Senhor! Sinto-me um barco navegando num mar de ninguém, muito pobre, nu, sem investimentos, sem projectos, sem anseios, sem alforge, sem nada. Sinto parecer-me com o fogo sem queimar, que tudo não passa de fumo que não deita cheiro nem tem côr.Sinto a leveza dos pássaros que em qualquer altura levanta asas, pois não tem ninguém atrás, nem à frente nem à rectaguarda, nem sente a necessitada de alguém ao leme.No mar ,o reflexo azul do céu é o espelho da Tua presença, com o sorriso da Tua bondade, com o amparo da Tua misericórdia com a solidão hamoniosa dos cantos dos anjos que Te acompanham noite e dia, fazendo as vossas delícias, em adoração contínua, perante o mundo que mostra claramente a sua frieza .
Sinto-me pó transparente, mas do qual o Espírito Santo tira partido e lhe dá Alento e o sentido da existência, com a Alegria das Suas obras.
Do barco não visualizo montes, nem terra para desviar os meus olhos do momento presente da Tua . Porém, o Teu coração amigo, Teu olhar meigo, meu abandono no Teu colo, com o da maternidade de Maria, povoam o mar de ondas mansas que conduzem o barco sem nada mais que Tu mesmo em mim.
Posso a isto chamar solidão? Não!
Antes, isso sim,uma aposta do teu silêncio que enche toda a cidade do teu Céu onde também me inseris ,numa paternidade e maternidade afins.
Choro e junto-me a quantos, nestas horas de a sós com o SÓ,são livres, porque nus de si mesmos e cheios do Vinho que sai das tuas chagas e alegra os peixes que povoam o mar. Bendita a hora do teu santo AMOR que da taça transborda. ALELUIA!
Sou o Barro da Tua OLARIA
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