Os Papas peregrinos de Fátima
Em ambiente de festa e de esperança, Portugal prepara-se para
receber a visita do Santo Padre Bento XVI, de 11 a 14 de Maio. O
Papa será recebido em Lisboa, em Fátima e no Porto.
Na primeira Nota Pastoral a propósito desta visita, divulgada
a 6 de Outubro de 2009, a Conferência Episcopal Portuguesa sublinhou
que “o Santo Padre vem, essencialmente, como peregrino
de Fátima, onde encontrará uma expressão viva de todas as Igrejas
de Portugal. (…) Quando o Papa se faz peregrino, na qualidade de
Pastor universal da Igreja, é toda a Igreja que peregrina com ele. Por
isso, esta sua peregrinação reveste um grande significado pastoral,
doutrinal e espiritual”.
Bento XVI pretende, tal como fizeram os seus antecessores, visitar
este santuário para, peregrino entre os peregrinos, daqui falar ao
mundo.
Recordemos algumas das anteriores visitas papais ao Santuário
de Fátima.
”
Paulo VI empreendeu a primeira visita de um Papa a Portugal,
em Maio de 1967, no cinquentenário das aparições de Nossa Senhora
aos videntes Lúcia, Francisco e Jacinta.
Dois anos antes, a 13 de Maio de 1965, este Papa havia enviado
como legado Pontifício a Fátima o Cardeal Fernando Cento para
este entregar ao Santuário a Rosa de Ouro, expressão de particular
reconhecimento por serviços prestados à Igreja.
Em Fátima, a 13 Maio de 1967, Paulo VI anunciou-se como
“peregrino humilde e confiante” e teve como intenções dominantes
da sua peregrinação rezar pela “paz interior” da “Igreja una,
santa, católica e apostólica” e pelo “mundo, a paz no mundo”. Da
homilia da Missa do dia 13 ficou para a posteridade esta exortação:
“Homens, sede homens. Homens, sede bons, sede cordatos,
abri-vos à consideração do bem total no mundo. Homens, sede
magnânimos”.
O Santo Padre João Paulo II
Um agradecimento à Mãe celeste
Após o atentado falhado de 13 de Maio de 1981, João Paulo
II reteve uma convicção profunda, que testemunhou com as seguintes
palavras: “Eu devo a minha vida a Nossa Senhora de Fátima”.
Assim, um ano após esta data, em 1982, o “Papa de Fátima”,
como ficará para a história, peregrinou a este santuário mariano
português.
Na noite de 12 de Maio, pela primeira vez presente na Capelinha
das Aparições, João Paulo II sublinhou o motivo da sua vinda a Fátima,
perante o conhecido atentado na Praça de S. Pedro :
"Há um ano, ao tomar consciência, o meu pensamento
voltou-se imediatamente para este santuário, para
depor no coração da Mãe celeste este meu agradecimento
por me ter salvo do perigo”.
Dez anos depois do atentado, em 1991, o Papa peregrino
regressaria a Fátima, após em 1984 ter pedido para
lhe ser levada a Roma a imagem de Nossa Senhora de Fátima
entronizada na Capelinha das Aparições, para a consagração do
mundo à Virgem.
A 13 de Maio de 1991, em Fátima, disse João Paulo II: “De
coração profundamente comovido e maravilhado diante do plano
criador e salvífico de Deus para realizar a plenitude a que Ele
nos chamou, Eu, Peregrino convosco dessa Nova Jerusalém, vos
exorto, queridos irmãos e irmãs, a acolher a Graça e o Apelo que
neste lugar se sente mais palpável e penetrante,
no sentido de ajustarmos os nossos caminhos
aos de Deus. Saúdo-vos a todos, amados
peregrinos de Nossa Senhora de Fátima,
aqui presentes física ou espiritualmente”.
“A expressão mais alta do reconhecimento de Fátima por João
Paulo II deu-se a 13 de Maio de 2000, com a beatificação dos
dois videntes mais novos e o anúncio da publicação da terceira
parte do segredo”, considera Mons. Luciano Guerra,
antigo reitor do Santuário de Fátima,
em artigo publicado na “Enciclopédia de
Fátima” (uma edição Principia, Maio 2007).
Nessa visita a Fátima, além da oferta da sua jóia preciosa – o
anel do “Totus Tuus” (Todo Teu, Maria) – este Papa pediu que a
imagem de Nossa Senhora fosse de novo a Roma a fim de encerrar
o Ano Santo com a consagração do Milénio à Mãe.
Outro singular gesto da ligação deste Papa a Fátima
aconteceu quando João Paulo
II ofereceu a Nossa Senhora de Fátima
a bala que o trespassara em 1981.
Esta bala foi no ano de 1989 encastoada na coroa
preciosa de Nossa Senhora de Fátima,
que tinha sido oferecida pelas mulheres de Portugal
em 1942.
Leopoldina Simões
17 de abril de 2010
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