"SERÃO DOIS NUMA SÓ CARNE"(Gen 2,23)
TEXTO BÍBLICO-"Grava-me, como um selo em teu coração, como um selo em teu braço; Pois o amor é forte, é como a morte! Cruel como o abismo é a paixão;Suas chamas são chamas de fogo, uma faísca de Iahweh! As águas da torrente jamais poderão apagar o amor, nem os rios afogá-lo.
Quisesse alguém dar tudo o que tem para comprar o amor... Seria tratado com desprezo(Ct. 8,6-7)
INTRODUÇÃO
A forma como o Vaticano II aborda o Matrimónio e a família põe em relevo uma nova atitude e compreensão do matrimónio e da família. rejeita a primazia da procriação sobre os aspectos unitivos da sexualidade e insiste na sua devida harmonia e integração (GS 51) .
Com razão propõe a pessoa humana como centro integrador de todos os valores(do casamento e da família) e reconhece explicitamente os valores pessoais e inter pessoais que se situam no núcleo mesmo da sexualidade e sobre o muito que podem contribuir para o desenvolvimento positivo da pessoa (GS 49)
Expõe uma fina sensibilidade no que diz respeito às dimensões sociais e comunitárias da Sexualidade humana e do Matrimónio (GS 47, 49)
I-O Matrimónio nos desígnios de Deus
Conta-nos S. Marcos no seu Evangelho( 10, 1-12) que um dia os fariseus perguntaram a Jesus se era ou não permitido ao homem repudiar a sua esposa e Jesus apela para o príncipio.Como era no início-"O homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa e serão os dois uma só carne"(Mt 19,5)
I-O DESÍGNIO DE DEUS
Para percebermos o que é que é o Matrimónio como Sacramento, isto é, na sua capacidade de revelar Deus, importa partirmos daquilo que no princípio foi dito acerca do ser humano como casal. Estamos no campo da Fé e a função da Fé religiosa sobre a instituição matrimonial . Aparece claramente expressa nos relatos bíblicos sobre o "casal inaugural":(gen 1,26 e Gen 2,18-25 )
O relato mais antigo é este segundo, Gen. 2, 18-25 )-(que convem ler ) e dele queremos tirar o seguinte ensinamento:
A necessidade da relação interpessoal no homem; o homem não é chamado a viver em solidão, mas em diálogo de amor interpessoal-"Não é bom que o homem esteja só"(cen 2,18a)
O diálogo do amor supõe a IGUALDADE; para que possa acontecer uma relação interpessoal, o homem deve amar o outro semelhante a ele( cf Gen, 3, 18b ); por isso a mulher é da mesma natureza e dignidade que o homem como se vê na cena do desfile dos animais diante de Adão (Gen 2,19-20 ), os animais podem fazer companhia ao homem, mas não podem entrar em comunhão com ele, não são capazes de um relacionamento interpessoal.
- O relato da formação misteriosa da mulher (2, 21-22 ) indica a necessidade de integração dos dois seres para encontrar a complementaridade e totalidade do ser humeno:"Esta sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne(2, 23).
O-O diálogo da amor procura a união na unidade."Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe, para se unir à sua esposa e serão os dois uma só carne"(2, 24-25 ).
Aparece assim o Matrimónio monogâmico como situação ideal do amor conjugal.
O outro relato (Gén I, 26-31 ) insiste duma maneira partucular nos seguintes pontos:
O homem, ser humano, é Imagem e Semelhança de Deus-"E Deus criou o homem à Sua Imagem e Semelhança (1,27b)", e acrescentou:" Criou-o homem e mulher (1, 27 b) ;; a sexualidade enquanto tal é um aspecto integrante dessa "semelhança" que o homem tem com Deus.
-O autor sagrado volta a insistir na igualdade dos cônjuges. É que ambos nascem do mesmo acto Criador de Deus (1,27b) e assim partilham o mesmo domínio sobre a Criação(1, 28-29)
-o aspecto que mais chama a atenção neste relato é o da fecundidade"crescei e multiplicai-vos" (1,28)"
Nestes dois relatos está descrito o protótipo do casal tal como foi criado por Deus.
Mas também é este casal primeiro, original, que peca, desobedece e descobre a nudez.
O casal humano ideal sofre o drama do pecado. Deste drama irão participar sempre o amor e a sexualidade humana e o que Deus ao Criar viu que era "muito bom"( 1,31) irá levar consigo sempre esta queda original.
Este é o mistério do casal Humano, mistério de luz e de sombra, que conseguem realizar este ideal e outros que repetem o drama da separação do paraíso.
TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO"FORMAÇÃO CRISTÃ~A-CATEQUESE DE ADULTOS NA DIOCESE DA GUARDA- PARTE DO 9º TEMA
24 de março de 2008
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