12 de setembro de 2009

COMENTÁRIO- "A FÉ SEM OBRAS É MORTA"- DOMINGO XXIV DO TEMPO COMUM


Fixou-se, como aforismo da vida cristã, esta máxima da epístola de S. Tiago: "A Fé sem obras é morta", precisamente para recomendar a todos os crentes a necessidade de conformarem a sua existência quotidiana com os ditames da doutrina por eles seguida.
A tentação, de embora acreditando na palavra do Senhor, não a cumprirmos, é muito antiga. Já os profetas do Antigo Testamento, de muitas maneiras, atacavam os homens piedosos, de exterior perfeitos, mas por dentro imoralidade, mentira e podridão.
Jesus, no Evangelho, afirma, muitas vezes, a necessidade da coerência prática do nosso viver com os ensinamentos por Ele pregados.
"Feliz o homem que ouve a palavra de Deus e a põe em prática"
Nem todo aquele que diz:
" Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus,
mas sim aquele que pratica a vontade
do Meu Pai que está no Céu"
" Quem me Ama, guarda as minhas palavras"
Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que
vendo as vossas boas obras
gloriifiquem o Pai que está nos Céus".
Estas são algumas das recomendações do Mestre divino
a inculcar-nos a fé realizada na Caridade.
Os Apóstolos continuam a mesma doutrina de Jesus.
S. Paulo diz na carta aos Gálatas.
"Em Cristo Jesus, nem a circuncisão tem valor nem a incircuncisão tem valor, mas a fé agindo pela caridade.
S. João escreve:"Filhinhos, não nos amemos com palavras ou com a língua,
mas com acções e verdade"
S. Tiago propõe uma pequena parábola,
dum pobre que é recebido com humanidade
e provas de cortesia, mas é mandado embora sem nada.
Assim não tirará proveito algum para a sua miséria.
Caridade hipócrita será a de boas palavras sem mais não fazer.
Essa ressoará aos ouvidos do indigente como um sarcasmo e ultrage.
S. João Baptista, com a mensagem do Antigo Testamento
apenas exortava os ouvintes: "O que tem duas túnicas dê uma,
e o que tem alimentos faça o mesmo".
S. Tiago, explica a sua mensagem com três exemplos: os dos Demónios, o de Abraão e o de Raab. Aqueles são inteligentes, conhecem a Deus mas como não cumprem a Sua vontade não se salvam. Abraão aceitou Deus, mas provou o seu amor caminhando para o monte Moriá, a fim de sacrificar o filho da promessa. Raab ao salvar os dois israelitas a libertar-se,
mereceu a salvação da vida bem como a da sua família.
S. Tomás de Aquino ensinava aos alunos que" A verdade da fé não é só crença do coração, mas também a manifestação externa que se faz ,tanto com palavras professando a fé, como pelos actos com os quais alguém mostra a sua fé".
Esta fé explicada nesta Epístola é a virtude teologal que consiste na adesão da inteligência e da vontade à autoridade de Deus revelador...
Dizer o Credo e não praticar os mandamentos é erro completo, porque não se concorda com os ditos do juízo final proclamados por Jesus"Vinde benditos do meu Pai, recebei o Reino que vos está preparado, desde o princípio do mundo, pois estava nu e deste-Me de vestir, tive fome e deste-me de comer, tive sede e deste-Me de beber"...
A uniformidade de quanto se pensa com o que se faz é sinal de rectidão ,de carácter, a repelir toda a mentira e engano.Pensar uma coisa e fazer outra será hipocrisia e engano.
Deus não pode deixar-se honrar por imposturas e falsidades e vir ainda premiar uma fé dissimulada e mentirosa.
" O Reino de Deus não consiste em falar mas em fazer"- confirma S. Paulo na carta aos Gálatas.


Do jornal Católico " A GUARDA"

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