8 de abril de 2008

TENDA DA INTIMIDADE


O vazio desceu
neste momento!...
Nada , mas nada, o ocupa.
É Teu, o lugar é só Teu.

Seja a cela de seda ou cetim
não importa, não é assim?
Aconchega-Te bem a mim.

O calor faz a teia
e do casulo sai o elo
que o querer anseia.

Ó fica, Jesus, e permanece.
O dia vai longo e anoitece.

Até outro dia chegar
nada querer perceber
além desta intimidade,
dissolvendo o pensar.
A voz faz emudecer...
e no silenciar
pára de escutar
falando O calado.

Tu existes
e persistes
em deixar uma tenda
e que nela, a alma se estenda...
num abandono conjugal,
de entrega plena e mútua.
de igual para igual.

No Amor que pactua...
entre silêncios afins,
num elevar de Sins,
de Alfas e Ómegas
o íntimo actua.

Nada sei, nada penso,
sou Tua, a Ti pertenço,
já nada quero, tudo é Teu.

Que mais preciso eu?
Já nem o céu talvez...
porque esse me toma de vez
não obstante minha pequenez.

Adoro-te,Deus meu
na cela que o vazio ergueu.
Bem hajas!

de Maria do Rpsário Guerra e Graça

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