9 de julho de 2008

A PAZ DOS PEQUENINOS- BULIÇOSA MAS NATURAL


Senhor, sabes que Te amo. Sei que de modos diversos posso revelar-Te o meu Amor. Presentemente, porém, só sei revelar-To com o meu cansaço, a minha frustração, a minha angústia, a minha nudez de sentimentos abaixo dos que tanto têm que fazer em favor do Teu reino, as minhas lágrimas, a minha solidão, a minha marginalização, no meu envelhecer...

A Fé sem obras nada vale, não é ? Estou a cair nessa apatia o que me inquieta. Só encontro essas obras na oração e no trabalho de casa. O "fazer muito está-me a deixar cansada. Já me cansa o BARULHO, tenho necessidade do silêncio, do trabalhar na sombra ( e aqui com uma certa escuridão de permeio.)

Como não hei-de amar a Querida Igreja do Silêncio, se ela se vai esplanando em mim? Queridos irmãos da China, Quénia, Senegal, Timor, Rússia e tantas outras paragens, estou muito unida a vós. Sinto que ela também existe, em muitos corações humildes, apagados, ignorados, quer no seio das famílias, quer no meio de campos apostólicos. Sofre-se muito aqui, neste campo! Fazei, Senhor, o nosso coração semelhante ao Vosso

Ai, Caridade! Tanto se brinca com ela!

Tanta desorientação e inquietação , que impedem tantos de ir mais longe.

Senhor, aceita-me como sou e ensina-me a dizer" não" e" basta" quando o "SIM" vai além da Caridade e das capacidades de doação. Apetece-me gritar que o AMOR anda e está muito esquecido e abandonado. A Ti, também não Te apetece fazer o mesmo? Tanto sol encoberto pelas nuvens que não arredam para o não deixar aquecer, nem mostrar sequer um raio da sua luz brilhante...

Silêncio e esquecimento total no mundo em que vivo, seria o melhor caminho. Mas esta inquietação insatisfeita desperta cada vez mais no campo de Te amar e de estar cada vez mais unida a Ti. Este sofrimento, no fundo, é que me leva à interiorização unitiva contigo.

Espírito Santo, vinde em meu auxílio. Vós que sois a força que ajuda os corações a visualizar o monte.

Vem depressa e traz a paz a este inquietante estado de alma.

Não quero julgar. Quero somente amar, quase direi, o impossível. A incompreensão é o maior martírio da Igreja do Silêncio e que forja grandes mártires.


de Ao sabor das ondas

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