Engraçada esta mensagem!
Se a olharmos, qual estendal interior
onde a vida é passagem
sem qualquer outro andor
que só leva a miragem
do que se fez sem fazer...
quantos vapores, sem saber?!
Nesta vida, sem um tutor,
sem qualquer visto de cor,
passam, aos milhares, por nós!
.
São mudas catedrais sem voz,
mas que choram, mas que rezam,
mas que uivam,mas que pesam
e que levam a água ao moínho
onde o pão é ave sem ninho
.
Não têm títulos, mas vida
em ruas, sem abrigo sob pontes,
sem noite, nem dia, nem ocaso.
Mensagens sem título (por acaso)...
abundam por montes e vales,
nas cidades,vilas, aldeias,
lugarejos isolados.
.
São as vidas sem geito
que qualquer um engeita,
quando num atiçar mordaz,
num chatear a meias...
diz quanto é capaz.
Engraçado! Tanto anonimato,
enterrado na lama,
lento que nem um pato,
que pelo nome, ninguém chama!
Títulos de algodão em rama
que silencia a real fama,
mas ateia, mas duro clama
pela sua identidade...
sem bilhete de identidade.
Mensagem destituída
de tecto, amparo, defesa,
com fome, com frio,
sob fogo, sob guerra,
sob dor, inglória indefesa
ao relento, com terra
que por mero sustento
o sangue martirizado
ensopa num momento.
.
Mensagens sem título!...
Aos milhares Santo Deus!
Só Tu as vês lá dos Céus!
.
A todas, todinhas, abraça!
Manda umas estrelinhas
que tragam umas luzinhas
a milhentos títulos de raça!
(sob capas de mensagem...
quais ramos sem folhagem).
.
de M.R.Guerra
19 de dezembro de 2009
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