18 de novembro de 2008

ARRUFOS DE QUEM É DEUS SANTO


Defender o meu Rei é um dever ajustado.
Mas defender-me... até onde a minha ousadia?
Recusar-me como vassala... até onde a cobardia?


Olho à direita e à esquerda... só Tu és o Amigo.
Apertam teus choros a minha traição.


Como sou capaz de Vos atormentar...
Vós, sempre pronto em perdoar?


Nesta grande e cruel ingratidão
como revejo teu Amor em labaredas
nas lavas do vulcão, soltando
gemidos entre dores acesas
para que me vá quedando,
e profundamente soletrando

o Teu A...M...O...R de P...A..I.

Dono de mim, perdoai!

Como o demónio atraiçoa
e satânico magoa
o Teu Coração Criador!...
Face ao barro sem credos!

Incomensurável em dar,
a ostra de perlas carregadas
dentre a cruz dura enfiadas,
só quer em Ti fundir e alindar .
o global destas sombras escuras,
e que Tu não descuras.


Ó meu Deus e Senhor,
faz-me captar Tua peleja,
pela Fé que me arpeja
e me leva junto à Fonte...


Sem vulcão em labaredas
mas com águas cristalinas e puras ,
pastagens verdejantes e ledas.
(Onde o perecer não angustia
e a luz refaz outro dia,
rumo ao cimo do Monte!...)

Lentamente, o fogo queimando,
a tentação vai afastando.

E...

Teu seio... baixinho, perdoando...
me beija entre arrufos de P...A...I...
na Solidão vigiando
a subida do Monte Sinai.

OBRIGADA. AMÉM.

de Maria do Rosário Guerra

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