28 de dezembro de 2011

MENSAGEM SOBRE A PAZ DO PAPA PAULO VI



MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
PAPA PAULO VI
PARA A CELEBRAÇÃO DO
XI DIA MUNDIAL DA PAZ

1 DE JANEIRO DE 1978



NÃO À VIOLÊNCIA, SIM À PAZ



Ao mundo, à Humanidade, Nós ousamos dirigir, uma vez mais, a palavra suave e solene Paz. Esta palavra oprime-Nos e exalta-Nos. Ela não é nossa: desce do reino invisível, o reino dos céus; e Nós advertimos bem a sua transcendência profética, que não é extinguida pelos nossos humildes lábios, que lhe prestam a voz: « Paz na terra aos homens, a quem Deus quer bem » (Lc. 2, 14). Sim, Nós repetimos: a Paz deve existir! A Paz é possível!

Este é o anúncio: é esta a nova, uma sempre nova e grande mensagem; é este o Evangelho, que também no dealbar do novo ciclo sidéreo, o ano da graça de 1978, Nós devemos ainda proclamar para todos os homens: a Paz é o dom oferecido aos homens, que eles podem, eles devem acolher e colocar no vértice dos seus espíritos, dos seus programas, das suas esperanças e da sua felicidade.

A Paz - para já o recordamos - não é um sonho puramente ideal, não é uma utopia atraente, mas infecunda e inacessível; é, sim, e deve ser uma realidade: uma realidade móbil e a produzir em todas e cada uma das estações da civilização, do mesmo modo que o pão de que nos nutrimos, fruto da terra e da divina Providência, mas produto também do homem trabalhador. Porquanto a Paz não é um estado de ataraxia pública, em que quem dela desfruta está dispensado de toda e qualquer preocupação e defendido contra toda e qualquer importunação, e pode conceder-se uma felicidade estável e tranquila, a qual terá mais a feição de inércia e de hedonismo do que de vigor vigilante e operoso; a Paz é um equilíbrio que se apoia sobre o movimento e que desenvolve continuamente energias de espírito e de acção; é uma fortaleza inteligente e viva.

Nós, por isso mesmo, também no limiar deste novo ano de 1978, suplicamos a todos os homens de boa vontade, às pessoas responsáveis pela conduta colectiva da vida social, aos Políticos, aos Pensadores, aos Publicistas, aos Artistas, aos inspiradores da opinião pública, aos mestres das escolas, da arte e da oração, e depois, aos grandes ideadores e operadores do mercado mundial de armas, a todos, que retomem com generosa honestidade a reflexão sobre a Paz no mundo, hoje!

Parece-Nos a Nós que há dois fenómenos capitais que se impõem à atenção comum, com clara relevância na avaliação da mesma Paz.

O primeiro fenómeno é magnificamente positivo, e é constituído pelo progresso evolutivo da Paz. Esta é uma ideia que vai conquistando prestígio na consciência da humanidade; ela vai avançando e precede e acompanha a ideia do progresso, que é a da unidade do género humano. A história do nosso tempo, há que dizê-lo para sua glória, está toda ela matizada pelas flores de uma esplêndida documentação em favor da Paz, pensada, querida, organizada, celebrada e defendida: Helsínquia o ensina. E confirmam estas esperanças a próxima Sessão Especial da Assembleia Geral da ONU, consagrada ao problema do desarmamento, assim como os numerosos esforços de grandes e de humildes operadores da Paz.

Ninguém hoje em dia ousa sustentar como princípios de bem-estar e de glória programas declarados de luta mortífera entre os homens, isto é, de guerra. Até mesmo onde as expressões comunitárias de um legítimo interesse nacional, sufragado por motivos que parecem coincidir com as razões prevalecentes do direito, não conseguem afirmar-se mediante a guerra, como via de solução, confia-se, ainda aí, que possa ser evitado o recurso desesperado ao uso das armas, hoje como nunca loucamente homicida e destruidor. Mas a consciência do mundo, no entanto, sente-se horrorizada pela hipótese de que a nossa Paz mais não seja do que uma trégua e de que uma incomensurável conflagração possa ser fulmineamente desencadeada.

Nós quereríamos estar em condições de afugentar este imanente e terrível pesadelo, proclamando com grandes brados o absurdo da guerra moderna e a absoluta necessidade da Paz, não já fundada sobre o prevalecer das armas, hoje em dia dotadas de uma infernal potência bélica (recordemos a tragédia do Japão), ou sobre a violência estrutural de alguns regimes políticos, mas sim sobre o método paciente, racional e solidário da justiça e da liberdade, qual é o que as grandes instituições internacionais hoje existentes estão a procurar promover e tutelar. Nós confiamos em que os ensinamentos magistrais dos Nossos grandes Predecessores, Pio XII e João XXIII, hão-de continuar a inspirar quanto a este tema fundamental a sapiência dos mestres modernos e dos homens políticos contemporâneos.

Mas queremos aludir agora a um segundo fenómeno, este negativo e concomitante com o primeiro: é o fenómeno da violência passional, ou cerebral. Ele está a difundir-se na vida civilizada moderna, valendo-se das facilitações de que goza a actividade do cidadão, para insidiar e ferir, à traição habitualmente, o concidadão-irmão que constitua legalmente obstáculo a um interesse próprio. Esta violência assim, que podemos ainda denominar privada, se bem que astutamente organizada em grupos clandestinos e facciosos, está a assumir preocupantes proporções, tais que a fazem tornar-se costume. Poder-se-ia defini-la como delinquência, pelas expressões anti-jurídicas com que ela se caracteriza; mas as manifestações que, de há tempos para cá e nalguns ambientes, ela tem vindo a apresentar, exigem uma análise apropriada, assaz diversificada e difícil.

Promana a violência de uma decadência da consciência moral, não educada, não assistida, permeada habitualmente de um pessimismo social, que extinguiu no espírito o gosto e o empenho pela honestidade professada por si mesma, bem como aquilo que há de mais belo e de mais ditoso no coração humano, o amor, o amor verdadeiro, nobre e fiel. Com frequência a psicologia do violento tem como ponto de partida uma raiz perversa de vingança ideal, e por conseguinte de uma justiça insatisfeita, curtida em pensamentos amargos e egoístas, e potencialmetne desabusada e desenfreada no sentido de alcançar o ojectivo seja ele qual for; e então o possível substitui-se ao honesto; o único entrave é o temor de incorrer em alguma sanção pública ou privada; e por isso, o modo de comportar-se habitual de uma tal violência é o de agir às escondidas e de perpetrar actos vis e proditórios, que compensam a mesma violência com o sucesso impune.

A violência não é fortaleza. Ela é, sim, a explosão de uma energia cega, que degrada o homem que a ela se entrega, rebaixando-o do plano racional para o nível passional; e até mesmo quando a violência conserva um certo domínio de si, ela procura vias ignóbeis para se afirmar, as vias da insídia, da surpresa, da vantagem física em confronto com um adversário mais fraco e talvez indefeso; vale-se da surpresa e do medo deste adversário e do desvario próprio; e se isso se passa assim entre os dois contendentes, qual deles será o mais vil ?

E quanto a um aspecto da violência erigida em sistema « para ajustamento de contas », não recorre, ela, acaso, a formas abjectas de ódio, de rancor e de inimizade que constituem um perigo para a convivência e que desclassificam a comunidade, na qual a mesma violência vai decompondo os próprios sentimentos de humanidade, que formam o tecido primário e indispensável de qualquer sociedade, seja ela familiar, tribal ou comunitária?

A violência é anti-social pelos próprios métodos que lhe permitem organizar-se com uma cumplicidade de grupo, no qual uma desviada e secretíssima solidariedade constitui o cimento de coesão e o escudo de protecção; um desonrante sentido da honra confere-lhe um paliativo de consciência; e está aqui uma das deformações hoje difundidas do verdadeiro sentido social, que encobre com o segredo e com as ameaças de vingança sem piedade certas formas associadas de egoísmo colectivo, desconfiado em relação à legalidade normal, e sempre hábil para iludir a sua observância, tramando, como que por força das coisas, empresas criminosas, as quais algumas vezes degeneram em actos de desapiedado terrorismo, epílogo da falsa via adoptada e causa de lamentáveis repressões. A violência leva à revolução, e a revolução à perda da liberdade. É errado o eixo social em torno do qual a violência faz girar o próprio fatal desenvolvimento; tendo explodido como uma reacção de força, não privada por vezes de um impulso lógico, ela conclui o seu ciclo contraposta a si própria e aos motivos que provocaram a sua intervenção. É caso para recordar, talvez, a frase lapidar de Cristo contra o recurso ao uso impulsivo de uma espada vingadora: « ... Todos quantos se servirem de espada, à espada morrerão » (Mt. 26, 52). Recordemos, portanto: a violência não é fortaleza. Ela não exalta, mas rebaixa o homem que a ela faz recurso.

Nesta mensagem de Paz Nós falamos da violência como do termo antagonista da mesma, e não falámos da guerra, a qual continua ainda agora a merecer a nossa condenação, muito embora a mesma guerra nos dias de hoje tenha uma sua reprovação, cada vez mais difundida, e tenha contra si um louvável esforço cada dia mais qualificado, quer socialmente, quer politicamente; e depois, também porque a guerra é reprimida pela mesma terribilidade das próprias armas de que ela poderia imediatamente dispor na supertrágica eventualidade de que lá ela viesse a rebentar. O medo, comum a todos os Povos e especialmente aos mais fortes, reprime a eventualidade de a guerra vir a desencadear-se numa conflagração cósmica. E ao medo, reparo mais mental do que real, vem fazer companhia, Nós já o dissemos, um esforço racional e elevado aos supremos níveis políticos, o qual deve tender não tanto para equilibrar as forças dos eventuais contendores, quanto para demonstrar a suprema irracionalidade da guerra e, ao mesmo tempo, para estabelecer entre os Povos relações cada vez mais interdependentes e por fim solidárias, e cada vez mais amigáveis e humanas. Queira Deus que assim seja.

Entretanto, não podemos fechar os olhos perante a triste realidade da guerra parcial, quer pela razão de ela manter a sua feroz presença em zonas particulares, quer pelo motivo de, psicologicamente, ela não estar de facto excluída nas sombrias hipóteses da história contemporânea. A nossa guerra contra a guerra ainda não está vencida; e o nosso « sim » à Paz é ainda mais optativo do que real, porque em muitas situações geográficas e políticas, que ainda não foram compostas na base de soluções justas e pacíficas, permanece endémica a hipótese de futuros conflitos. O nosso amor à Paz tem de permanecer de sobreaviso; também outras perspectivas, que não apenas a de uma nova guerra mundial, nos obrigam a considerar e a exaltar a Paz, mesmo fora das trincheiras militares.

E de facto nós devemos hoje defender a Paz sob o seu aspecto - poderíamos dizer - metafísico, anterior e superior ao aspecto histórico e contingente da pausa militar e da externa « tranquilitas ordinis » ( tranquilidade da ordem); queremos considerar a causa da Paz espelhada na causa da própria vida humana. O nosso « sim » à Paz, estende-se a um « sim » à Vida. A Paz deve afirmar-se não somente nos campos de batalha, mas também onde quer que se desenrola a existência do homem. Há, ou melhor, tem de haver também uma Paz que defenda esta existência, não apenas das ameaças das armas bélicas, mas uma Paz que, para além disso, proteja a vida enquanto tal, contra todo e qualquer perigo, contra todos os danos e contra todas as insídias.

E o discurso aqui poderia ser vastíssimo; os nossos pontos de referência, porém, agora são poucos e determinados. Existe no tecido da nossa civilização uma categoria de Pessoas doutas, valorosas e bondosas, as quais fizeram da ciência e da arte de cuidar da saúde a sua vocação e a sua profissão: são os Médicos e todos aqueles que, com eles e sob a sua direcção, estudam e trabalham em prol da existência e do bem-estar da humanidade. Honra lhes seja e reconhecimento a estes sapientes e generosos tutores da vida humana.

Nós, ministros da Religião, olhamos para esta distintíssima categoria de Pessoas adictas ao serviço da saúde física e psíquica da humanidade, com uma grande admiração, com uma grande gratidão e com uma grande confiança. Por muitos motivos, a saúde física, o remédio para as doenças, o alívio para a dor, a energia do desenvolvimento e do trabalho, a mesma duração da existência temporal e até uma boa parte da vida moral, dependem da sabedoria e dos cuidados destes protectores, defensores e amigos do homem. Nós estamos muito ao lado deles e, na medida em que isso Nos é possível, apoiamos o seu labor, a sua honra e o seu espírito. E esperamos da nossa parte poder tê-los solidários connosco no afirmar e no defender a Vida humana, naquelas singulares contingências em que a mesma Vida pode vir a achar-se comprometida, por um positivo e iníquo propósito da vontade humana. O nosso « sim » à Paz significa também « sim » à Vida. A vida do homem, desde o seu primeiro acender-se para a existência, é sagrada. A lei do « não matarás » tutela este inefável prodígio da vida humana com transcendente soberania. É este o princípio que governa o nosso ministério religioso em ordem ao ser humano. Nós confiamos em ter por aliado o ministério terapêutico.

E não menos confiamos também naquele outro ministério, que deu princípio à vida humana, o gerador, o ministério materno em primeiro lugar. Oh! Quanto se torna delicado o nosso discurso, quanto é marcado pela comoção, quanto é piedoso e quanto é veemente! A Paz tem neste campo da vida que nasce o seu primeiro escudo de protecção; um escudo, aliás, munido de delicados resguardos, mas escudo de defesa e de amor.

Nós não podemos, por isso mesmo, senão desaprovar toda e qualquer ofensa contra a vida que nasce, e não podemos senão suplicar a todas as Autoridades e a todas as entidades competentes que ajam para que ao aborto voluntário seja feita proibição e seja dado remédio. O seio materno e o berço da infância são as primeiras barreiras que não apenas defendem com a vida a Paz, mas também a constroem (cfr. Sl. 126, 3, ss.). Quem escolhe, em oposição à guerra e à violência, a Paz, escolhe por isso mesmo a Vida, escolhe o Homem com as suas exigências profundas e essenciais; e é este o sentido da presente mensagem, que uma vez ainda Nós enviamos, com humildade e ardente convicção, aos Responsáveis pela Paz sobre a terra e a todos os Irmãos do mundo.

E nós devemos acrescentar ainda uma apostila para todas as Crianças e Jovens, que defronte à violência são o sector mais vulnerável da sociedade, mas, ao mesmo tempo, a esperança de um amanhã melhor: que também a eles chegue, mediante alguma via benévola e inteligente, esta Mensagem em favor da Paz.

Digamos os porquês. Primeiro porquê: nas Mensagens em favor da Paz dos anos precedentes, pusemos em realce que Nós não falamos em nosso nome somente, mas falamos sim em nome de Cristo, que é « o Príncipe de Paz » no mundo (cfr. Is. 9, 6) e que disse: « Bem-aventurados os pacíficos, porque eles serão chamados filhos de Deus » (Mt. 5, 9). Nós cremos que sem a orientação e sem a ajuda de Cristo a Paz verdadeira, estável e universal não é possível. E cremos também que a Paz de Cristo não enfraquece os homens, não os torna gente medrosa e vítima das prepotências dos outros, mas antes os faz capazes de lutar pela justiça e de solucionar muitas questões com a generosidade, ou melhor com o talento do amor.

Segundo porquê. Vós, crianças e jovens, com frequência sois levados a brigar uns com os outros. Lembrai-vos bem: é uma vaidade nociva o querer parecer fortes contra os outros irmãos e companheiros com a rixa, com as pancadas, com a ira e com a vingança. Todos fazem assim, respondereis vós. E está mal, dizemo-vos Nós; se quereis ser fortes, sede-o com a coragem, com o vosso porte digno; procurai saber dominar-vos; e procurai saber também perdoar a voltar rapidamente a ser amigos daqueles que vos ofenderam: assim estareis a ser verdadeiramente cristãos.

Não odieis ninguém. Não sejais orgulhosos em relação aos outros coetâneos e às pessoas de diversa condição social ou de outros Países. Não ajais por interesse egoísta ou por despeito e nunca por nunca ser por vingança, repetimos.

Terceiro porquê. Nós pensamos que vós, crianças e jovens tornado-vos grandes, deveis mudar a maneira de pensar e de agir do mundo de hoje, o qual está sempre pronto para se distinguir, para se separar dos outros e para os combater: não somos nós todos irmãos? Não somos todos membros da mesma Família humana? E não estão todas as Nações obrigadas a darem-se bem umas com as outras e a criarem a Paz?

Vós, crianças e jovens do tempo novo, deveis habituar-vos a amar a todos e a procurar dar à sociedade o aspecto de uma comunidade melhor, mais honesta e mais solidária. Quereis na verdade ser homens, e não lobos? Quereis na verdade ter o merecimento e a alegria de fazer bem, de ajudar quem tem precisão, de procurar realizar alguma boa obra, com o prémio apenas da consciência? Pois bem, recordai-vos das palavras ditas por Jesus durante a última ceia, na noite antes da sua paixão. Ele disse assim: « Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros ... E nisto precisamente todos reconhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros » (Jo. 13, 34-35). É este o sinal da nossa autenticidade, humana e cristã, querer-nos bem uns aos outros.

Crianças e jovens, Nós vos saudamos e abençoamos a todos. Palavra de ordem: Não à violência; sim à Paz. Recomendamo-vos a Deus!

Vaticano, 8 de Dezembro de 1977.



PAULUS PP. VI

25 de dezembro de 2011

MENSAGEM DO SANTO PADRE BENTO XVI PARA O DIA MUNDIAL DA PAZ






MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
BENTO XVI
PARA A CELEBRAÇÃO DO
XLV DIA MUNDIAL DA PAZ

1 DE JANEIRO DE 2012



EDUCAR OS JOVENS PARA A JUSTIÇA E A PAZ

1. O INÍCIO DE UM NOVO ANO, dom de Deus à humanidade, induz-me a desejar a todos, com grande confiança e estima, de modo especial que este tempo, que se abre diante de nós, fique marcado concretamente pela justiça e a paz.

Com qual atitude devemos olhar para o novo ano? No salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor « mais do que a sentinela pela aurora » (v. 6), aguarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação. Esta expectativa nasce da experiência do povo eleito, que reconhece ter sido educado por Deus a olhar o mundo na sua verdade sem se deixar abater pelas tribulações. Convido-vos a olhar o ano de 2012 com esta atitude confiante. É verdade que, no ano que termina, cresceu o sentido de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia; uma crise cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia.

Mas, nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista. Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens; e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade. Queria, pois, revestir a Mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz duma perspectiva educativa: « Educar os jovens para a justiça e a paz », convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo.

A minha Mensagem dirige-se também aos pais, às famílias, a todas as componentes educativas, formadoras, bem como aos responsáveis nos diversos âmbitos da vida religiosa, social, política, económica, cultural e mediática. Prestar atenção ao mundo juvenil, saber escutá-lo e valorizá-lo para a construção dum futuro de justiça e de paz não é só uma oportunidade mas um dever primário de toda a sociedade.

Trata-se de comunicar aos jovens o apreço pelo valor positivo da vida, suscitando neles o desejo de consumá-la ao serviço do Bem. Esta é uma tarefa, na qual todos nós estamos, pessoalmente, comprometidos.

As preocupações manifestadas por muitos jovens nestes últimos tempos, em várias regiões do mundo, exprimem o desejo de poder olhar para o futuro com fundada esperança. Na hora actual, muitos são os aspectos que os trazem apreensivos: o desejo de receber uma formação que os prepare de maneira mais profunda para enfrentar a realidade, a dificuldade de formar uma família e encontrar um emprego estável, a capacidade efectiva de intervir no mundo da política, da cultura e da economia contribuindo para a construção duma sociedade de rosto mais humano e solidário.

É importante que estes fermentos e o idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas as componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens com esperança, tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o bem comum, a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver « coisas novas » (Is 42, 9; 48, 6).

Os responsáveis da educação

2. A educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Educar – na sua etimologia latina educere – significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa. Este processo alimenta-se do encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Isto exige a responsabilidade do discípulo, que deve estar disponível para se deixar guiar no conhecimento da realidade, e a do educador, que deve estar disposto a dar-se a si mesmo. Mas, para isso, não bastam meros dispensadores de regras e informações; são necessárias testemunhas autênticas, ou seja, testemunhas que saibam ver mais longe do que os outros, porque a sua vida abraça espaços mais amplos. A testemunha é alguém que vive, primeiro, o caminho que propõe.

E quais são os lugares onde amadurece uma verdadeira educação para a paz e a justiça? Antes de mais nada, a família, já que os pais são os primeiros educadores. A família é célula originária da sociedade. « É na família que os filhos aprendem os valores humanos e cristãos que permitem uma convivência construtiva e pacífica. É na família que aprendem a solidariedade entre as gerações, o respeito pelas regras, o perdão e o acolhimento do outro ».[1] Esta é a primeira escola, onde se educa para a justiça e a paz.

Vivemos num mundo em que a família e até a própria vida se vêem constantemente ameaçadas e, não raro, destroçadas. Condições de trabalho frequentemente pouco compatíveis com as responsabilidades familiares, preocupações com o futuro, ritmos frenéticos de vida, emigração à procura dum adequado sustentamento se não mesmo da pura sobrevivência, acabam por tornar difícil a possibilidade de assegurar aos filhos um dos bens mais preciosos: a presença dos pais; uma presença, que permita compartilhar de forma cada vez mais profunda o caminho para se poder transmitir a experiência e as certezas adquiridas com os anos – o que só se torna viável com o tempo passado juntos. Queria aqui dizer aos pais para não desanimarem! Com o exemplo da sua vida, induzam os filhos a colocar a esperança antes de tudo em Deus, o único de quem surgem justiça e paz autênticas.

Quero dirigir-me também aos responsáveis das instituições com tarefas educativas: Velem, com grande sentido de responsabilidade, por que seja respeitada e valorizada em todas as circunstâncias a dignidade de cada pessoa. Tenham a peito que cada jovem possa descobrir a sua própria vocação, acompanhando-o para fazer frutificar os dons que o Senhor lhe concedeu. Assegurem às famílias que os seus filhos não terão um caminho formativo em contraste com a sua consciência e os seus princípios religiosos.

Possa cada ambiente educativo ser lugar de abertura ao transcendente e aos outros; lugar de diálogo, coesão e escuta, onde o jovem se sinta valorizado nas suas capacidades e riquezas interiores e aprenda a apreciar os irmãos. Possa ensinar a saborear a alegria que deriva de viver dia após dia a caridade e a compaixão para com o próximo e de participar activamente na construção duma sociedade mais humana e fraterna.

Dirijo-me, depois, aos responsáveis políticos, pedindo-lhes que ajudem concretamente as famílias e as instituições educativas a exercerem o seu direito-dever de educar. Não deve jamais faltar um adequado apoio à maternidade e à paternidade. Actuem de modo que a ninguém seja negado o acesso à instrução e que as famílias possam escolher livremente as estruturas educativas consideradas mais idóneas para o bem dos seus filhos. Esforcem-se por favorecer a reunificação das famílias que estão separadas devido à necessidade de encontrar meios de subsistência. Proporcionem aos jovens uma imagem transparente da política, como verdadeiro serviço para o bem de todos.

Não posso deixar de fazer apelo ainda ao mundo dos media para que prestem a sua contribuição educativa. Na sociedade actual, os meios de comunicação de massa têm uma função particular: não só informam, mas também formam o espírito dos seus destinatários e, consequentemente, podem concorrer notavelmente para a educação dos jovens. É importante ter presente a ligação estreitíssima que existe entre educação e comunicação: de facto, a educação realiza-se por meio da comunicação, que influi positiva ou negativamente na formação da pessoa.

Também os jovens devem ter a coragem de começar, eles mesmos, a viver aquilo que pedem a quantos os rodeiam. Que tenham a força de fazer um uso bom e consciente da liberdade, pois cabe-lhes em tudo isto uma grande responsabilidade: são responsáveis pela sua própria educação e formação para a justiça e a paz.

Educar para a verdade e a liberdade

3. Santo Agostinho perguntava-se: « Quid enim fortius desiderat anima quam veritatem – que deseja o homem mais intensamente do que a verdade? ».[2] O rosto humano duma sociedade depende muito da contribuição da educação para manter viva esta questão inevitável. De facto, a educação diz respeito à formação integral da pessoa, incluindo a dimensão moral e espiritual do seu ser, tendo em vista o seu fim último e o bem da sociedade a que pertence. Por isso, a fim de educar para a verdade, é preciso antes de mais nada saber que é a pessoa humana, conhecer a sua natureza. Olhando a realidade que o rodeava, o salmista pôs-se a pensar: « Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que Vós criastes: que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes? » (Sal 8, 4-5). Esta é a pergunta fundamental que nos devemos colocar: Que é o homem? O homem é um ser que traz no coração uma sede de infinito, uma sede de verdade – não uma verdade parcial, mas capaz de explicar o sentido da vida –, porque foi criado à imagem e semelhança de Deus. Assim, o facto de reconhecer com gratidão a vida como dom inestimável leva a descobrir a dignidade profunda e a inviolabilidade própria de cada pessoa. Por isso, a primeira educação consiste em aprender a reconhecer no homem a imagem do Criador e, consequentemente, a ter um profundo respeito por cada ser humano e ajudar os outros a realizarem uma vida conforme a esta sublime dignidade. É preciso não esquecer jamais que « o autêntico desenvolvimento do homem diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões »,[3] incluindo a transcendente, e que não se pode sacrificar a pessoa para alcançar um bem particular, seja ele económico ou social, individual ou colectivo.

Só na relação com Deus é que o homem compreende o significado da sua liberdade, sendo tarefa da educação formar para a liberdade autêntica. Esta não é a ausência de vínculos, nem o império do livre arbítrio; não é o absolutismo do eu. Quando o homem se crê um ser absoluto, que não depende de nada nem de ninguém e pode fazer tudo o que lhe apetece, acaba por contradizer a verdade do seu ser e perder a sua liberdade. De facto, o homem é precisamente o contrário: um ser relacional, que vive em relação com os outros e sobretudo com Deus. A liberdade autêntica não pode jamais ser alcançada, afastando-se d’Ele.

A liberdade é um valor precioso, mas delicado: pode ser mal entendida e usada mal. « Hoje um obstáculo particularmente insidioso à acção educativa é constituído pela presença maciça, na nossa sociedade e cultura, daquele relativismo que, nada reconhecendo como definitivo, deixa como última medida somente o próprio eu com os seus desejos e, sob a aparência da liberdade, torna-se para cada pessoa uma prisão, porque separa uns dos outros, reduzindo cada um a permanecer fechado dentro do próprio “eu”. Dentro de um horizonte relativista como este, não é possível, portanto, uma verdadeira educação: sem a luz da verdade, mais cedo ou mais tarde cada pessoa está, de facto, condenada a duvidar da bondade da sua própria vida e das relações que a constituem, da validez do seu compromisso para construir com os outros algo em comum ».[4]

Por conseguinte o homem, para exercer a sua liberdade, deve superar o horizonte relativista e conhecer a verdade sobre si próprio e a verdade acerca do que é bem e do que é mal. No íntimo da consciência, o homem descobre uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer e cuja voz o chama a amar e fazer o bem e a fugir do mal, a assumir a responsabilidade do bem cumprido e do mal praticado.[5] Por isso o exercício da liberdade está intimamente ligado com a lei moral natural, que tem carácter universal, exprime a dignidade de cada pessoa, coloca a base dos seus direitos e deveres fundamentais e, consequentemente, da convivência justa e pacífica entre as pessoas.

Assim o recto uso da liberdade é um ponto central na promoção da justiça e da paz, que exigem a cada um o respeito por si próprio e pelo outro, mesmo possuindo um modo de ser e viver distante do meu. Desta atitude derivam os elementos sem os quais paz e justiça permanecem palavras desprovidas de conteúdo: a confiança recíproca, a capacidade de encetar um diálogo construtivo, a possibilidade do perdão, que muitas vezes se quereria obter mas sente-se dificuldade em conceder, a caridade mútua, a compaixão para com os mais frágeis, e também a prontidão ao sacrifício.

Educar para a justiça

4. No nosso mundo, onde o valor da pessoa, da sua dignidade e dos seus direitos, não obstante as proclamações de intentos, está seriamente ameaçado pela tendência generalizada de recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade, do lucro e do ter, é importante não separar das suas raízes transcendentes o conceito de justiça. De facto, a justiça não é uma simples convenção humana, pois o que é justo determina-se originariamente não pela lei positiva, mas pela identidade profunda do ser humano. É a visão integral do homem que impede de cair numa concepção contratualista da justiça e permite abrir também para ela o horizonte da solidariedade e do amor.[6]

Não podemos ignorar que certas correntes da cultura moderna, apoiadas em princípios económicos racionalistas e individualistas, alienaram das suas raízes transcendentes o conceito de justiça, separando-o da caridade e da solidariedade. Ora « a “cidade do homem” não se move apenas por relações feitas de direitos e de deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão. A caridade manifesta sempre, mesmo nas relações humanas, o amor de Deus; dá valor teologal e salvífico a todo o empenho de justiça no mundo ».[7]

« Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados » (Mt 5, 6). Serão saciados, porque têm fome e sede de relações justas com Deus, consigo mesmo, com os seus irmãos e irmãs, com a criação inteira.

Educar para a paz

5. « A paz não é só ausência de guerra, nem se limita a assegurar o equilíbrio das forças adversas. A paz não é possível na terra sem a salvaguarda dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos e a prática assídua da fraternidade ».[8] A paz é fruto da justiça e efeito da caridade. É, antes de mais nada, dom de Deus. Nós, os cristãos, acreditamos que a nossa verdadeira paz é Cristo: n’Ele, na sua Cruz, Deus reconciliou consigo o mundo e destruiu as barreiras que nos separavam uns dos outros (cf. Ef 2, 14-18); n’Ele, há uma única família reconciliada no amor.

A paz, porém, não é apenas dom a ser recebido, mas obra a ser construída. Para sermos verdadeiramente artífices de paz, devemos educar-nos para a compaixão, a solidariedade, a colaboração, a fraternidade, ser activos dentro da comunidade e solícitos em despertar as consciências para as questões nacionais e internacionais e para a importância de procurar adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de resolução dos conflitos. « Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus » – diz Jesus no sermão da montanha (Mt 5, 9).

A paz para todos nasce da justiça de cada um, e ninguém pode subtrair-se a este compromisso essencial de promover a justiça segundo as respectivas competências e responsabilidades. De forma particular convido os jovens, que conservam viva a tensão pelos ideais, a procurarem com paciência e tenacidade a justiça e a paz e a cultivarem o gosto pelo que é justo e verdadeiro, mesmo quando isso lhes possa exigir sacrifícios e obrigue a caminhar contracorrente.

Levantar os olhos para Deus

6. Perante o árduo desafio de percorrer os caminhos da justiça e da paz, podemos ser tentados a interrogar-nos como o salmista: « Levanto os olhos para os montes, de onde me virá o auxílio? » (Sal 121, 1).

A todos, particularmente aos jovens, quero bradar: « Não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus vivo, que é o nosso criador, o garante da nossa liberdade, o garante do que é deveras bom e verdadeiro (…), o voltar-se sem reservas para Deus, que é a medida do que é justo e, ao mesmo tempo, é o amor eterno. E que mais nos poderia salvar senão o amor? ».[9] O amor rejubila com a verdade, é a força que torna capaz de comprometer-se pela verdade, pela justiça, pela paz, porque tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13, 1-13).

Queridos jovens, vós sois um dom precioso para a sociedade. Diante das dificuldades, não vos deixeis invadir pelo desânimo nem vos abandoneis a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas. Não tenhais medo de vos empenhar, de enfrentar a fadiga e o sacrifício, de optar por caminhos que requerem fidelidade e constância, humildade e dedicação.

Vivei com confiança a vossa juventude e os anseios profundos que sentis de felicidade, verdade, beleza e amor verdadeiro. Vivei intensamente esta fase da vida, tão rica e cheia de entusiasmo.

Sabei que vós mesmos servis de exemplo e estímulo para os adultos, e tanto mais o sereis quanto mais vos esforçardes por superar as injustiças e a corrupção, quanto mais desejardes um futuro melhor e vos comprometerdes a construí-lo. Cientes das vossas potencialidades, nunca vos fecheis em vós próprios, mas trabalhai por um futuro mais luminoso para todos. Nunca vos sintais sozinhos! A Igreja confia em vós, acompanha-vos, encoraja-vos e deseja oferecer-vos o que tem de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus, de encontrar Jesus Cristo – Ele que é a justiça e a paz.

Oh vós todos, homens e mulheres, que tendes a peito a causa da paz! Esta não é um bem já alcançado mas uma meta, à qual todos e cada um deve aspirar. Olhemos, pois, o futuro com maior esperança, encorajemo-nos mutuamente ao longo do nosso caminho, trabalhemos para dar ao nosso mundo um rosto mais humano e fraterno e sintamo-nos unidos na responsabilidade que temos para com as jovens gerações, presentes e futuras, nomeadamente quanto à sua educação para se tornarem pacíficas e pacificadoras! Apoiado em tal certeza, envio-vos estas refl exões que se fazem apelo: Unamos as nossas forças espirituais, morais e materiais, a fim de « educar os jovens para a justiça e a paz ».

Vaticano, 8 de Dezembro de 2011.




BENEDICTUS PP XVI

22 de dezembro de 2011

PALAVRA DO SENHOR PARA O DIA HOJE

ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que, vendo o homem sujeito ao poder da morte, o quisestes resgatar com a vinda do vosso Filho Unigénito, concedei que, celebrando com sincera humildade o mistério da sua encarnação, mereçamos alcançar os frutos da sua redenção gloriosa. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 1 Sam 1, 24-28
Ana dá graças pelo nascimento de Samuel

Depois das anunciações e da visitação da salvação aos homens, vem a acção de graças. Quem acolhe e reconhece o dom de Deus, retorna a Deus em louvor e acção de graças. Assim fez Ana, a mãe de Samuel, a pobre mulher, que, na sua esterilidade, recorreu ao Senhor, e a quem o Senhor concedeu o dom de um filho, que, por isso, ela consagrou ao seu serviço.

Leitura do Primeiro Livro de Samuel
Naqueles dias, Ana tomou Samuel consigo e, levando um novilho de três anos, três medidas de farinha e um odre de vinho, conduziu-o à casa do Senhor, em Silo. O menino era muito pequeno. Imolaram o novilho e apresentaram o menino a Heli. Ana disse-lhe: «Ouve, meu senhor. Por tua vida, eu sou aquela mulher que esteve aqui orando ao Senhor na tua presença. Eis o menino por quem orei: o Senhor ouviu a minha súplica. Por isso também eu o ofereço para que seja consagrado ao Senhor todos os dias da sua vida». E adoraram o Senhor.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL 1 Sam 2, 1.4-5.6-7.8abcd (R. 1a)
Refrão: O meu coração exulta no Senhor, meu Salvador.
Repete-se

Exulta o meu coração no Senhor,
no meu Deus se eleva a minha fronte.
Abre-se a minha boca contra os inimigos,
porque me alegro com a vossa salvação. Refrão

A arma dos fortes foi destruída
e os fracos foram revestidos de força.
Os que viviam na abundância andam em busca de pão
e os que tinham fome foram saciados.
A mulher estéril deu à luz muitos filhos
e a mãe fecunda deixou de conceber. Refrão

É o Senhor quem dá a morte e dá a vida,
faz-nos descer ao túmulo e de novo nos levanta.
É o Senhor quem despoja e enriquece,
é o Senhor quem humilha e exalta. Refrão

Levanta do chão os que vivem prostrados,
retira da miséria os indigentes;
fá-los sentar entre os príncipes
e destina-lhes um lugar de honra. Refrão

ALELUIA
Refrão: Aleluia Repete-se
Ó Rei das nações e Pedra angular da Igreja,
vinde salvar o homem que formastes do pó da terra. Refrão

EVANGELHO Lc 1, 46-56
«O Todo-poderoso fez em mim maravilhas»

Semelhante ao de Ana, o cântico de Maria, na sua acção de graças por reconhecer o que o Senhor n’Ela havia realizado, é todo inspirado na oração dos Salmos e noutras passagens da Sagrada Escritura. Foi a Palavra de Deus que lhe inspirou a sua palavra, como foi o Filho de Deus que n’Ela encarnou e Se fez o Filho do homem, Jesus Cristo, levando em Si e consigo os homens, agora seus irmãos, para louvor da glória de Deus.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Maria disse: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.
Palavra da salvação

21 de dezembro de 2011

20 de dezembro de 2011

ARCOIRIS




Rio? Choro? Penso? Canto?

Falo? Grito? Silencio? Sofro?

Quedo-me? Adrenalino-me?

.

Na Cruz complexa da vida:

_Espinhos rubros da avidez vital...

dolorosos, cor de sangue, num doer unilateral!

-Espinhos lilazes, violetas

no sofrer de meus irmãos.

(doentes, deficientes,

esfomeados,

cozidos pelo frio,,

sós. esquecidos, marginais,

e tantos outros sofridos)!

.

-Espinhos verdes de esperanças,

paz, mundo melhor,com pão para todos!

.

-Espinhos outonais

de amigos no entardecer,

na simplicidade

e...crentes na juventude!

.

-Espinhos negros, cinzentos

na cegueira e surdez

que já não vislumbram a luz

duma tarde, de sol rubro, no horizonte!

.

-Espinhos rosados

elevando a alma

num renascer de forças

rumo à razão

dos planos do Criador!

.

-Espinhos brancos, normais

habitando palácios

sem desertos nem medos,

antevendo rios da paz, da verdade,

sabedoria, linguagem divina!

.


-Espinhos transparentes

que rasgam a preguiça,

a inveja, o ódio, a aversão,

o negativo, o sentimental!

.


-No arco íris da vida

que supera ilusão, melancolia,

desalento, inércia....

estão os espinhos do pecado,

a causa de todo o mal!




de Maria do Rosário Guerra



O QUE É O NATAL



O Nascimento de Nosso Senhor está cheio de mistérios. Considera em primeiro lugar, porque o Filho Unigênito de Deus quis vir ao mundo em tanta pobreza, em lugar tão desprezível, na estação de inverno, nas trevas da noite e longe da sociedade. Porque não quis celebrar seu aparecimento na capital, em Jerusalém, em um dos muitos palácios que lá havia, rodeado de todo conforto? São Bernardo diz:

"Não penseis que tudo isto tivesse acontecido por acaso. A criança não escolhe a hora e o dia do nascimento, porque para escolher lhe falta liberdade e uso da razão. Com Jesus Cristo não se dá isto. Ele, Deus feito homem, podendo determinar tempo e Lugar, escolheu justamente o que era agradável à natureza humana e à Santíssima Virgem. Porque procedeu assim? Os Santos Padres respondem: Primeiro: para nos mostrar mais claramente seu grande amor e incitar-nos a amá-lo também. Se Cristo tivesse vindo numa estação mais agradável; se tivesse escolhido a magnificência e comodidade de um palácio, sem dúvida haveríamos de reconhecer-lhe o amor para conosco que agora mais ainda realça, vendo-o nascer em pobreza, numa gélida noite e numa estrebaria. Segundo: Cristo o Senhor, já desde o nascimento quis mostrar-nos o caminho para o céu e ensinar-nos pelo exemplo o que mais tarde nos disse pela palavra. Não só o Menino Jesus como também a gruta, o presépio, os paninhos nos dizem que o caminho do céu é áspero e íngreme, e não há outro para nós, se nos queremos aproveitar para o aparecimento de Nosso Senhor. A concupiscência da carne e dos olhos, a soberba da vida são as raízes de todos os pecadores e as causadoras da desgraça dos homens.

A pobreza do Menino Jesus ensina-nos a necessidade da humildade, da cruz e do sofrimento, como meios de combater os vícios, de desapegar-nos do mundo, e servir a Deus com toda a pureza. Tudo isto nos mostra e exemplo de Cristo no presépio. Dizem os Santos Padres, que o presépio de Belém é o púlpito, a tribuna do Deus Menino.

Os ensinamentos de Nosso Senhor devem ser por nós imitados, quer nos tenham sido transmitidos por palavras, quer pelo exemplo. Do pobre nascimento de Cristo devemos aprender duas coisas: Primeiro, amemos o Menino de Belém. E segundo, tornemo-nos semelhantes ao Menino de Belém!"

Demos ao menino Jesus o nosso mais sincero e ardente amor, e imitemo-lo nas virtudes da pobreza e da humildade. Ao Menino Jesus é aplicável a palavra que mais tarde o Divino Mestre, quando pôs um menino no meio dos Apóstolos disse: "Se não vos converterdes e não vos tornardes semelhantes às crianças, não entrareis no reino dos céus".

Eis o que o Menino Jesus nos ensina ao nascer: desprezar os bens do mundo, para alcançar os bens eternos.

Reflexões:

Foi a obediência ao Pai Eterno que fez Jesus Cristo descer do céu e nascer em condições tão humildes. Deitado no presépio, o Menino Jesus já podia dizer: "Eu faço sempre o que a meu Pai agrada" ( Jo 8,29). Como mais tarde foi obediente até à cruz, obediente também foi até à gruta de Belém. Obedece tu também a Deus, observa-lhe os mandamentos e procura fazer sempre o que lhe agrada. Por amor de ti o Salvador sofreu indigência, frio, desprezo; e tudo isto com a maior paciência. Se te vierem sofrimentos e tribulações, não te perturbes e lembra-te de Jesus.

"Jesus, que já sofrestes por mim, quando neste mundo entrastes, eu quero sofrer por vosso amor. Se é este o caminho para o céu, como no-lo mostrastes, e desde criança nele andastes, nele eu vos quero seguir".

19 de dezembro de 2011

18 de dezembro de 2011

IV DOMINGO DO ADVENTO-ANO B



ANO B

4º DOMINGO DO ADVENTO


Tema do 4º Domingo do Advento

A liturgia deste último Domingo do Advento refere-se repetidamente ao projecto de vida plena e de salvação definitiva que Deus tem para oferecer aos homens. Esse projecto, anunciado já no Antigo Testamento, torna-se uma realidade concreta, tangível e plena com a Incarnação de Jesus.
A primeira leitura apresenta a “promessa” de Deus a David. Deus anuncia, pela boca do profeta Natã, que nunca abandonará o seu Povo nem desistirá de o conduzir ao encontro da felicidade e da realização plenas. A “promessa” de Deus irá concretizar-se num “filho” de David, através do qual Deus oferecerá ao seu Povo a estabilidade, a segurança, a paz, a abundância, a fecundidade, a felicidade sem fim.
A segunda leitura chama a esse projecto de salvação, preparado por Deus desde sempre, o “mistério”; e, sobretudo, garante que esse projecto se manifestou, em Jesus, a todos os povos, a fim de que a humanidade inteira integre a família de Deus.
O Evangelho refere-se ao momento em que Jesus encarna na história dos homens, a fim de lhes trazer a salvação e a vida definitivas. Mostra como a concretização do projecto de Deus só é possível quando os homens e as mulheres que Ele chama aceitam dizer “sim” ao projecto de Deus, acolher Jesus e apresentá-l’O ao mundo.


LEITURA I – 2 Sam 7,1-5.8b-12.14a.16

Leitura do Segundo Livro de Samuel

Quando David já morava em sua casa
e o Senhor lhe deu tréguas de todos os inimigos que o rodeavam,
o rei disse ao profeta Natã:
«Como vês, eu moro numa casa de cedro,
e a arca de Deus está debaixo de uma tenda».
Natã respondeu ao rei:
«Faz o que te pede o teu coração,
porque o Senhor está contigo».
Nessa mesma noite, o Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servo David: Assim fala o Senhor:
Pensas edificar um palácio para Eu habitar?
Tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos,
para seres o chefe do meu povo de Israel.
Estive contigo em toda a parte por onde andaste
e exterminei diante de ti todos os teus inimigos.
Dar-te-ei um nome tão ilustre
como o nome dos grandes da terra.
Prepararei um lugar para o meu povo de Israel:
e nele o instalarei para que habite nesse lugar,
sem que jamais tenha receio
e sem que os perversos tornem a oprimi-lo como outrora,
quando Eu constituía juízes no meu povo de Israel.
Farei que vivas seguro de todos os teus inimigos.
O Senhor anuncia que te vai fazer uma casa.
Quando chegares ao termo dos teus dias
e fores repousar com teus pais
estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de nascer de ti
e consolidarei a tua realeza.
Ele construirá um palácio ao meu nome
e Eu consolidarei para sempre o teu trono real.
Serei para ele um pai e ele será para Mim um filho.
A tua casa e o teu reino permanecerão diante de Mim eternamente
e o teu trono será firme para sempre.

AMBIENTE

Os Livros de Samuel referem-se a um dos momentos mais importantes da história do Antigo Testamento: o momento da constituição de Israel como Povo, no sentido estrito e pleno da palavra. É durante a época a que os Livros de Samuel aludem que, pela primeira vez na sua história, as tribos do Norte (Israel) e do Sul (Judá) se reúnem em torno de um único rei (David) e em torno de uma capital comum (Jerusalém). Estamos nos finais do séc. XI e princípios do séc. X a.C..
David tornou-se rei de Judá (Sul) por volta de 1012 a.C.; alguns anos depois, foi convidado pelas tribos de Israel (Norte) para reinar sobre elas. David reuniu, portanto, sobre a sua cabeça as duas coroas – a de Israel (Norte) e a de Judá (Sul). Após a união, David teve de eleger uma capital para o seu reino. Foi preciso encontrar, para sede do novo reino, uma cidade geograficamente bem colocada e, sobretudo, uma cidade neutral, que não criasse tensões entre o norte e o sul, nem despertasse rivalidades mútuas entre as distintas tribos. Ora Jerusalém, a cidade inexpugnável dos jebuseus, oferecia as condições exigidas… David reuniu, portanto, um comando de profissionais, prescindindo intencionalmente do exército oficial de Israel e de Judá, a fim de que nenhum dos dois reinos reivindicasse o título de propriedade sobre a nova cidade. A cidade de Jerusalém foi conquistada aos jebuseus por volta do ano 1005 a.C. (cf. 2 Sm 5,6-12) e tornou-se, desde então, a “cidade de David”. Mais tarde, David fez transportar para Jerusalém a “Arca da Aliança” (o sinal visível da presença de Deus no meio do seu Povo), convertendo assim a nova capital do reino em cidade santa para todas as tribos (cf. 2 Sm 6,1-23).
Ora, uma vez em Jerusalém, a “Arca” pedia um Templo adequado para lhe dar abrigo. David pensou em construir esse Templo; mas o profeta Natã, inspirado por Jahwéh, segundo o teólogo deuteronomista, opôs-se. Encontramos aqui o eco de uma disputa que dividirá durante muito tempo o Povo de Deus… Para alguns ambientes proféticos, o Templo era uma ofensa a Deus, uma tentativa de encerrá-l’O, em vez de deixar-se guiar por Ele. Jahwéh é visto pelos teólogos do Povo de Deus como um Deus “nómada”, que acompanha o seu Povo pelos caminhos da vida e da história e que não tem um lugar fixo, limitado, fechado, para se encontrar com os homens.

MENSAGEM

Portanto, David não irá construir o Templo. Mas se David não pode dar “estabilidade” ao Senhor, este pode dar estabilidade a David e ao Povo de Deus. Jogando com o duplo significado da palavra hebraica “bait” (“casa”), que pode usar-se para definir a casa de pedra (“Templo”) e a casa real (“família”, “dinastia”), o teólogo deuteronomista explica que se David não vai construir uma “casa” (Templo) para Deus, Deus vai construir uma “casa” (família) para David (“o Senhor anuncia que te vai fazer uma casa” – vers. 11). Trata-se da “Aliança davídica”, que constitui a família de David como depositária das promessas divinas e garantia de um futuro de estabilidade, de segurança, de paz para o Povo de Deus.
Esta “Aliança” garante – quer a David, quer a todo o Povo de Deus – quatro elementos fundamentais… Em primeiro lugar, garante uma relação especial entre Jahwéh e a descendência de David, expressa em termos de filiação (“serei para ele um pai e ele será para mim um filho” – 2 Sm 7,14a); em segundo lugar, garante que, através dos reis descendentes de David, o próprio Jahwéh cuidará do seu Povo e o conduzirá pelos caminhos da vida e da história (cf. 2 Sm 7,8.12.16; em terceiro lugar, garante a prosperidade, a paz e a justiça para o Povo de Deus (cf. 2 Sm 7,10); em quarto lugar, garante a eternidade da dinastia e da nação (cf. 2 Sm 7,16). Trata-se de uma “promessa” que põe em relevo a fidelidade de Deus ao seu Povo, o seu amor nunca desmentido e mil vezes provado na história, a sua vontade de cuidar do seu Povo, de o libertar e de o conduzir ao encontro da salvação e da vida. Nesta “promessa”, Jahwéh revela-se como esse Deus peregrino, permanentemente a caminho com o seu Povo e que, ao longo dessa caminhada, se vai revelando como a rocha segura e firme na qual o Povo de Deus encontra a salvação.
A profecia de Natã constitui o ponto de partida do chamado “messianismo régio”: a promessa de Deus rapidamente extravasa o filho e sucessor de David (Salomão), para se dirigir a uma figura de rei “ideal”, que dará cumprimento a todas as aspirações e esperanças que o Povo depositava na dinastia davídica.
Esta “profecia/promessa” tornar-se-á, com o passar do tempo, um dos artigos fundamentais da fé de Israel. Sobretudo em épocas dramáticas de crise e de angústia nacional, a “Aliança davídica” será um “capital de esperança” que ajudará o Povo a enfrentar as vicissitudes da história. O Povo de Deus passará, então, a sonhar com um Messias, da descendência de David, que oferecerá ao Povo de Deus um futuro de liberdade, de abundância, de fecundidade, de paz e de bem-estar sem fim.

ACTUALIZAÇÃO

Considerar, na reflexão, os seguintes elementos:

• A questão fundamental que o nosso texto põe é a da atitude de Deus diante dos homens e do mundo. O catequista deuteronomista, autor deste texto, está seguro de que Jahwéh, o Senhor da história, se preocupa com o caminho que os homens percorrem e encontra sempre forma de derramar o seu amor e a sua bondade sobre o Povo que ele próprio elegeu. Numa época em que a cultura dominante parece apostada em decretar a “morte” de Deus ou, pelo menos, em torná-lo uma inofensiva figura de cera e em exilá-lo para o museu das experiências pré-racionais, é importante para nós crentes não esquecermos esta certeza que a Palavra de Deus nos deixa: o nosso Deus preside à história humana, vem continuamente ao encontro dos homens, faz com eles uma Aliança, oferece-lhes a paz e a justiça e aponta-lhes o caminho para a verdadeira vida, a verdadeira liberdade, a verdadeira salvação.

• Se é Deus quem conduz a história humana, não temos razão para temer o futuro do mundo. Os homens podem inventar a morte, a violência, a injustiça, a opressão, a exploração, os imperialismos; mas Deus saberá conduzir a história dos homens e do mundo a bom porto, de acordo com o seu projecto de amor e de salvação. Esta certeza deve levar-nos a encarar a história humana com optimismo, com esperança e com confiança, mesmo quando as forças da morte parecerem controlar a nossa história e dirigir as nossas vidas.

• É preciso, nestes dias que antecedem o Natal, ter consciência de que a promessa de Deus a David se concretiza em Jesus… Ele é esse “rei” da descendência de David que Deus enviou ao nosso encontro para nos apontar o caminho para o reino da justiça, da paz, do amor e da felicidade sem fim. Que acolhimento é que esse “rei” encontra no nosso coração e na nossa vida?

• Mais uma vez, a Palavra de Deus deixa claro que Deus intervém no mundo e concretiza os seus projectos de salvação através de homens a quem Ele confia determinada missão (“tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos, para seres o chefe do meu povo de Israel”). Estou disponível para que Deus, através de mim, possa continuar a oferecer a salvação aos meus irmãos, particularmente aos pobres, aos humildes, aos marginalizados, aos excluídos do mundo?


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 88 (89)

Refrão 1: Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.

Refrão 2: Senhor, cantarei eternamente a vossa bondade.

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes: «A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade.

«Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David meu servo:
‘Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações’».

«Ele Me invocará: ‘Vós sois meu Pai,
meu Deus, meu Salvador’.
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,
a minha aliança com ele será irrevogável».


LEITURA II – Rom 16,25-27

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos:
Àquele que tem o poder de vos confirmar,
segundo o meu Evangelho e a pregação de Jesus Cristo
– a revelação do mistério encoberto desde os tempos eternos
mas agora manifestado
e dado a conhecer a todos os povos
pelas escrituras dos Profetas
segundo a ordem do Deus eterno,
dado a conhecer a todos os gentios
para que eles obedeçam à fé –
a Deus, o único sábio,
por Jesus Cristo,
seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amen.

AMBIENTE

No final da década de 50 (a Carta aos Romanos apareceu por volta de 57/58), multiplicavam-se as “crises” entre os cristãos oriundos do mundo judaico e os cristãos oriundos do mundo pagão. Uns e outros tinham perspectivas diferentes da salvação e da forma de viver o compromisso com Jesus Cristo e com o seu Evangelho. Os cristãos de origem judaica consideravam que, além da fé em Jesus Cristo, era necessário cumprir as obras da Lei (nomeadamente a prática da circuncisão) para ter acesso à salvação; mas os cristãos de origem pagã recusavam-se a aceitar a obrigatoriedade das práticas judaicas. Era uma questão “quente”, que ameaçava a unidade da Igreja. Este problema também era sentido pela comunidade cristã de Roma.
Neste cenário, Paulo vai mostrar a todos os crentes (a Carta aos Romanos, mais do que uma carta para a comunidade cristã de Roma, é uma carta para as comunidades cristãs, em geral) a unidade da revelação e da história da salvação: judeus e não judeus são, de igual forma, chamados por Deus à salvação; o essencial não é cumprir a Lei de Moisés – que nunca assegurou a ninguém a salvação; o essencial é acolher a oferta de salvação que Deus faz a todos, por Jesus Cristo.
O texto que nos é proposto apresenta-nos precisamente os últimos versículos da Carta aos Romanos. Trata-se de uma solene doxologia final que não parece, contudo, ser de Paulo (ainda que os conceitos sejam paulinos, a terminologia é diferente). Provavelmente, constituía o remate final do epistolário paulino, numa antiga edição do mesmo. De qualquer forma, trata-se de um texto maduramente reflectido e trabalhado, sem dúvida fruto de uma profunda reflexão teológica levada a cabo no seio da comunidade cristã. O seu autor foi, certamente, um cristão dos finais do século I ou dos princípios do séc. II. Profundo conhecedor da teologia paulina e absolutamente comprometido com a Igreja a que pertencia, este cristão procurou sintetizar nestes versículos toda a doutrina do apóstolo Paulo.

MENSAGEM

O conceito que preside a estes versículos é o conceito de “mistério” (mystêrion”). Na teologia paulina, o “mistério” refere-se ao plano de salvação que Deus tem para os homens e para o mundo. Mantido em segredo durante muitos séculos, o “mistério” foi plenamente manifestado em Cristo, nos seus gestos, nas suas palavras, sobretudo na sua morte e na sua ressurreição; revelado aos apóstolos e aos profetas pelo Espírito Santo, o “mistério” foi depois transmitido a todos os povos – nomeadamente aos pagãos – para fazer deles membros de um único corpo (“Corpo de Cristo”) e para associá-los à herança de Cristo (cf. 1 Cor 2,1.7; Ef 1,9;3,3-10;6,19; Col 1,26-27;2,2;4,3).
É por esse “mistério”, que reflecte o amor de Deus pelos homens, que o autor destes versículos pede que “seja dada glória pelos séculos dos séculos”… E a comunidade interpelada responde: “amen” (vers. 27).

ACTUALIZAÇÃO

Na reflexão, considerar as seguintes linhas:

• A segunda leitura reitera a mensagem fundamental da primeira: Deus tem um plano de salvação para oferecer aos homens. O facto de esse projecto existir “desde os tempos eternos” mostra que a preocupação e o amor de Deus pelos seus filhos não é um facto acidental ou uma moda passageira, mas algo que faz parte do ser de Deus e que está eternamente no projecto de Deus. Não esqueçamos isto: não somos seres abandonados à nossa sorte, perdidos e à deriva num universo sem fim; mas somos seres amados por Deus, pessoas únicas e irrepetíveis que Deus conduz com amor ao longo da caminhada pela história e para quem Deus tem um projecto eterno de vida plena, de felicidade total, de salvação. Tal constatação deve encher de alegria, de esperança e também de gratidão os nossos corações.

• A nossa leitura deixa ainda claro que esse projecto de salvação foi totalmente revelado em Jesus Cristo – no seu amor até ao extremo, nos seus gestos de bondade e de misericórdia, na sua atitude de doação e de serviço, no seu anúncio do Reino de Deus. Prepararmo-nos para o Natal significa preparar o nosso coração para acolher Jesus, para aceitar os seus valores, para compreender o seu jeito de viver, para aderir ao projecto de salvação que, através d’Ele, Deus Pai nos propõe.


ALELUIA – Lc 1,38

Aleluia. Aleluia.

Eis a escrava do Senhor:
faça-se em mim segundo a vossa palavra.


EVANGELHO – Lc 1,26-38

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo,
o Anjo Gabriel foi enviado por Deus
a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José.
O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo:
«Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo;
bendita és tu entre as mulheres».
Ela ficou perturbada com estas palavras
e pensava que saudação seria aquela.
Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria,
porque encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho,
a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo.
O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo:
«Como será isto, se eu não conheço homem?»
O Anjo respondeu-lhe:
«O Espírito Santo virá sobre ti
e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra.
Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então:
«Eis a escrava do Senhor;
faça-se em mim segundo a tua palavra».

AMBIENTE

O texto que nos é hoje proposto pertence ao “Evangelho da Infância” na versão de Lucas. De acordo com os biblistas actuais, os textos do “Evangelho da Infância” pertencem a um género literário especial, chamado homologese. Este género não pretende ser um relato jornalístico e histórico de acontecimentos; mas é, sobretudo, uma catequese destinada a proclamar certas realidades salvíficas (que Jesus é o Messias, que Ele vem de Deus, que Ele é o “Deus connosco”). Desenvolve-se em forma de narração e recorre às técnicas do midrash haggádico (uma técnica de leitura e de interpretação do texto sagrado usada pelos rabbis judeus da época de Jesus). A homologese utiliza e mistura tipologias (factos e pessoas do Antigo Testamento encontram a sua correspondência em factos e pessoas do Novo Testamento) e aparições apocalípticas (anjos, aparições, sonhos) para fazer avançar a narração e para explicitar determinada catequese sobre Jesus. O Evangelho que nos é hoje proposto deve ser entendido a esta luz: não interessa, pois, estar aqui à procura de factos históricos; interessa, sobretudo, perceber o que é que a catequese cristã primitiva nos ensina, através destas narrações, sobre Jesus.
A cena situa-nos numa aldeia da Galileia, chamada Nazaré. A Galileia, região a norte da Palestina, à volta do Lago de Tiberíades, era considerada pelos judeus uma terra longínqua e estranha, em permanente contacto com as populações pagãs e onde se praticava uma religião heterodoxa, influenciada pelos costumes e pelas tradições pagãs. Daí a convicção dos mestres judeus de Jerusalém de que “da Galileia não pode vir nada de bom”. Quanto a Nazaré, era uma aldeia pobre e ignorada, nunca nomeada na história religiosa judaica e, portanto (de acordo com a mentalidade judaica), completamente à margem dos caminhos de Deus e da salvação.
Maria, a jovem de Nazaré que está no centro deste episódio, era “uma virgem desposada com um homem chamado José”. O casamento hebraico considerava o compromisso matrimonial em duas etapas: havia uma primeira fase, na qual os noivos se prometiam um ao outro (os “esponsais”); só numa segunda fase surgia o compromisso definitivo (as cerimónias do matrimónio propriamente dito)… Entre os “esponsais” e o rito do matrimónio, passava um tempo mais ou menos longo, durante o qual qualquer uma das partes podia voltar atrás, ainda que sofrendo uma penalidade. Durante os “esponsais”, os noivos não viviam em comum; mas o compromisso que os dois assumiam tinha já um carácter estável, de tal forma que, se surgia um filho, este era considerado filho legítimo de ambos. A Lei de Moisés considerava a infidelidade da “prometida” como uma ofensa semelhante à infidelidade da esposa (cf. Dt 22,23-27)… E a união entre os dois “prometidos” só podia dissolver-se com a fórmula jurídica do divórcio. José e Maria estavam, portanto, na situação de “prometidos”: ainda não tinham celebrado o matrimónio, mas já tinham celebrado os “esponsais”.

MENSAGEM

Depois da apresentação do “ambiente” do quadro, Lucas apresenta o diálogo entre Maria e o anjo.
A conversa começa com a saudação do anjo. Na boca deste, são colocados termos e expressões com ressonância vétero-testamentária, ligados a contextos de eleição, de vocação e de missão. Assim, o termo “ave” (em grego, “kaire”) com que o anjo se dirige a Maria é mais do que uma saudação: é o eco dos anúncios de salvação à “filha de Sião” – uma figura fraca e delicada que personifica o Povo de Israel, em cuja fraqueza se apresenta e representa essa salvação oferecida por Deus e que Israel deve testemunhar diante dos outros povos (cf. 2 Re 19,21-28; Is 1,8;12,6; Jer 4,31; Sof 3,14-17). A expressão “cheia de graça” significa que Maria é objecto da predilecção e do amor de Deus. A outra expressão, “o Senhor está contigo”, é uma expressão que aparece com frequência ligada aos relatos de vocação no Antigo Testamento (cf. Ex 3,12 – vocação de Moisés; Jz 6,12 – vocação de Gedeão; Jer 1,8.19 – vocação de Jeremias) e que serve para assegurar ao “chamado” a assistência de Deus na missão que lhe é pedida. Estamos, portanto, diante do “relato de vocação” de Maria: a visita do anjo destina-se a apresentar à jovem de Nazaré uma proposta de Deus. Essa proposta vai exigir uma resposta clara de Maria.
Qual é, então, o papel proposto a Maria no projecto de Deus?
A Maria, Deus propõe que aceite ser a mãe de um “filho” especial… Desse “filho” diz-se, em primeiro lugar, que Ele se chamará “Jesus”. O nome significa “Deus salva”. Além disso, esse “filho” é apresentado pelo anjo como o “Filho do Altíssimo”, que herdará “o trono de seu pai David” e cujo reinado “não terá fim”. As palavras do anjo levam-nos a 2 Sm 7 e à promessa feita por Deus ao rei David através das palavras do profeta Natã. Esse “filho” é descrito nos mesmos termos em que a teologia de Israel descrevia o “Messias” libertador. O que é proposto a Maria é, pois, que ela aceite ser a mãe desse “Messias” que Israel esperava, o libertador enviado por Deus ao seu Povo para lhe oferecer a vida e a salvação definitivas.
Como é que Maria responde ao projecto de Deus?
A resposta de Maria começa com uma objecção… A objecção faz sempre parte dos relatos de vocação do Antigo Testamento (cf. Ex 3,11;6,30; Is 6,5; Jer 1,6). É uma reacção natural de um “chamado”, assustado com a perspectiva do compromisso com algo que o ultrapassa; mas é, sobretudo, uma forma de mostrar a grandeza e o poder de Deus que, apesar da fragilidade e das limitações dos “chamados”, faz deles instrumentos da sua salvação no meio dos homens e do mundo.
Diante da “objecção”, o anjo garante a Maria que o Espírito Santo virá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra. Este Espírito é o mesmo que foi derramado sobre os juizes (Oteniel – cf. Jz 3,10; Gedeão – cf. Jz 6,34; Jefté – cf. Jz 11,29; Sansão – cf. Jz 14,6), sobre os reis (Saul – cf. 1 Sm 11,6; David – cf. 1 Sm 16,13), sobre os profetas (cf. Maria, a profetisa irmã de Aarão – cf. Ex 15,20; os anciãos de Israel – cf. Nm 11,25-26; Ezequiel – cf. Ez 2,1; 3,12; o Trito-Isaías – cf. Is 61,1), a fim de que eles pudessem ser uma presença eficaz da salvação de Deus no meio do mundo. A “sombra” ou “nuvem” leva-nos também à “coluna de nuvem” (cf. Ex 13,21) que acompanhava a caminhada do Povo de Deus em marcha pelo deserto, indicando o caminho para a Terra Prometida da liberdade e da vida nova. A questão é a seguinte: apesar da fragilidade de Maria, Deus vai, através dela, fazer-se presente no mundo para oferecer a salvação a todos os homens.
O relato termina com a resposta final de Maria: “eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”. Afirmar-se como “serva” significa, mais do que humildade, reconhecer que se é um eleito de Deus e aceitar essa eleição, com tudo o que ela implica – pois, no Antigo Testamento, ser “servo do Senhor” é um título de glória, reservado àqueles que Deus escolheu, que Ele reservou para o seu serviço e que Ele enviou ao mundo com uma missão (essa designação aparece, por exemplo, no Deutero-Isaías – cf. Is 42,1;49,3;50,10;52,13;53,2.11 – em referência à figura enigmática do “servo de Jahwéh”). Desta forma, Maria reconhece que Deus a escolheu, aceita com disponibilidade essa escolha e manifesta a sua disposição de cumprir, com fidelidade, o projecto de Deus.

ACTUALIZAÇÃO

Para a reflexão e partilha, considerar os seguintes elementos:

• Também o Evangelho deste domingo (na linha das outras duas leituras) afirma, de forma clara e insofismável, que Deus ama os homens e tem um projecto de vida plena para lhes oferecer. Como é que esse Deus cheio de amor pelos seus filhos intervém na história humana e concretiza, dia a dia, essa oferta de salvação? A história de Maria de Nazaré (bem como a de tantos outros “chamados”) responde, de forma clara, a esta questão: é através de homens e mulheres atentos aos projectos de Deus e de coração disponível para o serviço dos irmãos, que Deus actua no mundo, que Ele manifesta aos homens o seu amor, que Ele convida cada pessoa a percorrer os caminhos da felicidade e da realização plena. Já pensámos que é através dos nossos gestos de amor, de partilha e de serviço que Deus Se torna presente no mundo e transforma o mundo?

• Neste domingo que precede o Natal de Jesus, a história de Maria mostra como é possível fazer Jesus nascer no mundo: através de um “sim” incondicional aos projectos de Deus. É preciso que, através dos nossos “sins” de cada instante, da nossa disponibilidade e entrega, Jesus possa vir ao mundo e oferecer aos nossos irmãos – particularmente aos pobres, aos humildes, aos infelizes, aos marginalizados – a salvação e a vida de Deus.

• Outra questão é a dos instrumentos de que Deus se serve para realizar os seus planos… Maria era uma jovem mulher de uma aldeia obscura dessa “Galileia dos pagãos” de onde não podia “vir nada de bom”. Não consta que tivesse uma significativa preparação intelectual, extraordinários conhecimentos teológicos, ou amigos poderosos nos círculos de poder e de influência da Palestina de então… Apesar disso, foi escolhida por Deus para desempenhar um papel primordial na etapa mais significativa na história da salvação. A história vocacional de Maria deixa claro que, na perspectiva de Deus, não são o poder, a riqueza, a importância ou a visibilidade social que determinam a capacidade para levar a cabo uma missão. Deus age através de homens e mulheres, independentemente das suas qualidades humanas. O que é decisivo é a disponibilidade e o amor com que se acolhem e testemunham as propostas de Deus.

• Diante dos apelos de Deus ao compromisso, qual deve ser a resposta do homem? É aí que somos colocados diante do exemplo de Maria… Confrontada com os planos de Deus, Maria responde com um “sim” total e incondicional. Naturalmente, ela tinha o seu programa de vida e os seus projectos pessoais; mas, diante do apelo de Deus, esses projectos pessoais passaram naturalmente e sem dramas a um plano secundário. Na atitude de Maria não há qualquer sinal de egoísmo, de comodismo, de orgulho, mas há uma entrega total nas mãos de Deus e um acolhimento radical dos caminhos de Deus. O testemunho de Maria é um testemunho questionante, que nos interpela fortemente… Que atitude assumimos diante dos projectos de Deus: acolhemo-los sem reservas, com amor e disponibilidade, numa atitude de entrega total a Deus, ou assumimos uma atitude egoísta de defesa intransigente dos nossos projectos pessoais e dos nossos interesses egoístas?

• É possível alguém entregar-se tão cegamente a Deus, sem reservas, sem medir os prós e os contras? Como é que se chega a esta confiança incondicional em Deus e nos seus projectos? Naturalmente, não se chega a esta confiança cega em Deus e nos seus planos sem uma vida de diálogo, de comunhão, de intimidade com Deus. Maria de Nazaré foi, certamente, uma mulher para quem Deus ocupava o primeiro lugar e era a prioridade fundamental. Maria de Nazaré foi, certamente, uma pessoa de oração e de fé, que fez a experiência do encontro com Deus e aprendeu a confiar totalmente n’Ele. No meio da agitação de todos os dias, encontro tempo e disponibilidade para ouvir Deus, para viver em comunhão com Ele, para tentar perceber os seus sinais nas indicações que Ele me dá dia a dia?


ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 4º DOMINGO DO ADVENTO
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)

1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 4º Domingo do Advento, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.

2. DURANTE A CELEBRAÇÃO.
- DAVID. Estamos habituados a viver o 4º Domingo do Advento, bem próximo do Natal, com Maria. E este ano, a grande narração da Anunciação (Evangelho) pode centrar a nossa atenção na preparação da liturgia… Mas talvez possamos entrar neste domingo com outra chave de leitura, perguntando se Deus sempre quis ter necessidade dos homens. De facto, segundo a primeira leitura, é Ele que finalmente fará uma casa para David; mas David e o profeta Natã são homens que Deus escolheu entre o seu povo para O ajudar na sua missão de salvação.
- MARIA. Esta escolha de Deus culmina em Maria, a humilde serva. Deus quer ter necessidade de uma mulher para trazer ao mundo o seu Filho bem-amado. Do mesmo modo que escolheu, desde sempre, homens para cumprir em seu nome missões particulares, Ele escolhe agora uma mulher para a missão suprema de trazer o corpo do seu Filho único. Este domingo celebra ao mesmo tempo a humildade de Deus e a humildade de Maria. Mais do que nunca, a sobriedade da liturgia deverá ser tida em conta. A narração da Anunciação é um dos relatos alegres do Evangelho… bem expressos pelos pintores ao longo dos tempos…
- E NÓS? Celebrar este domingo, meditar a importantíssima missão confiada a Maria e a resposta tão generosa que não hesitou em dar ao Senhor, convida-nos também a nos interrogarmos sobre a nossa própria missão: o que é que Deus, na nossa humilde medida, nos confia? Em quê, por quê, conta Ele com cada um de nós? Para que seja verdadeiramente Natal, dentro de alguns dias, na nossa terra, Ele tem sem dúvida necessidade dos discípulos do seu Filho… Professamos hoje a nossa fé num Deus que, diz São Paulo, tem o poder de nos confirmar (segunda leitura): acendendo a nossa quarta vela do Advento, que esta força seja verdadeiramente reavivada nos nossos corações.

3. PALAVRA DE VIDA.
Maria, humilde jovem de Nazaré, fervorosa crente judia, esperava a realização da promessa de Deus. Ela entra em diálogo com Deus, é a sua Anunciação. Deus, como sempre, toma a iniciativa: Ele vem, de improviso, ao encontro daquela que encheu de graças e com a qual Ele já está. Maria está perturbada porque Deus surpreende sempre. Deus tranquiliza-a, lembrando-lhe que é Ele que toma a iniciativa. Ele quer associar uma das suas criaturas ao seu projecto de salvação: o filho chamar-se-á “Jesus”, “Deus salva”. Maria interroga antes de dar a sua resposta: “Como será isso?” Ela procura esclarecer a sua fé. Deus responde-lhe, assegurando-lhe a sua presença pelo seu Espírito, e Ele dá-lhe um sinal, porque sabe que as suas criaturas precisam de sinais para crer: a sua prima conceberá na sua velhice. E Ele recorda-lhe que nada Lhe é impossível. Maria dá a sua resposta: a Palavra de Deus é segura, ela pode ter confiança. E esta Palavra torna-se carne na sua carne.

4. UM PONTO DE ATENÇÃO.
Fazer ressoar o Evangelho da Anunciação… A alguns dias do Natal, a Anunciação dá o verdadeiro sentido da festa: vamos celebrar o mistério da Incarnação do Filho de Deus. Portanto, o Evangelho deverá ter um lugar central. Aliás, a oração da colecta, a primeira leitura e a oração sobre as oferendas evocam também o mesmo mistério. O Evangeliário pode ser trazido em procissão com solenidade e apresentado à assembleia, acompanhado de um cântico. Uma possibilidade de acolher o Evangelho pela oração será introduzir a “Ave-Maria” durante o Evangelho: lê-se o Evangelho até “o Senhor está contigo”; a assembleia reza a primeira parte da “Ave-Maria”; o leitor continua a leitura do Evangelho até ao fim e a assembleia reza a segunda parte da “Ave-Maria”. A homilia/meditação ajudará os fiéis a descobrir o papel de Maria no mistério do Natal.

5. PARA A SEMANA QUE SE SEGUE…
Tomar uma decisão que comprometa… Maria ajuda-nos a dar o salto da fé, ela é o nosso modelo, mas ao mesmo tempo é nossa Mãe: podemos, pois, ter confiança e encontrar junto dela todo o reconforto de que precisamos! A alguns dias do Natal, com Maria, procuremos tomar uma decisão que comprometa a nossa fé, de encontrar um ritmo mais regular para a oração, de prever uma paragem espiritual (tempo de retiro, por breve que seja…) antes do Natal para fazer o ponto da situação da nossa vida com o Senhor.

17 de dezembro de 2011

HINO A SÃO JOSÉ A QUEM ENTREGO MINHA NOITE

O PRIMEIRO NATAL

SÓ O AMOR EM DEUS, IMPORTA




PASSA O TEMPO SEM QUERERMOS!




COM ELE PASSA TAMBÉM A VIDA!




É JÁ RETEMPO DE SABERMOS...


SE TUDO A QUE SE CHAMA LIDA


NÃO TERÁ SIDO DESTEMPO


DUMA ETERNIDADE, NO AMOR


QUE DEUS TOMA POR LOUVOR,


A REVERTER EM SUSTENTO


E FERMENTANDO NOSSA AÇÃO!




EM PROL DO NOSSO CAMINHAR,


SÓ ELE TERÁ DE ESTAR


NO NOSSO MINI CORAÇÃO


QUANDO ELE NOS PEDIR


AS CONTAS DO ROSÁRIO


COM PÉROLAS TRANSPARENTES


ONDE A CLEMÊNCIA É CONDÃO!



PARA O PERDÃO CONSEGUIR




SÓ UM AMOR EM UNIÃO!


DE Maria do Rosário Guerra

IV DOMINGO DO ADVENTO-ANO B

NOVENA AO MENINO JESUS




:

I. Oferecimento.
Oh! Pai eterno, Vos ofereço para a honra e glória vossa, e por minha salvação e a de todo o mundo, o mistério do Nascimento de nosso divino Redentor.
Glória, Pai-Nosso e Ave-Maria.

II. Oferecimento.
Oh! Pai eterno, Vos ofereço para a honra e glória vossa, e por minha eterna salvação, os sofrimentos da Virgem Santíssima e de São José naquela longa e penosa viagem de Nazaret a Belém, e as angústias de seu coração por não encontrar lugar onde se abrigar quando estava para nascer o Salvador do mundo.
Glória, Pai-Nosso e Ave-Maria.

III. Oferecimento.
Oh! Pai eterno, Vos ofereço para a honra e glória vossa, e por minha eterna salvação, o casebre onde nasceu Jesus, o duro feno que lhe serviu de cama, o frio que sofreu, os panos em que foi envolto, as lágrimas que derramou e seus ternos gemidos.
Glória, Pai-Nosso e Ave-Maria.

IV. Oferecimento.
Oh! Pai eterno, Vos ofereço para a honra e glória vossa, e por minha eterna salvação, a dor que sofreu o divino Menino Jesus em seu terno corpinho, quando se sujeitou a cruel circuncisão;
Vos ofereço aquele preciosíssimo Sangue, que então derramou pela primeira vez para a salvação de todo o gênero humano.
Glória, Pai-Nosso e Ave-Maria.

V. Oferecimento.
Oh! Pai eterno, Vos ofereço a maior honra e glória vossa, e por minha eterna salvação, a humildade, a mortificação, a paciência a caridade, e todas as virtudes do Menino Jesus, e Vos dou graças, Vos amo e Vos bendigo infinitamente por este inefável mistério da Encarnação do Verbo divino.
Glória, Pai-Nosso e Ave-Maria.
Glória
Glória a Deus nas alturas
e na terra ao homem paz.
Assim os Anjos cantam
de Belém no portal.
A Belém vinde, Pastores,
Que tem nascido vosso Rei;
Envolto em pobres panos
Sobre a palha o vereis.
Tremendo de frio chora
No casebre meu Deus
Porque o mundo está muito frio,
Quem é que vem a dar-Lhe calor.
do portal pelas grutas
Vê os lenhos uma cruz;
Por isso tremendo chora
O pobre Menino Jesus.
A Virgem O tem em seus braços
E dá o Menino a São José;
Deles quero ser escravo
Honrando a Sagrada Família de Nazaré

13 de dezembro de 2011

HORA DE SÃO JOSÉ




Algumas Mensagens de São José sobre Sua Hora de Oração

"-Entregai-vos a Mim, como instrumentos dóceis. Ide por toda parte levando Minhas Mensagens, fazendo a Minha Santa HORA todos os domingos e levando esta Minha HORA ao conhecimento de todos, para que todos a rezem, para que todos a façam.Por meio desta HORA, o Meu AMANTÍSSIMO CORAÇÃO triunfará, como já está começando a triunfar em tantas almas e lares, que tem rezado a Minha HORA, lealmente e fielmente todos os domingos.Que maravilhas Eu farei, quando o mundo inteiro conhecer a Minha Santa HORA de ORAÇÃO! Em breve o mundo vai conhecer a força e poder esmagador da Minha Santa HORA de ORAÇÃO!... (São José 10/02/2008)

"...Rezem pelas nações da terra, rezem pela paz, continuem fazendo a minha hora todos os domingos, eu já estou derramando graças em muitos corações que começaram a fazê-la, mas ainda são poucos, é preciso que mais pessoas a façam, e a espalhem, para que eu possa deter a onda de destruição das famílias que se alastra como um câncer sobre a terra." (São José 11/05/2003)

"...Continuem a fazer a Minha Hora todos os Domingos. A Hora da Paz e a Minha Hora, serão tanto mais fortes e terão tanto mais eficácia quanto maior for a Fé com que vocês as fizerem . Sim, o grau de eficácia destas orações, também está relacionado com o grau de fé que vocês tem nelas."
( São José 04/04/2004)

"...Continuem com a Minha Hora aos domingos. Sobre os que a fazem fielmente, hoje desce a indulgência plena. Hoje, Eu prometo cobrir as famílias que são fiéis a Mim na Minha Hora de oração. O Meu Amantíssimo Coração jamais se dilatou tanto como aqui, neste local santo. Este é o Meu lugar de predileção. Aqui, vou realizar as maiores maravilhas da graça no interior das almas." (São José 10/02/2006)

" - O Meu Coração é a fonte da paz para este mundo sem paz. Para a alma que deseja agradar perfeitamente ao Altíssimo ofereço o meio eficaz e o único certo. A verdadeira consagração e devoção ao meu Amantíssimo Coração. Para tê-la, é preciso três coisas:
Primeiro, entregar-se completamente a mim e deixar-se guiar docilmente por mim. Segundo, imitar minhas virtudes e obedecer prontamente as minhas Mensagens.Terceiro, rezar a minha Hora e contemplar amiúde o Meu Amantíssimo Coração. Se a alma fizer isso, poderei levá-la a glorificação perfeita do Senhor e a verdadeira vida em Deus. Eu estou pronto para tomar todos que quiserem dar-se a mim para elevá-los a maior alturas da vida interior em Deus." (São José 03/04/2006)

"...Aquele que me diz: São José, São José, mas não faz a minha hora de oração, não obedece as minhas mensagens não entrará no reino dos Céus. Não receberá a coroa do premio eterno. Por isso, se querem salvar-se sejam verdadeiramente obedientes a nós e amem-nos sinceramente. A todos hoje deixo a minha benção e a minha Paz.” (São José 11/06/2006)

Como rezar a Hora de São José?

1. Faz-se 10 minutos de silêncio interior e exterior Meditando na Pessoa Santíssima de São José, Suas glorias, Suas virtudes, Seu amor, Suas Mensagens.


2. Reza-se o Terço de São José sem pressa meditado.

Terço de São José
Pai Nosso - Ave-Maria - Creio

1° Mistério : Contemplamos o noivado de Maria e José.

2° Mistério : Contemplamos a visita do Anjo a São José e o aviso que Maria seria a Mãe do Salvador.

3° Mistério: José e Maria adoram o menino Jesus em seu nascimento no estábulo em Belém.

4° Mistério : A fuga da Sagrada Família para o Egito.

5° Mistério: O retorno da Sagrada família para Nazaré após o sonho de São José.

Nas contas do Pai Nosso , reza-se: Ave Maria...

Nas contas da Ave Maria , reza-se : Ave José, Eleito da Graça, o Senhor é convosco. Bendito sois vós entre os homens e Bendito é o Vosso Amantíssimo Coração nosso Co-redentor e amparo com Jesus e Maria. São José, Pai do Filho de Deus e Nosso Pai assisti-nos a nós pecadores agora e na hora da nossa morte amém.

Jaculatórias para serem rezadas ao final de cada mistério:

Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo , assim como era no princípio agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Amantíssimo coração de São José , rogai por nós!

Jesus , Maria e José , eu vos amo! Salvai Almas!

São José sustentáculo das famílias , Rogai por nós!

Sagrada Família , Rogai por nós!

Conclui-se com este oferecimento: A Vós glorioso São José, ofereço este terço em louvor e glória de Jesus e de Maria, para que seja minha luz e guia, minha proteção e defesa, minha fortaleza e alegria em todos os meus trabalhos e tribulações e principalmente na hora da agonia. Pelo nome de Jesus, pela glória de Maria, imploro o vosso poderoso patrocínio, para que me alcanceis a graça que tanto desejo. Falai em meu favor, advogai a minha causa no céu e na terra, alegrai a minha alma para honra e glória vossa, de Jesus e de Maria. Assim seja.
3. Ladainha ao Amantíssimo Coração de São José

Ladainha do Amantíssimo Coração de São José
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
PAI do Céu, que sois DEUS, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do mundo, que sois DEUS, tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois DEUS, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois UM SÓ DEUS, tende piedade de nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, cheio de AMOR e Misericórdia para com os pecadores, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, Guarda e Defensor de JESUS e MARIA, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, Templo da Santíssima Trindade, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, terror dos demônios e destruidor das ciladas do maligno, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, abrasado e consumido de AMOR pela SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, dilatado de AMOR pelo MENINO DEUS, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, Protetor da Santa Fé da Igreja Católica, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, Escudo e Pai Amorosíssimo dos verdadeiros devotos de MARIA, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, defensor dos que divulgam as MENSAGENS de MARIA SANTÍSSIMA, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, modelo e farol de todas as almas que aspiram à santidade, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, que pulsais de ardente AMOR por JESUS e MARIA, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, que aparecestes em Jacareí abrasado em chamas de ardentíssimo AMOR, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, nosso MESTRE Gloriosíssimo no 'caminho da perfeição', rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, nosso Ajudado e nosso Socorro nas tribulações, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, Protetor e Sustentáculo das famílias, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, Preparador do TRIUNFO dos CORAÇÕES de JESUS e MARIA, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, nosso Refúgio nos ataques e assaltos do maligno, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, nossa Paz e causa da nossa alegria, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, traspassado pelos espinhos dos nossos pecados, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, que sofreis pelo desprezo com que os homens tratam JESUS e MARIA, rogai por nós.
AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, que sofreis pelo desprezo com que os homens tratam as APARIÇÕES de JESUS e MARIA, rogai por nós.
CORDEIRO de DEUS, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos Senhor.
CORDEIRO de DEUS, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
CORDEIRO de DEUS, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
Oremos: DEUS Todo-Poderoso e Eterno, QUE FORMASTES o AMANTÍSSIMO CORAÇÃO de SÃO JOSÉ, para AMAR, Defender e Guardar o MENINO JESUS e a SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA, e também para ser o Guia, Protetor e MESTRE de AMOR de todas as almas de boa vontade, nós VÓS pedimos, que pela Poderosa Intercessão deste Mesmo CORAÇÃO, sejamos livres de todos os males e pecados, e sejamos conduzidos ao 'Perfeito AMOR' a VÓS, ao VOSSO FILHO e à SANTÍSIMA VIRGEM MARIA, para que, servindo-VOS fielmente nesta vida, por VOSSA MISERICÓRDIA sejamos admitidos à VOSSA SANTÍSSIMA PRESENÇA, e à PRESENÇA da SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA, que REINA junto a VÓS e CONVOSCO, na GLÓRIA ETERNA. Assim Seja.



4. Honrar as Dores Secretas do Amantíssimo coração de São José

Honramos e Meditamos na dor do Amantíssimo Coração de São José , quando em Belém não encontrou lugar para Nossa Senhora dar a Luz ao filho de Deus.
Reza-se 1 Pai Nosso - 1 Ave Maria - Glória e a Jaculatória: Amantíssimo Coração de São José , Rogai por nós.
(obs.: São José prometeu estar presente EM PESSOA no dia da morte da pessoa que honrar suas dores, fielmente todos os dias e livrá-lo dos assaltos do demônio.

Honramos a Dor de São José que ainda hoje sofre vendo a maneira que são desprezadas as Aparições e Mensagens de Nossa Senhora e Nosso Senhor Jesus em todo mundo.
Reza-se 1 Pai Nosso - 1 Ave Maria - Glória e a Jaculatória: Amantíssimo Coração de São José , Rogai por nós.



5. Orações e Jaculatórias Dedicadas Á São José

Lembrai-vos São José
Lembrai-vos, ó castíssimo esposo da Virgem Maria, São José, meu amável protetor, que nunca se ouviu dizer, que algum daqueles que invocaram a vossa proteção e imploraram o vosso socorro, tivesse ficado sem consolação. Com esta confiança, venho a vossa presença; a vós fervorosamente me recomendo.
Oh! Não desprezeis as minhas súplicas, Pai adotivo do Redentor, mas dignai-vos acolhe-las favoravelmente. Amém!

Pedindo a proteção de São José
Ó, São José, padroeiro das famílias e dos trabalhadores, você que amou e protegeu a Virgem Maria nos momentos alegres e nas angústias de sua missão materna; e amparou e guiou os primeiros passos do Menino Jesus na terra: ampare-nos e guie-nos nos caminhos da nossa vida neste mundo; e proteja-nos e ajude-nos ainda em nosso trabalho, para que possamos ganhar a vida com o suor do nosso rosto e viver na alegria e na paz em nossas famílias, fazendo sempre a vontade de Deus.
Amém.

Pela conversão de um pecador
Ó justo e glorioso São José, eu vos recomendo incessantemente a salvação da alma de ..............., resgatada à custa do precioso Sangue de Jesus. Vós sabeis, grande santo, quanto são infelizes aqueles que, tendo banido de seu coração ao Divino Salvador, ficam expostos a perdê-lo por toda a eternidade. Não permitais, pois, que esta alma que me é tão querida, fique por muito separada de Jesus. Fazei-lhe conhecer os perigos que a ameaçam. Falai fortemente ao seu coração. Reconduzi este filho pródigo ao seio do melhor dos pais e não o deixeis sem lhes terdes aberto as portas do céu, onde vos bendirá eternamente pela felicidade que lhe tiverdes alcançado. Amém.

AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, DAÍ A PAZ AO MUNDO
São José, pai nutrício de Nosso Senhor Jesus Cristo e verdadeiro esposo da Virgem Maria, rogai por nós.

Oração de Súplica
Glorioso São José, que fostes exaltado pelo Eterno Pai, obedecido pelo Verbo Encarnado, favorecido pelo Espírito Santo e amado pela Virgem Maria, louvo e bendigo a Santíssima Trindade pelos privilégios e méritos com que vos enriqueceu. Sois poderosíssimo e jamais se ouviu dizer que alguém tenha recorrido a vós e fosse por vós desamparado, sois o consolador dos aflitos, o amparo dos míseros e o advogado dos pecadores. Acolhei pois com bondade paternal a quem vos invoca com filial confiança e alcançai-me a graça que vos peço: .... (fazer o pedido) . Eu vos escolho por meu especial protetor. Sede, depois de Jesus e Maria, minha consolação nesta terra, meu refúgio nas desgraças, meu guia nas incertezas, meu conforto nas tribulações, meu pai solícito em todas as necessidades. Obtende-me finalmente, como coroa de vossos favores uma boa e santa morte na graça de Nosso senhor. Assim seja.


São José , Patrono da Igreja
Ó São José, Patrono da Igreja, vós que ao lado do Verbo Encarnado, trabalhastes todos os dias para ganhar o pão, tirando dele e força para viver e trabalhar, vós que provastes a preocupação do amanhã, a amargura da pobreza, a precariedade do trabalho, vós que irradiais o exemplo de vossa figura, humilde diante dos homens, mas grandíssimas diante de Deus: olhai a imensa família que vos é confiada. Abençoai a Igreja, sustentando-a sempre mais no caminho da fidelidade evangélica; protegei os trabalhadores na sua dura existência quotidiana, defendendo-os do desânimo, da revolta negativa, como da tentação do hedonismo, intercedei pelos pobres, que continuam na terra a pobreza de Cristo, suscitando para eles as contínuas providências de seus irmãos mais dotados e guardai a paz no mundo, aquela paz que só pode garantir o desenvolvimento dos povos e o pleno cumprimento das esperanças humanas, para o bem da humanidade, para a missão da Igreja, para a glória da Santíssima Trindade. Amém.


A São José
E Vós, santíssimo Patriarca, chefe da trindade terrestre, amparo dos fracos e consolador dos aflitos, dignai-vos escutar minhas humildes súplicas, e alcançai-me a graça que peço e espero de vossa proteção. A quem senão a Vós recorria Jesus, quando na terra precisava de alguma coisa? E que nome invocava quando se via em algum perigo, senão o vosso, poderosíssimo e admirável José? Em Vós, esposo da Rainha dos céus, pai nutrício de Deus feito homem, tinha toda sua confiança Nossa Senhora, quando vivia neste mundo. Bem sabemos que não vos falta agora o poder que tínheis de primeiro, senão que no céu ainda vos foi acrescentado; portanto espero com toda confiança ser atendido em minhas súplicas, e que também me alcanceis a graça de aproveitar-me deste exercício.

Ave São José
Ave São José , Eleito da Graça, o Senhor é Convosco. Bendito sois Vós entre os homens e bendito é o vosso Amantíssimo Coração , amparo e corredentor com Jesus e com Maria. São José, Pai adotivo de Deus e nosso Pai, assisti-nos a nós pecadores agora e na nossa ultima hora. Amém.

Gloriosíssimo São José, amado e distinguido pela Santíssima Trindade, que em Vós tem todas suas delícias, obedecido e respeitado pelo mesmo Unigênito de Deus que vos chamou seu Pai, e escutado com respeito e submissão pela Rainha dos anjos e dos santos, vimos à vossa presença suplicar-vos que não desatendais nossas súplicas. Vimos hoje, e esperamos voltar todos os dias deste mês cheios de confiança em vossa extraordinária proteção; fazei que cada dia nos retiremos consolados e voltamos ao seguinte com maior confiança à vista das graças alcançadas. Não vos falta poder, porque em vossas mãos deixou o Onipotente nossa salvação; amor também não vos falta porque somos os filhinhos de Maria e os irmãos de Jesus e portanto vossos filhos também. Não sejam obstáculo nossas faltas e imperfeições à vossa grande misericórdia; se nossos pecados nos fazem indignos de sermos ouvidos, vosso amor e vossa bondade são imensamente maiores, e não nos desatendereis. Ouvi-nos, S. José, em Vós esperamos. Não seremos confundidos. Amém.

Oração à São José de São Clemente
São José, ó meu terno Pai, ponho-me para sempre sobre a vossa proteção; considerai-me como vosso filho e preservai-me de todo o pecado. Lanço-me nos vossos braços para que me acompanheis no caminho da virtude e me assistais na hora da minha morte . Jesus, Maria , José eu vos dou meu coração e minha alma.
Jesus, Maria , José eu vos dou meu coração e minha alma.
Jesus, Maria e José, assisti-me na ultima agonia.
Jesus, Maria e José expire em Paz entre vós minha alma.
São José, que morrestes nos braços de Jesus e Maria, meu amável protetor, socorrei-me em todas as necessidades e perigos da vida, mas, principalmente na hora suprema, vinde suavizar minhas dores, enxugar minha lágrimas, fechar suavemente meus olhos, enquanto pronunciar os dulcíssimos nomes: Jesus, Maria, José Salvai a minha alma. Amém .
A vós, São José, recobremos em nossa tribulação. Afastai para longe de nós, o Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício. Assisti-nos do alto do céu, o nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas e assim como outrora, salvastes da morte a vida ameaçada do menino Jesus, assim também defendei agora a Santa igreja de Deus contra as ciladas dos seus inimigos e contra toda a adversidade. Amparai a cada um de nós para que possamos por vós poderoso patrocínio viver virtuosamente, piedosamente morrer e alcançar, no céu, a eterna bem aventurança.
Ó São José, obtende-nos uma vida pura. São José, rogai por nós e por toda humanidade. Amém.
Glorioso São José, Rogai por nós.

6. Ler uma Mensagem do Livro As Aparições de Jesus e Maria em Jacareí e meditar em silêncio

7. Meditação Bíblica

8.Cantar a São José

9. Consagração


Oração de Consagração à São José
Prostrados aos vossos pés, hei-nos aqui, gloriosíssimo São José. Injustiça seria não reconhecer os benefícios sem número que de vós recebemos, e negra ingratidão deixar de manifestar-vos nosso reconhecimento. E que faremos nós, e que vos daremos, pobres e sem méritos como somos? Isto mesmo é que viemos vos oferecer. Nada valemos, nada podemos, mas o que temos, nosso vida, nossas forças, nossa atividade ou ao menos nosso bom desejo, isso vos oferecemos, doravante nos propomos consagrar-nos inteiramente a vosso serviço, e trabalharmos o quanto de nós depender, para que sejais de todos conhecido e amado, e se propague sempre mais vossa devoção, para que sejam sempre mais numerosos os que vos honrem e participem de vossas graças. Somos fracos e inconstantes bem o sabemos e choramos, mas por isso mesmo vimos a Vós, para que intercedais por nós e alcanceis de Deus a graça e a perseverança nela. Lembrai-vos que jamais se ouviu dizer que alguém tivesse implorado o vosso socorro, e não fosse por vós consolado; acolhei-nos, aceitai-nos agora por vossos servos e por vossos escravos e filhos no Céu.
Amém.

10. Sinal da Cruz