
Paris, Portugal, Bruxelas...
Cimeiras e mais cimeiras em prol da PAZ.
Entretanto ateia-se a guerra.
Numa agitação constante, mordaz.
Um turbilhão de (pacificadores)
tenta dissolver esta luta tenaz,
que não pára.
E... como serra...
corta aqui, ceifa acolá,
consoante lhes apraz.
Mas não...
A guerra tem de continuar.
Não pode acabar!...
Caso contrário como empregar
milhares de escravos seus,
ganhando a jorna a fabricar:
armas, bombas, fardas, tanques,
bombas atómicas estanques,
mísseis,granadas...chapéus.
em prol da concórdia na Terra?!
(Gesto pacífico que no ódio se enterra)
Mais conferências. Salas repletas.
Nunca se falou tanto como agora)
As frenéticas palmas, soando,
são rajadas de vento soprando
sobre a paz escasseando,
em tom assustador.
Na Bósnia, Angola, Moçambique,
Sarajevo, Israel, Timor,
mundo fora...
a discórdia é companheira da dor.
O ego relativista dos opressores
vai-se afirmando,
comodamente ajustando
num apogeu materialista
às dores, depressões, clamores
dos indefesos e oprimidos.
(Voltámos à era dos mártires)
Entretanto...nos écrans...
uma criança apreensiva,
com lágrimas nos olhos,
tímida, desvanecida,
abatida, evasiva, fugitiva,
em silêncio vai discursando...
implorando,acautelando...
que as palavras não são preservativos...
duma paz consciente.
Mas não te ouvem, minha querida!
Teu discurso é inculto e só a Deus compraz.
Talvez por isso, só tu serás capaz
de dar ao mundo a invejável PAZ,
que os homens procuram...
entre alaridos, balbúrdias, escarcéus.
Então...
Os horrores da guerra se esquecerão.
Teus sofrimentos, em imolação,
aurorescerão o novo Dia
em que os homens olharão os céus.
À guerra se oporá a Paz,
ao ódio a Caridade,
à mentira a Verdade,
à ofensa o perdão,
ao egoismo a liberalidade,,
à tormenta a bonança...
Só contigo, entre dilúvios de Alegria,
haverá champanhizada
em taça brindada.
(Num fraternizar Amigo
à vitória do Amor)
Entretanto...sem perderes a Esperança...
vês prosseguir a guerra...
onde o orgulho desumano se aferra.
Poema de M.R.Guerra
Em 1959

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