25 de agosto de 2009

LEITURA INFORMATIVA E FORMATIVA-FRÁGEIS COMO O BARRO




Acostumados aos modernos meios de iluminação, temos dificuldades em perceber quanto era importante antigamente a pequena e simples lanterna. Apenas quando o repentino" black out"nos deixa na obscuridade total, entendemos a preciosidade daquela trémula chama, prontamente acesa para afugentar a ansiedade, o desalento e nos deixar pensativos numa expectativa que a luz moderna regresse.
Santo António dedica um trecho dos seus sermões à lanterna. Designa as quatro partes que a compõem - o barro, a estopa, o azeite e o fogo- e cada uma torna-se ingrediente para um sábio itinerário de vida. Assim, o barro, material de que a lanterna é feita, mostra o lado frágil da nossa existência. Na estopa, o Santo lê a necessidade de penitência, entendida positivamente como natural defesa do tesouro que está dentro de nós, como espírito de sacrifício e de fidelidade aos compromissos assumidos. O azeite, por seu lado, é a misericórdia e deve ser acendido com a chama do Amor de Deus, para que se propague em piedade ou seja na capacidade de olhar para o irmão ou irmã como um amigo a amar e, quando for necessário, perdoar.
Tal atitude exige doses abundantes de sabedoria e respeito mútuo.
Mas a chama do Amor de Deus é também Luz capaz de alegrar e de iluminar toda a casa.
Aquela chama de Amor deve jorrar sempre também do nosso coração, qual garantia e estímulo à nossa coerência cristã e ao crescimento do espírito.
É importante viver tendo sempre as lâmpadas acesas como as virgens prudentes de que nos fala o Evangelho, na espera do Senhor que vem como esposo, na noite!
Somente à luz deste Amor saberemos reencontrar todos os dias e todas as noites a "dracma perdida" varrendo cuidadosamente a nossa casa do joio que obscura a moeda da rectidão da vida que salva,ou seja o verdadeiro significado do nosso viver e, no futuro e até presente, do nosso morrer.

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