Meu pensamento foge,
sobre as nuvens que passam à tôa.
Veloz como elas, vôa
ao visar o céu azulado
dum verão quase deixado!...
Vão-se eufóricas paixões...
de amores sem casamento.
Morrem doridas ilusões,
consumadas, pelos ares fora
entre fumo e tormento,
(mas saudosas, agora
que o Outono é chegado).
O existir, é uma constante...
Sobem outras sensações.
O descanso sem descansar...
descobre outras emoções.
E o silêncio se agita
no prosseguir da terra bendita.
Com pingas e vento a soprar...
a alma prossegue liberta...
e nova sinfonia desperta
outra canção de embalar.
A Vida que nela povôa
continua acrescida
no ascendente patamar.
Há outra página aberta...
com folhas beijando o chão,
pincelando a floresta.
O ar, com vapores de Verão,
espalha o típico odorizante
de húmus térreo, fumegante.
Aos poucos, o frio oficiante,
sem perguntar se molesta
a todo o ser se acomoda,
num existir também feliz
entre roupas à sua moda.
O cinzento... triste,nada diz.
O sol esguelhão, mais perto,
olha-me e, por certo,
enseja por me aquecer.
Retoma-se a vida a crescer
entre espigas de Esperança.
No advento doutro ano
há que avançar, renascer,
á luz dum renovo, a nascer
em cada coração humano
num ícone belo e natural...
...globalizante e cordial
em etéreo diário natal!
de Mria do Rosário Guerra
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