28 de março de 2010

SALMO 109-SALMO DA ESPERANÇA

PRECE CONTRA OS INIMIGOS

Este salmo individual de súplica toma como motivo acusações infundadas de pessoas que lhe pagam o bem com o mal (v.2-5). Os v.6-8 contêm a reacção quase primária contra os referidos ataques, invocando castigos contra os seus inimigos. Estes versículos são, ao mesmo tempo, exemplo de imprecações feitas em elevado estilo literário. Nos v.21-31 o salmista atinge a serenidade de uma oração que exprime a sua confiança em Deus.




1Ao director do coro. De David. Salmo.
Ó Deus, a quem eu louvo,
não fiques em silêncio.
2Pois abriram a boca contra mim,
com fraudes e traições,
e falaram de mim com linguagem mentirosa.
3Cercam-me com palavras de ódio,
atacam-me sem razão.
4Em paga do meu amor, acusam-me;
mas eu entrego-me à oração.
5Pagam-me o bem com o mal,
o amor com o ódio.
6Eles dizem: «Suscita contra ele um homem mau
e à sua direita esteja um acusador.
7Quando for julgado, saia condenado,
e, na sua apelação, resulte incriminado.
8Sejam abreviados os seus dias
e outro ocupe o seu lugar.
9Que os seus filhos fiquem órfãos
e a sua mulher fique viúva!
10Que os seus filhos andem errantes a mendigar
e sejam expulsos das suas casas em ruína.
11Que o credor lhe tire todos os seus haveres
e os estranhos lhe arrebatem o fruto do seu trabalho.
12Que ninguém tenha compaixão dele,
nem dos seus filhos órfãos.
13Que seja exterminada a sua descendência
e seja apagado o seu nome numa geração.
14Que o SENHOR conserve na sua lembrança
a culpa de seus pais
e jamais se apague o pecado de sua mãe.
15Que tais pecados estejam sempre presentes ao SENHOR
e que Ele faça desaparecer da terra a sua memória.
16Pois esse homem nunca pensou em usar de misericórdia,
mas perseguiu o pobre e o desvalido
e empurrou para a morte o aflito de coração.
17Amou a maldição: que ela caia sobre ele!
Desprezou a bênção: que ela o abandone!
18Revestiu-se da maldição como de um manto:
que ela penetre nas suas entranhas como água
e, como azeite, nos seus ossos;
19seja para ele como um vestido a envolvê-lo
e a apertá-lo como uma cinta.»
20Que o SENHOR castigue assim os meus caluniadores
e os que falam mal de mim.
21Mas Tu, SENHOR, meu Deus,
por amor do teu nome, ajuda-me.
Salva-me, pela tua bondade e misericórdia!
22Porque estou pobre e aflito,
e tenho o coração angustiado dentro de mim.
23Desfaleço como a sombra que declina;
vejo-me enxotado como um gafanhoto.
24Os meus joelhos vacilam de tanto jejuar
e o meu corpo definha de magreza.
25Tornei-me para eles objecto de desprezo;
ao verem-me, abanam a cabeça.
26Socorre-me, SENHOR, meu Deus;
salva-me, pela tua bondade.
27Para que saibam que és Tu o meu salvador,
que foste Tu, SENHOR, que assim fizeste.
28Eles poderão amaldiçoar-me, mas Tu abençoas-me.
Que os meus inimigos se cubram de confusão
e que o teu servo se regozije.
29Que os meus inimigos se encham de vergonha;
que a sua confusão os cubra como um manto.
30Agradecerei bem alto ao SENHOR
e louvá-lo-ei no meio da multidão.
31Porque Ele é o defensor do pobre;
salva-o dos que o querem condenar

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