13 de abril de 2011
10 MANEIRAS DE PERDER UM CATEQUISTA
10 maneiras de se perder um catequista Na esmagadora maioria das nossas paróquias faltam catequistas. Os bons párocos e coordenadores de catequistas não perdem tempo a lamentar-se. Vão à luta, empenham-se em convidar e em formar novos catequistas. Mas, às vezes, cometemos erros imperdoáveis. E os novos catequistas, tão arduamente recrutados desaparecem de vista. Esta série de artigos pretende ser um alerta para evitar erros muito comuns na gestão dos catequistas. 1. Perder a pessoa no anonimato Fazemos um grande esforço para encontrar novos catequistas ou candidatos a catequistas. Fazemos convites pessoais. Pedimos aos outros catequistas que lancem a rede a outros. Fazemos apelos no final da missa. Como resultado de todos estes esforços, a Maria, de 37 anos, resolveu aceitar o desafio. Ela gosta de crianças, tem os filhos na catequese, sente que pode ser mais activa como cristã, apoiando a catequese. Com muita fé, algum receio e bastante entusiasmo, assinou o nome dela na folha que estava na secretaria da catequese. Deixou todos os contactos: telefone de casa, telemóvel, email... E passa-se uma semana, outra semana... e ninguém contacta com ela. Depois de três semana ela recebe um e-mail vindo do coordenador da catequese. Mas, ao lê-lo, a Maria percebe que aquilo é um texto enviado a todos os que deram o nome. Um texto igual para todos. A Maria decide apagar o e-mail. Este tratamento impessoal, massificado, deixa-a mal disposta. Empenhar-se pela evangelização deveria ser outra coisa. Se é para isso, para receber uma comunicação fria como uma carta das finanças, então a Maria não está interessada. Para mudar Não deixes passar mais de 48 horas depois de alguém responder a um apelo ou se oferecer para algum serviço. Promove o contacto e de forma pessoal. Só é aceitável usar o e-mail, para dizer que dentro de pouco tempo vais telefonar ou ter um encontro face a face com a pessoa que se ofereceu como catequista. Promove um encontro onde se possa falar sobre quais são as necessidades da paróquia, quais os interesses e motivações da pessoa. Procura responder correctamente a todas as questões que eles possam ter sobre o serviço que vão assumir. As pessoas apreciam a atenção pessoal do responsável da catequese. 2. Ajuda-me por favor Nada é pior do que convidar alguém para a catequese como um favor a ti. É claro que a pessoa não vai querer deixar-te mal, se tu a convidas para ser catequista como um favor pessoal. Mas os teus amigos vão realizar esse serviço como uma obrigação para contigo. Dimensões como o sentido de Igreja, a vocação de catequista vão ficar na sombra. O seu serviço vai ser insatisfatório porque a motivação original está equivocada. Para mudar Se tens amigos ou conhecidos que tenham desejo de servir na Igreja como catequistas, já tens uma vantagem no recrutamento: à partida já há uma relação estabelecida com eles. Não tens de começar do zero. Mas não podes partir da noção que, como tu gostas de ser catequista, todos os teus amigos hão-de gostar de ser catequistas. Pede a todos os potenciais interessados (independentemente da relação que tenhas com eles) que preencham uma lista de interesses e talentos. Ajuda-os a clarificar as motivações mais profundas. Tenta harmonizar as necessidades que tens na catequese com os interesses que há do lado da oferta. E não te esqueças de encaminhar, com respeito, para outros serviços da paróquia aqueles que desejam empenhar-se mais activamente, mas que não têm vontade/motivação/talento para a catequese. 3. Atirá-los às feras Um candidato a catequista ofereceu-se (ou foi convidado); falou com o coordenador de catequese e com o pároco. Tu precisas desesperadamente de alguém para o 7º ano. São um grupo de selvagens irrequietos com péssima fama entre os catequistas. Quem tem experiência há anos que se esquiva a ficar com esse grupo. Tu pensas com os teus botões: Aí está este novo catequista. Está cheio de entusiasmo. Traz novas ideias... Nem pensas duas vezes. Entregas-lhe a pasta com as inscrições deles, dás-lhe o guia e o catecismo, explicas-lhe como se faz para pedir os dvds à sala de apoio... mas dois dias depois do primeiro encontro de catequese, o novo catequista vem ter contigo, devolve-te o guia e o catecismo, tudo embrulhado num sorriso simpático: Obrigado pelo convite mas acho que não era bem isto que eu queria E aí vai ele. E nunca mais o voltas a ver na catequese. Para mudar Quando surge algum novo candidato a catequista, procura que ele tenha contacto com os vários serviços da catequese: as várias idades, as várias tarefas. Sempre acompanhado por um catequista mais experiente e bem formado. Quem se oferece para fazer catequese pode ainda não ter ideias muito claras sobre o que gosta de fazer, o que é capaz de fazer. Tu e a tua paróquia podem estar muito necessitados de mão-de-obra mas o novo catequista merece-te todo o respeito. Não o podes tratar como carne para canhão. Entregar-lhe uma tarefa para a qual não está preparado é péssimo. Para ele, porque se sente desmotivado. Para os catequizandos, porque são mal servidos. Para o grupo de catequistas, porque recebem a mensagem que não merecem respeito. 4. Dar aos candidatos uma falsa impressão No diálogo com as pessoas há uma regra óbvia (e muitas vezes esquecida): sê honesto à partida, porque, de uma maneira ou de outra, a verdade vem ao de cima. Isto vale para os negócios, para as relações internacionais, para os namoros. E também vale quando estás a convidar um novo catequista. Se te pões a pintar uma imagem de catequista que não corresponde à realidade, o candidato vai-se sentir enganado quando descobrir a verdade. E vai sentir que o seu sim foi dado numa base de falsidade. E sente-se leigitimado para se ir embora, assim que puder. Para mudar Descreve a tarefa que se pede aos catequistas com exactidão. Não digas que cada grupo tem 15 crianças quando o vais colocar num grupo de 25. Não lhe garantas que cada catequista novo é sempre acompanhado por um catequista mais velho, quando esse catequista acompanhante não existe. Assim que algum catequista aceita colaborar na paróquia, procura que ele participe num curso de iniciação. Isso vailhe permitir uma ideia clara do que é a catequese. Além disso, a paróquia deve ter um manual de instruções que deve ser entregue a cada catequista. Nesse manual estarão os valores e as tarefas dos catequistas. Deves informar o catequista de quais as suas tarefas, de quais os ritmos normais de trabalho. Ele deve saber com quem contactar quando tiver dúvidas ou problemas. 5. Falas muito... mas... Podes ter um estilo muito animado. Apresentas a catequese como algo apaixonante. Mas depois de te ver em acção, depois de falar com outros catequistas, um candidato a catequista conclui que tens muito estilo e pouca substância. Ele começa a perceber que apesar do teu estilo, isto da catequese não te entusiasma a sério. Para mudar Se gostas do que estás a fazer isso nota-se. Seja a fazer coisas importantes e vistosas, seja a fazer tarefas mais humildes e rotineiras. E é a tua atitude credível que vai ser capaz de aliciar outros para este serviço de Igreja que é a catequese. Por isso, quando te começas a sentir cansado, quando começas a esquecer o sentido do que tens vindo a fazer... pára para pensar. 6. Fazer suposições É óbvio, não? Precisamos de mais e de melhores catequistas... Toda a gente sabe isso Ou talvez não. Tu podes supor que os pais e o resto da paróquia conhecem as dificuldades porque passa a catequese (que são óbvias para ti). Mas, na realidade, os pais até poderiam estar disponíveis para colaborar mais mas supõem que tudo está a funcionar na perfeição. Pensam eles que, se tu precisasses de ajuda, a pedirias. Para mudar Comunica claramente as tuas necessidades a toda a gente. Não apenas aos candidatos a catequistas. Fala aos responsáveis de outros sectores da paróquia, aos catequistas mais velhos... a toda a gente. Nos órgãos de comunicação da paróquia (site, jornal...) vai dando informações actualizadas e concretas das necessidades de pessoal da catequerse. Quando souberes de alguém que poderia assumir um lugar de catequista, entra em contacto com ela e explica-lhe porque é que achas que a pessoa poderia prestar um bom serviço. Não tenhas medo de pedir a ajuda das pessoas: as pessoas não conseguem responder a uma necessidade que não sabem que existe. 7. Não partilhar a missão As pessoas gostam de sentir que fazem parte de algo importante. Elas gostam de saber que o seu esforço está a fazer a diferença. Se vais falar com um candidato a catequista e não consegues comunicar-lhe o sentido, a missão, da catequese... provavelmente, fracassaste ao tentar cativá-lo para a catequese. Porque não o conseguiste convencer do papel decisivo da catequese na vida das pessoas. Para mudar Partilha as metas da catequese com todos aqueles com quem contactas. Sem medo! A pessoa que tens à frente pode vir a dar um grande catequista! Quando as pessoas descobrem que fazer catequese não é entreter as crianças nem brincar aos professores primários mas que é assegurar a continuidade da Igreja e do Evangelho... então, a hipótese de ser catequista é muito mais valorizada. Os candidatos a catequistas precisam de saber que há uma razão profunda para as tarefas que lhes são pedidas. Por isso... não sejas forreta! Partilha essas razões. E partilha-as com frequência e criatividade. 8. Oferta sem opções Para este ano só temos falta de catequistas da adolescência. Se não quiseres pegar neste grupo do 9º ano, não nos serves. Ou quando mandas embora os jovens por serem muito novos. Ou os casados porque não têm tempo. Ou os solteiros porque não têm experiência. Ou os idosos, por serem velhos. Esta rigidez de critérios leva, cedo ou tarde, a que os candidatos a catequistas desistam depressa. Para mudar Organiza a catequese de modo que os candidatos a catequistas possam entrar por muitas portas. Mesmo que tenhas todos os catequistas de que precisas (Aleluia!!!) não desistas de procurar novos catequistas. O teu papel não é só resolver as necessidades mas também ajudar ao desenvolvimento vocacional das pessoas da tua comunidade. Inventa lugares e tarefas se necessário for. Mas nunca desprezes uma oferta generosa de alguém que quer dar o seu tempo e talentos em favor da catequese. 10- Não equipar as pessoas para a tarefa Os candidatos a catequistas não se aguentam muito tempo quando sentem que não foram preparados, treinados para as tarefas que lhes são pedidas. E mesmo os catequistas com mais tempo sentem-se mal quando não sentem que a sua competência cresce. Para mudar É teu dever ser claro com os novos catequistas sobre a forma como eles vão ser preparados para o seu ministério. Tens também de te assegurar que os materiais necessários para a catequese estão disponíveis. Além disso, oferece oportunidade de formação permanente a todos os que trabalham na catequese.
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