«Para quem iremos, Senhor?-
Tu tens palavras de vida eterna.»
O Evangelho deste Domingo convida-nos a fazer o ponto da situação da nossa fé.
Não se pode brincar ao acreditar e não acreditar: ou se está com Cristo ou se está contra Ele. Jesus não é de meias medidas e a nossa fé não se vive ao sabor dos ventos. Nos cristãos tem de crescer a consciência de se ser fiel à opção que se tomou e se quer viver. E quando se decide por Cristo é com coragem que se aceita tudo o que vem proposto; não podemos aceitar apenas algumas partes: este episódio é bom, estas palavras também são suaves, não choca muito… não se pode ser “mornos”. O cristão acolhe e assume a totalidade de Cristo na sua vida. Claro que por vezes é duro, são palavras demasiado fortes, ruidosas, incomodativas, para alguns “fora de prazo”. E, infelizmente, nos dias de hoje, são muitos os cristãos que fazem parte do grupo dos discípulos que dizem: “Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?”. Escolher Cristo não é tanto entrar pelo campo da compreensão e da razão, mas é aderir a Ele com tudo o que possa acontecer e confiar. É unirmo-no a Ele na comunhão de vida, ser uma coisa só com Ele, como Ele é com o Pai.
Evangelho segundo S. João (6, 60-69)
«Naquele tempo, muitos discípulos, ao ouvirem Jesus, disseram: “Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?” Jesus, conhecendo interiormente que os discípulos murmuravam por causa disso, perguntou-lhes: “Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do homem subir para onde estava anteriormente? O espírito é que dá vida, a carne não serve de nada. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida. Mas entre vós, há alguns que não acreditam.” Na verdade, Jesus bem sabia, desde o início, quais eram os que não acreditavam e quem era aquele que o havia de entregar. E acrescentou: “Por isso é que vos disse: Ninguém pode vir a mim, se não lhe for concedido por meu Pai.” A partir de então, muitos dos discípulos afastaram-se e já não andavam com Ele. Jesus disse aos Doze: “Também vós quereis ir embora?” Respondeu-lhe Simão Pedro: “Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus.”»
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