17 de julho de 2010

AVÓS-SOL SEM OCASO

AVÓS- SOL SEM OCASO

Avós, sol pôr na madrugada,
sem hora de partida,
nem hora de chegada,
não avistam o cansaço,
mas outro farol na vida
com outro sentir de espaço.
.
Foi um dia que o coração,
vibrou outra paixão.
Num alvo entusiasmo,
e sedento de amor,
com voz, ungida de pasmo,
afagam os lírios em flor.
.
Seus olhos, tempo se detêm
nos seus netos a contemplar.
A mente, em êxtase, flutua
naqueles botões a germinar
numa luz ténue de lua!
.
Seus corações pulsam forte
nos pensares que advêm,
num anseio de trazer sorte
àquelas crianças sem norte,
àqueles sóis a brilhar
sem montes escuros,
nem árduos futuros,
mas auroras de recordar
sol pôr sem se deitar.
.
Avós...violetas singelas
na obra da Criação,
são como anjos de Deus,
que dos céus descem
e a terra florescem
de amor pelos seus,
partilhando o coração.
.
de Maria do Rosário Guerra

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