VIAGEM DE FÉRIAS
.
Na viagem ascendente
na estação escolhida,
o combóio pára de fugida,
para férias de esperanças.
Entra gente, muita gente,
há velhos, novos, crianças...
Mal se senta , já se come
carne com pão
um pedaço em cada mão,
e uma peça de fruta.
.
A paisagem se desfruta.
.
Pouca terra... Pouca terra...
Passam casas, passa lixo,
passam montes e montinhos.
Os pastos verdinhos,
floridos e multicores,
enfeitam jardins amores.
.
Passam livros, doçarias,
pregões, alegrias.
gente estranha, conhecida.
.
E o combóio na sua lida...
Pouca terra... Pouca terra...,
ora afrouxa, ora apressa.
A gente balouça mas não tropeça.
.
Uh!...Uh!...Uh...por todo o lado.
O mundo ilusório, parado,
permanece vivo mas calado.
Sente-se, um vento de solidão
cortado de repente...
.
Pouca terra...Pouca terra...
Passa o mar, passam rios,
há barquinhos e navios...
há caixotes acamados,
arrumadores sentados.
.
Pouca terra...Pouca terra...
Já se dorme, já se avinha
na viagem já cadente.
.
Da janela se desfruta
um sol pôr acolhedor.
O fresco traz consigo
o escurecer amigo.
.
Pouca terra... Pouca terra...
Passa o túnel, passa a ponte.
Há estrelas, há noitada.
pouca terra... pouca terra...
Vê-se o escuro do monte .
.
Já se pensa na chegada,
ao torrão da morada
com família, outra gente.
.
Com céu enevoado,
ouve-se a voz final:
-Senhores passageiros...
chegámos a Pombal!
Que a viagem tenha agradado!...
.
Pouca terra!... parou.
A viagem terminou.
Espera gente, sai bagagem,
apeiam-se veraneantes,
eufóricos, excitantes!
Vêm braços enlaçados,
quais pombos arrolhados
que sorvem outra aragem!
.
Uh!... Uh!...
Pouca terra... Pouca terra...
O combóio a apitar,
para outra viagem
lento, vai ora sair!...
E vê-se ora a subir
mais uma serra
no seu velho plainar!...
de Maria do Rosário Guerra
19 de junho de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário