Subi ao alto do monte.
A natureza sufocava
no negro que esfumava
vapores da terra queimada
sob o résteo horizonte.
O sol, fusco, vermelhava.
Pranteavam os pinheiros,
carvalhos e castanheiros,
pelos rebentos roubados
à idade aureolada
de verdes telas pujantes
à mistura, perfumados.
Agora caídos no chão
sob nacos de carvão,
sentires arrepiantes,
mostravam a malvadez
de tacanha mesquinhez
de quem ama desamores.
.
Subi aos fúnebres montes!
Distúrbios espalhados,
giestas de véus finados,
oravam nas pedras fendidas.
Dentre traições, horrores...
anciãos sufragavam dores
com a secura das fontes...
as mil forças investidas
pela sorte de suas vidas!
.
Numa previsão mundial
mais de chorar que rir,
ao meu coração, em degredo,
só apetece enterrar o medo
entre as cinzas da saudade
dos montes, em soledade!
-
De Maria do Rosário Guerra
19 de agosto de 2010
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