26 de fevereiro de 2008

MEDITAÇÃO INSPIRADA

(Pintura a óleo)

Comia a sopa e lia um texto sobre Maria.
A dada altura meus olhos pousaram no vaso com uma flor, filha de uma outra que meu pai havia acarinhado, há já um bom par de anos.Os rebentos dessa flor já os tenho partilhado por outras pessoas.Nunca, com ela, havia reflectido como agora.
Talvez porque estava sob uma certa repressão?
Eu sou aquela planta acarinhada pelo PAI desde a eternidade. Ele me criou para ser partilha do seu AMOR, não exigindo mais que serenidade, contemplação e conversão à docilidade do incansável AGRICULTOR. É no silêncio interior que ELE nos trabalha e conduz a nossa fragilidade.
O silêncio desta planta, é um grito do AMOR de DEUS por nós, convidando-nos a mergulhar no nosso NADA.Nele centramos a Omnipotência divina não obstante as dificuldades em sair da futilidade do mundo e esvaziarmos o odre com vinho podre, para que Ele o faça jorrar com ÁGUA de Vida Eterna.
ELE sabe que somos barro e que Ele é o OLEIRO.Assim leva-nos a esquecer o ter e, Humildemente introduz-nos no ser. Sem darmos conta já estamos a orar:"Senhor que quereis que eu FAÇA?"
Apercebemo-nos que temos na carne a dupla condição: a do Bom ladrão subindo a escada dos justos e, o do Mau ladrão resistente ao orgulho que Jesus espera ver derrotado pela misericórdia infinita do PAI.
Reconhecemo-la numa abjecção por nós mesmos,numa infiltração no sacrifício cruento de Cristo
e no abandono à acção do Espírito Santo, mostrando o caminho activo da silenciosa salvação.
É o FIAT numa total dependência à obra salvífica de DEUS.
Foi pelo FIAT que Maria penetrou no mistério infinito da MISERICÓRDIA divina da forma mais simples e Humilde e continuada, qual criança interceptada pelos raio brilhante do SOL da Aurora.

CONCLUSÃO:Estou numa atitude quaresmal.Como Maria, sinto-me a pétala pequenina da ROSA rubra, mas fragilizada pelos ventos soprando em direcções variadas. Entrego-Lhe o que sou e não sou e, o Seu amparo não faltará.
Tentarei ser a caneta que mesmo sem tinta ,utiliza para escrever a SEU gosto sem me importar do que deixa escrito.Tentarei ser a flor que me acompanhou ao comer a sopa.Tentarei interiorizar o barro do vaso que acolhe a flor e que vou regar para que não seque e que tantas vezes esqueço. Ela ainda não secou e vai esperando sempre por um beijo.
OBRIGADA , PAI, POR ESTE ENCONTRO.

DE Maria do Rosário Guerra e Graça

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