Disponível,como que sem nada na manga,fui ao deserto.Só via areia em toda a extensão.
Lá ao longe vislumbrava duas dunas que se movimentavam ao sabor do vento.
Agachei-me e com a mão direita comecei a pegar em punhados de areia de cor amarela escura.Cada punhado de areia que tomava, parecia que se esfumava e subia.
De um momento para o outro senti uma sede muito forte.Procurei um oásis onde houvesse
água,mas não vi mais que areia.
Numa angústia de sufocar,inclinei-me para o chão e rezei:-Tenho sede.Dá-me, Senhor, da Tua Água!
Levantei a cabeça e para meu espanto,em lugar de areia estava um mar de gente suportando a mesma angústia.Virei-me para ela e gritei:-Rezemos em uníssono"Senhor,dá-nos da Água que de Ti jorra e não mais teremos sede".
Estas palavras fizeram eco por sobre a multidão num prolongamento para além do horizonte.
Seguiu-se um momento de profundo silêncio e quando reparámos ,a sede havia desaparecido e eu voltei a gritar:-Estamos curados.
A multidão partiu ordeiramente ,o deserto voltou mas envolvido dum certa frescura.
Acordei como que aliviada e em paz ,mas um pouco cansada.
autora:Maria do Rosário Guerra e Graça
16 de fevereiro de 2008
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