13 de dezembro de 2009

O SENHOR VIRÁ-3º DOMINGO DO ADVENTO
















O ADVENTO caracteriza como sendo um tempo de perdão e de graça, de misericórdia e de redenção para toda a humanidade. Verdadeiramente «é Deus, o próprio Deus que vem salvar-nos.»

A vinda do Senhor

Os cristãos durante o tempo de Advento esperam paciente e jubilosamente a vinda de Jesus. Já veio na humildade de uma simples criança. Virá de novo no fim dos tempos. Aguardamos a sua vinda gloriosa e festejamos o aniversário da sua primeira vinda. Esperamos o Senhor até Ele aparecer! Vem, Senhor Jesus, ó vem de pressa! É este um dos cânticos entoados nas Igrejas, durante o tempo de Advento.

«Dai firmeza aos vossos corações, pois a vinda do Senhor está próxima», escrevia S. Tiago aos cristãos do seu tempo. A proximidade do Natal empresta à Liturgia deste Domingo uma alegria festiva. A humanidade canta a gratidão por todos benefícios que a Encarnação do Verbo nos trouxe. Cumpriram-se as profecias e estamos cheios de consolação. Com o profeta Isaías podemos nós também hoje anunciar com voz de júbilo aos corações desanimados: «tende coragem!» Aí vem o desejado das nações! «É Deus o próprio Deus que vem salvar-nos!»

Em comunhão com o povo da Antiga Aliança e com toda a Igreja dos nossos dias supliquemos com as palavras do salmista: «vinde, Senhor e salvai-nos!»



Fala o Santo Padre



«O Advento convida-nos ao júbilo e à alegria, porque já está próximo o encontro com o Salvador.»

1. «Alegrem-se o deserto e a terra seca, o campo floresça de alegria» (Is 35, 1). Um insistente convite à alegria caracteriza a liturgia deste terceiro domingo de Advento, chamado domingo "Gaudete", porque a palavra «Gaudete» é, precisamente, a primeira da antífona de entrada. «Alegrai-vos», «regozijai-vos»! Ao lado da vigilância, da oração e da caridade, o Advento convida-nos ao júbilo e à alegria, porque já está próximo o encontro com o Salvador.

Na primeira leitura, que escutámos há pouco, encontrámos um verdadeiro hino à alegria. O profeta Isaías preanuncia os prodígios que o Senhor realizará em favor do seu povo, libertando-o da escravidão e reconduzindo-os à pátria. Com a sua vinda, realizar-se-á como que um novo e mais importante êxodo, que fará reviver em pleno o júbilo da comunhão com Deus. Para todos os que estão desencorajados e desconfiados ressoa a «boa notícia» da salvação: «os resgatados de Javé sentirão uma alegria sem fim e a tristeza e o pranto fugirão» (cf Is 35, 10).

2. «Coragem! Não tenhais medo; eis o vosso Deus... Ele vem salvar-vos» (Is 35, 4). Quanta confiança infunde esta profecia messiânica, que deixa entrever a verdadeira e definitiva libertação, realizada por Jesus Cristo. Com efeito, na página evangélica que foi proclamada nesta nossa assembleia, Jesus, respondendo à pergunta dos discípulos de João Baptista, aplica a si próprio o que Isaías tinha afirmado: é Ele o Messias esperado. «Ide diz Ele contar a João o que vedes e ouvis: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa Nova é anunciada aos pobres» (Mt 11, 4-5).

Está aqui a razão profunda da nossa alegria: Em Cristo completou-se o tempo da espera. Deus realizou, finalmente, a salvação para todo o homem e para toda a humanidade. Com esta íntima convicção, preparamo-nos para celebrar a festa do Santo Natal, acontecimento extraordinário que reacende nos nossos corações a esperança e a alegria espiritual. […]

7. «Sede pacientes até à vinda do Senhor» (Ti 5, 7). O Advento convida-nos à alegria, mas, ao mesmo tempo, exorta-nos a esperar com paciência a vinda do Salvador que está próxima. Convida-nos a não desanimarmos, resistindo a todo o tipo de adversidades, certos de que o Senhor não tardará a chegar.

Esta paciência vigilante, como sublinha o apóstolo Tiago na segunda Leitura, favorece a consolidação de sentimentos fraternos na Comunidade cristã. Reconhecendo-se pequenos, pobres e necessitados da ajuda de Deus, os crentes unem-se entre si para acolher o seu Messias que está para vir. Ele virá no silêncio, na humildade e na pobreza do Presépio e dará a sua alegria a quem lhe abrir o coração.

Avancemos, portanto, com espírito alegre e generoso para o Natal. Façamos nossos os sentimentos de Maria, que esperou o Redentor na oração e no silêncio e lhe preparou com cuidado o nascimento em Belém.



João Paulo II, na Paróquia Romana





de Sta. Maria Josefa, 16 de Dezembro de 2001

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