Fundação Calouste Gulbenkian, é promovida pelo Instituto de Apoio à Criança, dirigida por Manuela Eanes. Os Secretários de Estados da Administração Interna, José Magalhães, e da Justiça, Conde Rodrigues, marcam presença.
dO jornal: " o correio da manhã"

PORQUÊ CERTAS MENTALIDADES?







ONDE SE ENCONTRAM?


Mais de 1,2 milhões de crianças são anualmente vítimas de tráfico humano, segundo a UNICEF.Sem rasto desaparecem, deixando apenas recordações e dúvidas dilacerantes: fuga, rapto, crime, pedofilia, prostituição.Este artigo deve ser lido por todos, para meditar sobre os muitos horrores que vivem encapotados na sociedade. Esta deve ser uma preocupação diária, e não apenas quando surgem situações mediáticas.Só para não esquecer: o melhor do mundo são as crianças ! Dizem que para dar o verdadeiro valor a algo é preciso perder. Espero que não exista muita gente a cair neste erro.

FAMÍLIA





ESTABELECENDO GOVERNO DE DEUS NA FAMÍLIA / Fonte: Revista Plena

Como conduzir a minha vida em governo?
Como é difícil manter meu lar em ordem!
O que devo fazer para que meus filhos me obedeçam
Nós somos a criação de Deus, somos projeto seu, realização de Seu sonho. “O Senhor me disse: Tu és meu filho, eu hoje te gerei”. Sl 2:7

Deus se preocupa com o homem em todos os sentidos: financeiro, emocional, familiar.

Financeiro: “Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” Mat 6:26

Emocional: “Porque a sua vida dura só um momento; no seu favor está a vida; o choro pode durar uma noite; mas a alegria vem pela manhã.” Sal 30:5

Familiar: “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.” Gen 2:18

Deus estabeleceu o casamento para que o homem se tornasse uma pesoa completa e junto com sua mulher frutificassem e formassem uma família.

Infelizmente nem sempre é assim que acontece. Podemos observar lares totalmente destruídos, onde os verdadeiros valores já não existem mais e os papéis dos membros da família estão totalmente invertidos.

São lares disformes, em trevas e desordenados. “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo...” gen 1:2

Deus deseja estabelecer o seu reino na nossa vida e na família.

Quando a família reconhece seu estado pecaminoso e entrega suas vidas a Jesus, Ele entra na casa, e ali faz morada e transforma por completo e o que antes eram trevas passa a ser luz.

“E disse Deus: Haja luz. E houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.” Gen 1: 4

Nesse instante Deus começa a agir em cada setor da vida do cristão no lar. O que antes era desorganizado passa a ser organizado. Assim, cada membro começa a ocupar o seu devido lugar.
“E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; apareça a porção seca. E assim foi.

E chamou Deus a porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E viu Deus que era bom.” Gen 1: 9 e 10

Quando o lar do cristão está organizado, todos os que estão a sua volta percebem que nele há vida, prosperidade e bons frutos. Uma árvore tem que ser plantada em solo fértil, caso contrário, morrerá.

“E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi.” Gen 1:11

O lar cristão deve ser um modelo, um referencial para este mundo que já não sabe mais quem é o líder da família, qual o papel da esposa e
dos filhos.

“E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite, e fez as estrelas.” Gen 1:16

Deus fez o sol, como astro rei, a estrela com luz própria para iluminar a dia. Deus instituiu o varão como um líder espiritual no seu lar, apto para levar luz aos seus. O sol governa de dia e a lua a noite, ambos têm funções, horários e lugares definidos para se manifestarem.

O homem foi criado primeiro e a mulher foi criada para ser sua auxiliadora, de forma que ele não estaria sozinho em seu domínio sobre o mundo.

O homem recebe a atribuição de ser o primeiro responsável pela busca da semelhança com Cristo, de servir e de liderar o lar. Da esposa espera-se que retribua a liderança do marido com honra e afirmação.

A lua não possui luz própria mas é refletida do sol. Então cabe ao marido suprir as necessidades da esposa, amando, sustentando e cuidando dela como um tesouro, como Cristo cuida de sua noiva. (Ef 5:25)

As realidades de liderança e submissão, nos papéis “homem-mulher”, devem se desenvolver em amor, igualdade e complementaridade. Dessa maneira, a imagem de Deus é apropriadamente refletida.

Mas muitas vezes o que vemos são luas querendo governar o dia e sóis governando a noite. Sol e lua são de valores imensuráveis, não podemos viver sem um deles.

Marido, saiba que sua mulher ocupa um espaço e possui uma função.

Mulher, saiba que seu marido ocupa um espaço e possui uma função.

Mas, há outros lares que, por vários motivos só há o pai (sol) ou a mãe (lua) que governa. Neste caso eles devem e podem fazer as duas funções.

Quando olhamos o céu todo estrelado numa noite de verão, nos alegramos porque a noite torna-se muito mais agradável. A estrela tem a função de alegrar o céu e manifestar a grandeza de Deus.

Deus colocou nossos filhos (estrelas) para alegrar o lar, eles são prova da grandeza de Deus, são herança do Senhor. Sal 127:3

Mesmo que esteja tudo sem forma e vazio, Deus pode usar você para dar forma, trazer luz, separar as águas e estabelecer o governo de Deus na sua família. E tudo o que era improdutivo passa a produzir.

“E sonhou ainda outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim.

E contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que sonhaste? Porventura veremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra?” gen 37: 9 e 10

Revista Plena

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23 de maio de 2009

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O 43º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS


"Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade."
24 de Maio de 2009


Amados irmãos e irmãs,

Aproximando-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais, é com alegria que me dirijo a vós para expor-vos algumas minhas reflexões sobre o tema escolhido para este ano: Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade. Com efeito, as novas tecnologias digitais estão a provocar mudanças fundamentais nos modelos de comunicação e nas relações humanas. Estas mudanças são particularmente evidentes entre os jovens que cresceram em estreito contacto com estas novas técnicas de comunicação e, consequentemente, sentem-se à vontade num mundo digital que entretanto para nós, adultos que tivemos de aprender a compreender e apreciar as oportunidades por ele oferecidas à comunicação, muitas vezes parece estranho. Por isso, na mensagem deste ano, o meu pensamento dirige-se de modo particular a quem faz parte da chamada geração digital: com eles quero partilhar algumas ideias sobre o potencial extraordinário das novas tecnologias, quando usadas para favorecerem a compreensão e a solidariedade humana. Estas tecnologias são um verdadeiro dom para a humanidade: por isso devemos fazer com que as vantagens que oferecem sejam postas ao serviço de todos os seres humanos e de todas as comunidades, sobretudo de quem está necessitado e é vulnerável.

A facilidade de acesso a telemóveis e computadores juntamente com o alcance global e a omnipresença da internet criou uma multiplicidade de vias através das quais é possível enviar, instantaneamente, palavras e imagens aos cantos mais distantes e isolados do mundo: trata-se claramente duma possibilidade que era impensável para as gerações anteriores. De modo especial os jovens deram-se conta do enorme potencial que têm os novos «media» para favorecer a ligação, a comunicação e a compreensão entre indivíduos e comunidade, e usam-nos para comunicar com os seus amigos, encontrar novos, criar comunidades e redes, procurar informações e notícias, partilhar as próprias ideias e opiniões. Desta nova cultura da comunicação derivam muitos benefícios: as famílias podem permanecer em contacto apesar de separadas por enormes distâncias, os estudantes e os investigadores têm um acesso mais fácil e imediato aos documentos, às fontes e às descobertas científicas e podem por conseguinte trabalhar em equipa a partir de lugares diversos; além disso a natureza interactiva dos novos «media» facilita formas mais dinâmicas de aprendizagem e comunicação que contribuem para o progresso social.
Embora seja motivo de maravilha a velocidade com que as novas tecnologias evoluíram em termos de segurança e eficiência, não deveria surpreender-nos a sua popularidade entre os utentes porque elas respondem ao desejo fundamental que têm as pessoas de se relacionar umas com as outras. Este desejo de comunicação e amizade está radicado na nossa própria natureza de seres humanos, não se podendo compreender adequadamente só como resposta às inovações tecnológicas. À luz da mensagem bíblica, aquele deve antes ser lido como reflexo da nossa participação no amor comunicativo e unificante de Deus, que quer fazer da humanidade inteira uma única família. Quando sentimos a necessidade de nos aproximar das outras pessoas, quando queremos conhecê-las melhor e dar-nos a conhecer, estamos a responder à vocação de Deus - uma vocação que está gravada na nossa natureza de seres criados à imagem e semelhança de Deus, o Deus da comunicação e da comunhão.

O desejo de interligação e o instinto de comunicação, que se revelam tão naturais na cultura contemporânea, na verdade são apenas manifestações modernas daquela propensão fundamental e constante que têm os seres humanos para se ultrapassarem a si mesmos entrando em relação com os outros. Na realidade, quando nos abrimos aos outros, damos satisfação às nossas carências mais profundas e tornamo-nos de forma mais plena humanos. De facto amar é aquilo para que fomos projectados pelo Criador. Naturalmente não falo de relações passageiras, superficiais; falo do verdadeiro amor, que constitui o centro da doutrina moral de Jesus: «Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças» e «amarás o teu próximo como a ti mesmo» (cf. Mc 12, 30-31). Reflectindo, à luz disto, sobre o significado das novas tecnologias, é importante considerar não só a sua indubitável capacidade de favorecer o contacto entre as pessoas, mas também a qualidade dos conteúdos que aquelas são chamadas a pôr em circulação. Desejo encorajar todas as pessoas de boa vontade, activas no mundo emergente da comunicação digital, a que se empenhem na promoção de uma cultura do respeito, do diálogo, da amizade.

Assim, aqueles que operam no sector da produção e difusão de conteúdos dos novos «media» não podem deixar de sentir-se obrigados ao respeito da dignidade e do valor da pessoa humana. Se as novas tecnologias devem servir o bem dos indivíduos e da sociedade, então aqueles que as usam devem evitar a partilha de palavras e imagens degradantes para o ser humano e, consequentemente, excluir aquilo que alimenta o ódio e a intolerância, envilece a beleza e a intimidade da sexualidade humana, explora os débeis e os inermes.
As novas tecnologias abriram também a estrada para o diálogo entre pessoas de diferentes países, culturas e religiões. A nova arena digital, o chamado cyberspace, permite encontrar-se e conhecer os valores e as tradições alheias. Contudo, tais encontros, para ser fecundos, requerem formas honestas e correctas de expressão juntamente com uma escuta atenciosa e respeitadora. O diálogo deve estar radicado numa busca sincera e recíproca da verdade, para realizar a promoção do desenvolvimento na compreensão e na tolerância. A vida não é uma mera sucessão de factos e experiências: é antes a busca da verdade, do bem e do belo. É precisamente com tal finalidade que realizamos as nossas opções, exercitamos a nossa liberdade e nisso - isto é, na verdade, no bem e no belo - encontramos felicidade e alegria. É preciso não se deixar enganar por aqueles que andam simplesmente à procura de consumidores num mercado de possibilidades indiscriminadas, onde a escolha em si mesma se torna o bem, a novidade se contrabandeia por beleza, a experiência subjectiva sobrepõem-se à verdade.

O conceito de amizade logrou um renovado lançamento no vocabulário das redes sociais digitais que surgiram nos últimos anos. Este conceito é uma das conquistas mais nobres da cultura humana. Nas nossas amizades e através delas crescemos e desenvolvemo-nos como seres humanos. Por isso mesmo, desde sempre a verdadeira amizade foi considerada uma das maiores riquezas de que pode dispor o ser humano. Por este motivo, é preciso prestar atenção a não banalizar o conceito e a experiência da amizade. Seria triste se o nosso desejo de sustentar e desenvolver on-line as amizades fosse realizado à custa da nossa disponibilidade para a família, para os vizinhos e para aqueles que encontramos na realidade do dia a dia, no lugar de trabalho, na escola, nos tempos livres. De facto, quando o desejo de ligação virtual se torna obsessivo, a consequência é que a pessoa se isola, interrompendo a interacção social real. Isto acaba por perturbar também as formas de repouso, de silêncio e de reflexão necessárias para um são desenvolvimento humano.

A amizade é um grande bem humano, mas esvaziar-se-ia do seu valor, se fosse considerada fim em si mesma. Os amigos devem sustentar-se e encorajar-se reciprocamente no desenvolvimento dos seus dons e talentos e na sua colocação ao serviço da comunidade humana. Neste contexto, é gratificante ver a aparição de novas redes digitais que procuram promover a solidariedade humana, a paz e a justiça, os direitos humanos e o respeito pela vida e o bem da criação. Estas redes podem facilitar formas de cooperação entre povos de diversos contextos geográficos e culturais, consentindo-lhes de aprofundar a comum humanidade e o sentido de corresponsabilidade pelo bem de todos. Todavia devemo-nos preocupar por fazer com que o mundo digital, onde tais redes podem ser constituídas, seja um mundo verdadeiramente acessível a todos. Seria um grave dano para o futuro da humanidade, se os novos instrumentos da comunicação, que permitem partilhar saber e informações de maneira mais rápida e eficaz, não fossem tornados acessíveis àqueles que já são económica e socialmente marginalizados ou se contribuíssem apenas para incrementar o desnível que separa os pobres das novas redes que se estão a desenvolver ao serviço da informação e da socialização humana.

Quero concluir esta mensagem dirigindo-me especialmente aos jovens católicos, para os exortar a levarem para o mundo digital o testemunho da sua fé. Caríssimos, senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida. Nos primeiros tempos da Igreja, os Apóstolos e os seus discípulos levaram a Boa Nova de Jesus ao mundo greco-romano: como então a evangelização, para ser frutuosa, requereu uma atenta compreensão da cultura e dos costumes daqueles povos pagãos com o intuito de tocar as suas mentes e corações, assim agora o anúncio de Cristo no mundo das novas tecnologias supõe um conhecimento profundo das mesmas para se chegar a uma sua conveniente utilização. A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste «continente digital». Sabei assumir com entusiasmo o anúncio do Evangelho aos vossos coetâneos!

Conheceis os seus medos e as suas esperanças, os seus entusiasmos e as suas desilusões: o dom mais precioso que lhes podeis oferecer é partilhar com eles a «boa nova» de um Deus que Se fez homem, sofreu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade. O coração humano anseia por um mundo onde reine o amor, onde os dons sejam compartilhados, onde se construa a unidade, onde a liberdade encontre o seu significado na verdade e onde a identidade de cada um se realize numa respeitosa comunhão. A estas expectativas pode dar resposta a fé: sede os seus arautos!

Sabei que o Papa vos acompanha com a sua oração e a sua bênção.

43º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS




ORAÇÃO DA NOITE








Nas erguidas vai todo o arrependimento da minha auto independência, de todo o sofrimento que causei aos outros e a promessa de continuar a corrigir o meu defeito dominante. Recompensa , Senhor, os que por minha causa sofreram , perante o bem que na sua intenção esteve em fazer.
Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos quero amar com todo o meu coração, pesa-me de Vos ter ofendido. Com o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmamente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão das minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia. Amén

ORAÇÃO DA NOITE

Boa noite, Pai.
Termina o dia e a Ti entrego o meu cansaço.
Obrigado por tudo e perdão.
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos.
Pela alegria que vi no rosto das crianças.
Obrigado pelo exemplo que recebi dos outros.
Obrigado também pelo que me fez sofrer ...
Obrigado, porque naquele momento de desânimo
Me lembrei de que Tu és meu Pai.
Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida,
Pelo meu desejo de superação.
Obrigado Pai, porque me deste uma mãe
Compreensiva e carinhosa.
Perdão também, Senhor ...
Perdão por meu rosto carrancudo.
Perdão porque me esqueci de que não sou filho único,
Mas irmãos de muitos.
Perdão Pai, pela falta de colaboração,
Pela ausência de espírito de servir.
Perdão porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto.
Perdão por ter aprisionado em mim a Tua mensagem de Amor.
Perdão porque não estive disposto a dizer "sim", como Maria.
Perdão por aqueles que deveriam pedir-Te perdão
E não se decidem a fazê-lo.
Perdoa-me Pai, e abençoa meus propósitos para o dia de amanhã.
Que ao despertar, me domine um novo entusiasmo.
Que o dia de amanhã seja um contínuo "sim", numa vida consciente.
Boa noite Pai, até amanhã