28 de abril de 2010

A NOSSA BELA VIRGEM MARIA-PADRE SÃO PIO

238. Gostaria de ter uma voz suficientemente forte para convidar os pecadores do mundo inteiro a amar Nossa Senhora. Porém, como não tenho poder para isso, pedi ao meu anjinho que cumprisse por mim essa tarefa.

239. Pobre Mãezinha, como me quer bem! Verifiquei-o de novo, no despontar desse belo mês [de maio]. Com quanta dedicação ela me acompanhava ao altar, hoje de manhã! Tive a impressão de que não tinha mais nada para pensar senão em mim, unicamente, ao encher-me o coração dos santos desvelos. Eu sentia um fogo misterioso do lado do coração, que não consegui entender. Sentia necessidade de colocar gelo ali, para apagar esse fogo que me vem consumindo.

240. Oh! Le joli mois que Le mois de mai! C’est le plus beau de l’année. Sim, caro padre, como este mês anuncia bem as suavidades e a beleza de Maria! Quando me vêm a mente os inúmeros benefícios que me fez essa Mãezinha, envergonho-me de mim mesmo, que nunca olhei com suficiente amor para o seu coração e para sua mão, que com tanta bondade os partilhava comigo; e o que mais me aflige é ter retribuído os cuidados afetuosos dessa nossa Mãe com tantos e contínuos desgostos.

Quantas vezes confiei a essa Mãe as dolorosas ânsias de meu coração perturbado! E quantas vezes me consolou! Mas qual foi o meu reconhecimento?… Nas maiores aflições, parece-me não ter mais mãe na terra, mas ter uma no céu, muito piedosa. Mas quantas vezes o meu coração estava calmo, e aí esqueci quase tudo; quase esqueci, até, dos deveres de gratidão para com essa bendita Mãezinha do céu!… O mês de maio para mim é o mês de graças.

241. Aqui está finalmente de volta o mês da bela Mãezinha… Essa cara Mãezinha continua a me dispensar cuidadosamente os seus desvelos maternais, sobretudo neste mês. Os seus cuidados para comigo chegam ao requinte… O que fiz para merecer tanta delicadeza? A minha conduta não terá sido, por acaso, um desmentido contínuo, não digo do seu Filho, mas mesmo do nome de cristão? No entanto, essa Mãe afectuosíssima, em sua grande misericórdia, sabedoria e bondade, quis punir-me de maneira muito sublime, derramando no meu coração tais e tantas graças que, quando me encontro na sua presença e na de Jesus, sou obrigado a exclamar: “Onde estou? Onde me encontro? Quem é que está perto de mim?” Sinto-me queimar, inteiro, sem fogo; sinto-me muito próximo e ligado ao Filho por meio dessa Mãe, sem nem mesmo ver as cadeias que me mantêm tão estreitamente próximo; mil chamas me consomem; sinto-me morrer continuamente e, no entanto, sempre vivo.

242. Jesus e Maria continuam a me servir de pais. Ó meu caro padre, quem pode lhe reproduzir as consolações que me faz sentir neste mês [de maio] a Mãezinha do céu?

243. Pode-se abandonar – diz Jesus – sobre este meu Coração e lembre-se de que eu sou o pai especialíssimo dos órfãos. Minha Mãe substitui aquela outra mãe que eu quis para mim.


244. Mas sou muito agradecido à nossa Mãe comum, Maria, por repelir essas armadilhas do inimigo. Agradeça, também o senhor, a essa boa Mãe pois tais graças especialíssimas que em todos os momentos me vai obtendo; no entanto, sugira-me algum novo meio para que possa ser totalmente agradável a essa bendita Mãe. O maior sinal de amor que o senhor poderá me demonstrar será exatamente que eu saiba que também o senhor agradece por mim a Nossa Senhora.

245. Só me desagrada, caro padre, não ter meios suficientes para poder agradecer à nossa bela Virgem Maria, por cuja intercessão não duvido, absolutamente, ter recebido tanta força do Senhor para suportar com sincera resignação as muitas mortificações a que tenho sido sujeito dia após dia.

246. Meu espírito se sentiu, num instante, transportado por uma força superior a um aposento muito espaçoso, todo fulgurante de luz vivíssima. Sobre um trono esmaltado, com pedras preciosas, vi sentada uma senhora de rara beleza: era a Virgem santíssima, tendo no colo o Menino, em atitude majestosa, um rosto esplêndido e mais luminoso que o sol. Em toda, toda a volta, uma grande multidão de anjos sob formas muito esplendorosas.

247. Agora parece que estou compreendendo qual foi o martírio da nossa Mãe diletíssima, o que não me foi possível antes. Oh! Se os homens entendessem esse martírio!, quem conseguiria desprezar essa nossa tão querida co-redentora? Quem lhe recusaria o belo título de Rainha dos mártires?

248. A Virgem das dores obtenha de seu santíssimo Filho fazer-nos penetrar cada vez mais no mistério da cruz e nos inebriar com ela ante os padecimentos de Jesus. A prova mais certa do amor consiste em sofrer pelo amado, e depois que o Filho de Deus padeceu tantas dores por puro amor não resta nenhuma dúvida de que a cruz carregada por ele se torna amável como o amor.

249. Ó Deus, que tortura sinto no fundo deste meu coração! Quando descansará? Sinto que este coração se dilacera. Não tenho onde pousá-lo. Se pudesse pelo menos ter a satisfação de libertá-lo desse martírio interno com lágrimas! A dor é grande e o petrificou.

Agora sim, compreendo, ó Jesus, por que a tua Mãe, admirando-te sobre a cruz, não chorou. Mas dize-me, Jesus, o que é
essa voz íntima que ouço continuamente: Ubi est Deus tuus, à qual não posso dar resposta, por medo de mentir?

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