A noite avança destemida.
Apagou-se a estrela matutina.
Chegou a companheira verpertina,
a estrela do "Pastor", polida,
porque sem penumbra de véu,
acalentando meu pequeno Céu.
Ainda o sono vem longe...
De luz ténue e prateada,
o regaço acomoda, silente.
Me chama uma vez...
E chama de novo. Sorrindo atenta,
qual murmúrio do vento,
sabiamente me fala.
Na cela, em surdina, se cala
entre mil ensejos, sem espaço.
O íntimo reaquece,
o recolhimento acontece,
o colo aveludado aparece
pegando Jesus no regaço.
A estrela se queda e vela
Jesus se anela.
A intimidade tudo esquece.
À pequenez se revela.
Meu coração O embala,
O diálogo não se cala.
Seu olhar é palavra que assume
no silente coração que a HISTÓRIA resume,
que tudo desfruta , acolhe,
e recolhe em oração.
A noite avança...o sono não vem.
A vida, sem princípio nem fim
com raios de luz nascente
traz consigo, em brisa premente,
o passado num porvir crente.
Neste Agora sem fim,
Virgem Mãe , vela por mim,
sofrente com dor afim.
Jesus desfigurado no Pleno da Vida
tira o sono e retorna à ferida
Ó estrela do Pastor,
leva a todos o fulcro do Amor!
Apaga da MÃE os espinhos da DOR
pelo Eterno Redentor.
Estrela prossegue brilhando,
ao fixar a mãe com enleio.
A dor sussurrante amainando,
pede aos anjos que desçam
e as dores da Mãe adormeçam
entre hinos de louvor.
E foi assim, que tudo aconteceu !
Adorando, Ela, tu e eu
vemos Jesus sem receio,
olhar a Mãe com enleio.
Por uns tempos tudo esqueceu
No colo desta cela se envolveu,
e ali mesmo adomeceu...
para Alegria e encanto meu.
Na oração que então congregou,
aqueçam teus raios o Corpo velado.
Meu coração dormirá também,
com Jesus crucificado...
mas nas dores aliviado!...
Obrigada, Estrela do pastor.
de Maria do Rosário Guerra e Graça
22 de julho de 2008
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