2 de maio de 2010

QUEM É O SANTO PADRE?

O SANTO PADRE, O PAPA

Um grupo de alegres crianças foi visitar o Santo Padre Pio XII. – Quem é o Papa, perguntou ele? – Todos responderam: o Papa é o Vigário de Cristo na terra. É a cabeça visível da Igreja. – É o pai de todos os cristãos.
Depois se dirigindo ao menorzinho, perguntou: E tu saberias dizer quem é o Papa? – O pequeno sem hesitar responde: Tu és Jesus (1).
A grande mística dominicana Santa Catarina de Sena, dizia que o “Papa é o doce Cristo na terra”.
Seu amor pelo Papa e pela Santa Madre Igreja, se resume nesta frase: “Se morrer, saberei que morro de paixão pela Igreja”.
Escreve o Papa Pio XII: “Nada se pode conceber de mais glorioso, mais nobre, mais honroso do que pertencer à Igreja Santa, Católica, Apostólica e Romana, pela qual nos tornamos membros de um corpo tão santo. Somos dirigidos por um chefe sublime, e somos penetrados por um único Espírito Divino; enfim somos alimentados neste exílio terrestre por uma só doutrina e um só Pão celeste, até que finalmente tornemos parte na única e eterna bem-aventurança celeste” (Pio XII – Mystici Corporis Christi Nº 90 – 29/06/1943). (2).
O Ex-Bispo Grahan Leonard da Igreja Anglicana de Londres revela o motivo de sua conversão ao Catolicismo Romano: “Na Igreja Católica encontra-se a verdade sem subjetivismos”. Diz mais sobre o Papa : “ O essencial da primazia petrina não é a honra, mas a jurisdição. E isso porque se trata de defender a verdade, os direitos da verdade. O primado do Papa é essencial para a Igreja porque é de instituição divina. É essencial também para alcançar a verdadeira unidade entre as igrejas”. (3)

O SIGNIFICADO DA PALAVRA PAPA

O Papa, (do grego, pai), segundo a santa doutrina católica, é o sucessor de São Pedro no governo da Igreja Católica Apostólica Romana e o Vigário de Cristo na terra. Tem autoridade sobre todos os fieis e sobre toda hierarquia eclesiástica, incluindo a Concilio Ecumênico, e é infalível quando fala “ex cathedra” sobre assuntos de fé e moral.
Há quem defenda a origem do palavra como resultado dos iniciais do título de São Pedro: “Petrus Apostolus Princeps Apostolurum (Pedro Apostolo, Príncipe dos Apóstolos).
O Papa é o sucessor de São Pedro, a pedra sobre a qual Nosso Senhor Jesus Cristo edificou a sua Igreja, o Vigário de Cristo na terra, o “princípio perpétuo e o fundamento visível da unidade na Fé e na Caridade da Igreja” (4).
São Pedro Apóstolo, a quem Jesus Cristo outorgou o primado na Santa Madre Igreja, (João 21, 15-17; Mateus 16, 18-19), estabeleceu sua sede primeiro em Antioquia, depois, durante 25 anos, em Roma pelos anos de 42 d.C, que se tornou então a sede principal do cristianismo. A tradição entre Roma e o papado vem confirmada desde os primórdios da Igreja, os grandes Santos Padres: Santo Inácio de Antioquia (+ 110), São Justino (c. 100-165), São Basílio Magno (329-379), Santo Irineu (140-200), Santo Agostinho (350-430), São João Crisóstomo (c. 354 - 407) e outros imprimiram a sentença: “Ubi Petros, ibi Eclésia, ubi Eclésia ibi Christus – Onde está Pedro está a Igreja, onde está a Igreja está Jesus Cristo”.
A tradição que se refere que São Pedro foi martirizado em Roma, crucificado de cabeça para baixo em 64 ou 67, funda-se nos Fatos de Pedro (apócrifo) e na História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia .
Como sucessor de São Pedro, o Papa é o supremo soberano e mestre dos fiéis, exercendo autoridade suprema e universal. Quando, como chefe supremo da Igreja, define verdade de fé ou moral para a Igreja Universal, tem o dom da infalibilidade. É o supremo legislador e Juiz, promulgando leis para toda a Igreja, ou concedendo dispensas nas leis comuns. Somente ele pode criar e dividir dioceses; transferir e nomear bispos; convocar e dissolver concílios universais.
Concede indulgências do tesouro da Santa Igreja, comina censuras, como a excomunhão, e reserva para si, o poder de levantar determinadas excomunhões.


O PAPA SUCESSOR DE SÃO PEDRO

“O que Cristo Senhor, Príncipe dos pastores e Pastor Supremo das ovelhas, instituiu no Bem-Aventurado Apóstolo Pedro, para perpetua salvação e perene bem da Igreja deve, por vontade do próprio Cristo, durar para sempre na Igreja, que fundada sobre a pedra, subsistira firme até a Consumação dos séculos ( Mateus 7, 25; Lucas 6, 48). Na verdade, ninguém duvida, pelo contrario, é fato conhecido em todos os tempos que pó santo e beatíssimo Pedro, Príncipe e Cabeça dos Apóstolos, coluna da Fé e fundamento da Igreja Católica recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo, Salvador e Redentor do gênero humano, as chaves do Reino: Pedro ‘vive’, preside e ‘exerce o poder de julgar, até o presente e para sempre, na pessoa de seus sucessores’ (Concilio de Éfeso), ou seja, nos bispos da Santa Fé Romana, por ele fundada e com seu sangue consagrada” (D-5 3056). (5).

INFALIBILIDADE PAPAL

O dogma da infalibilidade papal ocorreu no Concilio Vaticano I (1869-1870). Em 13 de Julho de 1870, por grande maioria de votos, aprovou a proposição do dogma. Em 18 de Julho de 1870, o Papa Pio IX, homologou a resolução do concilio e anunciou a constituição dogmática em causa. Pio IX foi o Papa do mais longo pontificado, 32 anos.
“Nós, seguindo a tradição fielmente recebida desde os primórdios da Fé cristã, para glória de Deus, nosso Salvador; para exaltação da religião católica e salvação dos povos cristãos, com aprovação do sagrado concílio, ensinamos e definimos que é dogma revelado por Deus: Que o Romano Pontífice, quando fala ex cathedra – isto é, quando, cumprindo seu múnus de Pastor e Doutor de todos os cristãos, define, em razão de sua suprema autoridade apostólica, que uma doutrina de Fé ou de Moral deve ser guardada por toda a Igreja – goza, em virtude da Assistência Divina que lhe foi prometida na pessoa Bem-aventurado Pedro, daquela infalibilidade com que o Divino Redentor quis que fosse dotada Sua Igreja ao definir uma doutrina de Fé ou de Moral; e que portanto tais definições do Romano Pontífice são irreformáveis por si mesmas, não pelo consenso da Igreja. Se alguém, pois, tiver ousadia (que Deus não o permita!) de contradizer esta Nossa definição – seja anátema”. (Constituição Dogmática “Pastor Aeternus”, D-S 3073-3075)


O PAPA E O COLÉGIO EPISCOPAL

“O Colégio ou Corpo Episcopal não tem autoridade se nele não se considerar incluído, como chefe, o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e permanecer intacto o poder primacial do Papa sobre todos, quer Pastores quer fiéis. Pois o Romano Pontífice, em virtude do seu cargo de Vigário de Cristo e Pastor de toda a Igreja, tem nela poder pleno, supremo e universal, que pode sempre exercer livremente. Mas a Ordem dos Bispos, que sucede ao Colégio Apostólico no magistério e no governo pastoral, e, mais ainda, na qual o Corpo Apostólico perpetuamente perdura, junto com o seu Chefe, o Romano Pontífice, e nunca sem ele, é também detentora do supremo e pleno poder sobre toda a Igreja, poder este que não pode ser exercido senão com o consentimento do Romano Pontífice. Pois o Senhor colocou apenas Pedro como pedra e guarda-chaves da Igreja (cf. Mateus 16, 18-19; 28, 16-20) e o constituiu Pastor de todo o Seu rebanho (cf. João 21, 15 ss.).
Mas é sabido que o encargo de ligar e desligar, conferido a Pedro (Mateus 16,19), foi também dado ao Colégio dos Apóstolos, unido à sua cabeça (Mateus 18, 18; 28, 16-20). Este colégio, enquanto composto por muitos, exprime a variedade e universalidade do Povo de Deus e, enquanto reunido sob uma só cabeça, revela a unidade do redil de Cristo. Neste colégio, os Bispos respeitando fielmente o primado e chefia da sua cabeça, gozam de poder próprio para o bem dos seus fiéis e de toda a Igreja, corroborando sem cessar o Espírito Santo a sua estrutura orgânica e a sua harmonia ...” (LG, 22). (6).

O PRIMADO DE PEDRO NO NOVO TESTAMENTO

Não resta dúvida de que já nos escritos do Novo testamento o Apóstolo Pedro ocupa lugar de preeminência. É o Apóstolo mais citado: 171 vezes, ao passo que o segundo citado é João, cujo nome ocorre 46 vezes. Mais ainda:

a) Pedro é o primeiro que Jesus chama e envia: Mc 1, 16-20; Mt 4, 15s; Lc 5, 1-11;
b) Na lista dos Apóstolos é sempre o primeiro ao passo que Judas é o último: Mt 10, 2-4; Mc 3, 16-19; Lc 6, 14-16 At 1,3.
c) A vocação de Pedro está associada a uma mudança de nome; ver Jo 1,41s; Mc 3, 16,18. Jesus lhe dá o nome de Kephas, Rocha. Na antiguidade o nome exprimia a realidade íntima do respectivo sujeito. No Antigo Testamento Deus mudou o nome de Abrão para Abraão (Gn 17,5) o de Sarai para Sara (Gn 17,16), o de Jacó para Israel (Gn 32,29). De cada vez a mudança implicou uma promessa..., promessa que dizia respeito aos fundamentos do povo de Deus. Ao trocar o nome de Simão pelo de Kephas (Rocha), Jesus quis significar que, no novo povo de Deus, Pedro teria o papel de fundamento sólido como a rocha.

Muito significativo são os textos de Mt 16, 13-19 (a promessa do primado); Lc 22, 31s (a oração de Jesus por Pedro, designado para confirmar seus irmãos na fé) e Jo 21 15-17 (a entrega do primado: “Apascenta...”).

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