A paz interior é um dom do Espírito Santo, diz a Carta aos Gálatas:
“Por seu lado, são estes os frutos do Espírito: amor, alegria, paz” (Ga 5, 22).
Mas isto não quer dizer que o Espírito Santo nos substitui nesta tarefa de construir a paz. Deus está connosco, mas não em nosso lugar.
Uma das primeiras atitudes da pessoa para construir a paz interior é tentar educar a sua mente e o coração, tentando eliminar ideias e sentimentos negativos no dia a dia da nossa vida. É uma tarefa, mas sobretudo uma arte que os evangelhos nos aconselham encarecidamente. Os pensamentos negativos não contribuem para a solução dos nossos problemas e são um obstáculo à nossa felicidade: “Quem de entre vós, com as suas preocupações, pode prolongar a duração da sua vida?” (Mt.6,25-27). O evangelho de Lucas acrescenta:
“Tende cuidado para que as vossas vidas não fiquem pesadas devido às preocupações” (Lc.21,34).
Os pensamentos negativos desgastam-nos e geram stress. Este, por seu lado, gera ansiedade a qual provoca uma aceleração do ritmo cardíaco e faz subir tensão arterial.
Apesar do ritmo acelerado em que o mundo caminha, nós podemos contrariar em nós esta tendência de uma crescente excitação da vida diária.
Acolhamos o dom das forças de Deus e teremos a paz necessária para vivermos de modo feliz: “O fruto do Espírito é a paz” (Ga.5,22; Rm.8,6).
Além de se sentir sempre cansada, a pessoa em stress sente-se frustrada por não poder produzir. Os pensamentos positivos como confiança, segurança, vontade de perdoar e servir os outros são um remédio milagroso para curar esta enfermidade.
Cristo deixou-nos a Paz interior como o grande dom do Espírito Santo:
“Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou” (Jo.14,27).
São Paulo, depois de ter experimentado a riqueza do dom da paz, diz aos Colossenses: “Reine em vossos corações a paz de Cristo à qual fostes chamados, formando um só corpo” (Col.3,15).
Estas afirmações não são produto de uma teoria qualquer. São revelação de Deus. O Espírito Santo, no nosso íntimo, é o manancial da paz que faz jorrar em nós alegria e felicidade.
Deus oferece-nos a paz como remédio para edificarmos a nossa felicidade, diz o evangelho de Lucas:
“O Senhor guia os nossos passos no caminho da paz” (Lc.1,79).
A paz e a felicidade não são produto do mundo ruidoso. Emergem no interior da pessoa na medida em que esta sintoniza interiormente com a presença de Deus.
Segundo o ensinamento de Jesus, as coisas mais importantes acontecem no nosso interior. Por isso ele aconselha os discípulos a buscarem o silêncio: “Retiremo-nos para um lugar deserto e fiquemos ali por algum tempo” (Mc.6,31).
Traduzindo esta proposta de Jesus para os nossos dias diríamos que quinze ou vinte minutos de meditação diária são fundamentais para realizarmos a “higiene” da mente e do coração.
Nesses momentos, o nosso coração dilata-se ao ponto de nos sentirmos em comunhão com todos os seres humanos, como diz São Paulo:
“Tudo vos pertence (…) a vida, a morte, as coisas presentes e as futuras. Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus” (1Cor.3,21-23).
Quando sentirmos o nervosismo a progredir ponhamos um travão dizendo-nos: “Para quê toda esta agitação? Não pretendo dominar o mundo!
Jesus convida-nos a pôr as nossas dificuldades nas mãos de Deus. Não para sermos substituídos, mas para que o Espírito Santo dinamize e optimize as nossas forças e capacidades. Eis o que diz o evangelho de Mateus:
“Não andeis preocupados, dizendo: ‘que iremos comer, beber ou vestir? (...) Procurai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta a sua dificuldade” (Mt 6, 31-34).
Se nos deixamos dominar pelo frenesim do mundo destruímo-nos e não conseguiremos ser válidos para os outros. Temos de aprender a livrar-nos da sobrecarga nervosa.
A pressa excessiva e o activismo não trazem vantagens para ninguém. O remédio para curar esta doença está em grande parte ao meu alcance.
Sei que Deus está em mim e por mim. A alegria que brota da paz interior está ao meu alcance. Com efeito, se esvaziar a mente e o coração o dinamismo libertador de Deus invade-me e enche-me da sabedoria necessária para acolher o dom da paz:
“Felizes os servos que o Senhor, ao chegar, encontrar vigilantes” (Lc.12,37).
A presença libertadora de Deus é uma realidade que podemos experimentar. Não se trata apenas de ideias teóricas.
Se treinarmos a mente e o coração para acolher a Palavra e o Espírito Santo, muito em breve sentiremos uma mudança na qualidade da nossa vida pessoal e relacional.
Esta experiência significa o Reino de Deus a acontecer dentro de nós como diz a Carta aos Romanos:
“O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm.14,17).
Quando Paulo escreveu estas palavras não estava a pensar numa realidade distante e fora do mundo. Pelo contrário, estava a falar de algo que se experimenta, como diz o evangelho de Lucas:
“A vinda do Reino de Deus não é observável no nosso exterior. Não se poderá dizer: ei-lo aqui! ou ei-lo acolá, pois o Reino de Deus está dentro de vós” (Lc.17,20-21). É importante tomarmos estas afirmações bíblicas a sério.
A edificação da paz interior tem muito a ver com o estilo de pensamento que alimentamos no dia a dia da nossa vida.
Se tememos uma realidade de modo contínuo, começamos a criar condicionamentos psíquicos, ao ponto de fazermos que aconteça aquilo que tememos.
Nas nossas conversas eliminemos palavras associadas ao medo e à ansiedade, pois estas condicionam os nossos comportamentos no sentido do fracasso.
As nossas palavras são resultado do nosso pensamento. Mas as palavras também geram o nosso modo de pensar. Por outras palavras, falar muito dos nossos medos de fracassar, faz que tenhamos cada vez mais tendência para pensamentos negativos.
A pessoa que fracassa devido aos seus pensamentos negativos começa a ser progressivamente posta de lado.
8 de maio de 2010
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