Evangelho segundo São Mateus 2,13-18
3Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito!
Terça-feira, 28 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: Santos Inocentes, mártires; Beato Gregório Khomyšyn, Bispo e mártir
Primeira Leitura: Primeira carta de São João 1,5-2,2
Leitura da Primeira Carta de São João:
Caríssimos: 5A mensagem, que ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos, é esta: Deus é luz e nele não há trevas. 6Se dissermos que estamos em comunhão com ele, mas andamos nas trevas, estamos mentindo e não nos guiamos pela verdade. 7Mas, se andamos na luz, como ele está na luz, então estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de seu Filho Jesus nos purifica de todo pecado. 8Se dissermos que não temos pecado, estamo-nos enganando a nós mesmos, e a verdade não está dentro de nós. 9Se reconhecermos nossos pecados, então Deus se mostra fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda culpa. 10Se dissermos que nunca pecamos, fazemos dele um mentiroso e sua palavra não está dentro de nós. 2,1Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. 2Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 123
Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, quando os homens investiram contra nós, com certeza nos teriam devorado no furor de sua ira contra nós.
R: Nossa alma como um pássaro escapou do laço que lhe armara o caçador.
Então as águas nos teriam submergido, a correnteza nos teria arrastado, e então, por sobre nós teriam passado essas águas sempre mais impetuosas.
R: Nossa alma como um pássaro escapou do laço que lhe armara o caçador.
O laço arrebentou-se de repente, e assim nós conseguimos libertar-nos. O nosso auxílio está no nome do Senhor, do Senhor que fez o céu e fez a terra!
R: Nossa alma como um pássaro escapou do laço que lhe armara o caçador.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 2,13-18
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus:
13Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo". 14José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. 15Ali ficou até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: "Do Egito chamei o meu Filho". 16Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos. 17Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18"Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque eles não existem mais".
Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor.
Comentário ao Evangelho do dia feito por Eusébio Galicano (século V), monge, depois bispo
Sermão 219; PL 39, 2150 (a partir da trad. Solesmes, Lectionnaire, t. 1, p. 1097 rev.)
«Onde está o Rei dos judeus, que acaba de nascer?» (Mt 2, 2)
Herodes, o rei traidor, enganado pelos magos, envia os seus esbirros a Belém e arredores, para matar todas as crianças com menos de dois anos. [...] Nada porém conseguiste obter, bárbaro cruel e arrogante: podes fazer mártires, mas não conseguirás encontrar a Cristo. O infeliz tirano estava convencido de que o advento do Senhor, nosso Salvador, o faria cair de seu trono real. Mas não foi assim, pois Cristo não tinha vindo usurpar a glória de outro, mas ofertar-nos a Sua. Ele não tinha vindo apoderar-Se de um reino terreno, mas dar-nos o Reino dos Céus. Ele não tinha vindo roubar dignidades, mas sofrer injúrias e sevícias. Ele não tinha vindo preparar a sagrada cabeça para um diadema de pedrarias, mas para uma coroa de espinhos. Ele não tinha vindo para se instalar gloriosamente acima dos ceptros, mas para ser ultrajado e crucificado.
Ao nascimento do Senhor, «o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele» (Mt 2, 3). Não é de espantar que a impiedade se perturbe com o nascimento da bondade. Eis que um homem que domina exércitos se assusta diante de uma criança deitada numa manjedoura, que um rei orgulhoso treme diante do humilde, que aquele que se veste de púrpura receia um pequenino envolto em panos. [...] Fingiu querer adorar Aquele que procurava destruir (Mt 2, 8). Mas a Verdade não receia as emboscadas da mentira. [...] A traição não consegue encontrar a Cristo, porque não é pela crueldade, mas pelo amor, que se deve procurar a Deus, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Ámen.
28 de dezembro de 2010
27 de dezembro de 2010
FILHOS, PORQUÊ TÊ-LOS?
Home » Formações à favor da vida » Filhos, por que tê-los?
Filhos, por que tê-los?
Incluído por: admin em: 3 julho, 2010 // No Comment
Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais.
Vitor Hugo disse que “Um lar sem filhos é como uma colméia sem abelhas”; acaba ficando sem a doçura do mel.
Certa vez, o Papa Paulo VI declarou que: “A dualidade de sexos foi querida por Deus, para que o homem e a mulher, juntos, fossem a imagem de Deus, e, como Ele, nascente da vida”. Isto é, doando a vida, o casal humano se torna semelhante a Deus Criador. Pode haver missão mais nobre e digna do que esta na face da terra?
Alguém afirmou, certa vez, com muita razão, que “A primeira vitória de um homem foi ter nascido”. Nada é tão grande e valioso neste mundo como o homem. A Igreja ensina que “Ele é a única criatura que Deus quis por si mesma” (GS,24). O Papa João Paulo II afirmou certa vez: “A Igreja quer manter-se livre diante dos sistemas opostos para optar só pelo homem”. E “O homem é a via da Igreja”.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) ensina que o amor do casal é criador, por vontade de Deus:
“A fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende a ser fecundo. O filho não vem de fora acrescentar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio âmago dessa doação mútua, da qual é fruto e realização. A Igreja ‘está ao lado da vida’, e ensina que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida” (CIC, 2366 ).
E o Catecismo ensina que o casal é chamado a participar do poder criador de Deus e de sua paternidade: “Chamados a dar a vida, os esposos participam do poder criador e da paternidade de Deus. Os cônjuges sabem que, no ofício de transmitir a vida e de educar – o qual deve ser considerado como missão própria deles – são cooperadores do amor de Deus criador” (CIC, 2367).
Ao falar do “dom do filho”, o Catecismo também afirma:
“A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais” (CIC, 2373; GS, 50,2). E conclui: “Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais” (CIC, 2378).
Será que acreditamos de fato nessas palavras da Igreja? Ou será que “escapamos pela tangente”?
Temos de reconhecer que se estabeleceu também entre nós católicos uma cultura “antinatalista”. Hoje impera a enganosa mentalidade de “quanto menos filhos melhor”; e o mundo já está pagando caro por este erro. Todos os países da Europa estão com a taxa de natalidade abaixo do mínimo necessário para se manter o número de habitantes. E os governos lançam incentivos para os casais se reproduzirem porque a população envelhece…
Por outro lado, a Igreja sempre ensinou o valor incomensurável da vida. O Salmo 126 diz: “Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas”. E “Feliz o homem que assim encheu sua aljava (…)” (Sl 126, 3-5).
Acreditamos ainda nessas palavras?
O amor é essencialmente dom. São Tomás de Aquino dizia que “O bem é difusivo” (Suma Teológica, I, q. 5, a.4, ad 1). Em outras palavras: ou o amor se doa ou então morre. E, para o casal, a maior doação é a da vida do filho. Quanto mais o amor do casal se multiplica, mais cresce o seu amor.
Santo Irineu (†202) resumia em poucas palavras toda a grandeza do homem: “O homem vivo é a glória de Deus” (Contra as heresias IV, 20,7).
O Papa João Paulo II declarou na Exortação Apostólica Familiaris Consortio” (FC) que: “A tarefa fundamental da família é o serviço à vida. É realizar, através da história, a bênção originária do Criador, transmitindo a imagem divina pela geração de homem a homem. Fecundidade é o fruto e o sinal do amor conjugal, o testemunho vivo da plena doação recíproca dos esposos” (FC, 28).
“O amor conjugal deve ser plenamente humano, exclusivo e aberto à nova vida” (Gaudium et Spes (GS),50; Humanae vitae (HV),11; FC,29).
O mesmo Sumo Pontífice afirmou ainda: “Alguns se perguntam se viver é bom ou se não teria sido melhor nem sequer ter nascido. Duvidam, portanto, da liceidade de chamar outros à vida, que talvez amaldiçoarão a sua existência num mundo cruel, cujos temores nem sequer são previsíveis. Outros pensam que são os únicos destinatários da técnica e excluem os demais, impondo-lhes meios contraceptivos ou técnicas ainda piores. Nasceu assim uma mentalidade contra a vida (anti-life mentality), como emerge de muitas questões atuais: pense-se, por exemplo, num certo pânico derivado dos estudos dos ecólogos e dos futurólogos sobre a demografia, que exageram, às vezes, o perigo do incremento demográfico para a qualidade da vida. Mas a Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e com sofrimento, é sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida” (FC, 30).
Muitos têm medo de não educar bem os filhos; mas, com Deus, é possível educá-los; basta que o casal se ame, crie um lar saudável e viva para os filhos, com todas as suas forças e com toda dedicação. O resto, Deus fará. Faça do seu filho um Homem… Isso basta.
Há hoje uma mentira muito difundida de que a limitação da natalidade é o remédio necessário e “indispensável” para sanar todos os males da humanidade. Não é verdade que o desenvolvimento depende do controle da natalidade; se fosse verdade a China não cresceria tanto.
Não há civilização que possa se sustentar sobre uma falsa ética, que destrói o ser humano ou que “impede o seu existir”. É ilógico, desumano e contra a Lei de Deus afirmar que para salvar a humanidade seja necessário sacrificá-la em parte.
O renomado historiador francês, e professor da Universidade de Sorbonne, Pierre Chaunu, na entrevista que deu à revista VEJA, de 11.07.84, sob o título “A Caminho do Desastre”, declarava que “Estamos no limiar de um mundo de velhos” e que a humanidade corre o risco de ver a “implosão da espécie humana”.
O relatório intitulado “Estado da População Mundial”, em 1987, da ONU, afirmou: “Depois da revolução verde, da biotecnologia, não se duvida mais que haja condições para acabar com a fome no mundo” (Folha de São Paulo, 15/06/87). E afirmou também: “Há 453 milhões de toneladas de trigo, arroz e grãos estocados em todo o mundo, e os agricultores dos Estados Unidos e da Europa Ocidental são pagos para não produzir”. Não há falta de meios para a humanidade existir, falta sim amor.
É urgente resgatar entre os casais cristãos o valor do filho e da prole como uma “bênção de Deus”, o que só se pode rejeitar por razões sérias; jamais por comodismo, medo ou egoísmo. Os casais cristãos estão devendo ao mundo uma resposta sobre esta questão; afinal, o maior de todos os valores é a vida. E não há trabalho mais digno e sublime do que gerar e bem educar seres humanos, os filhos de Deus.
De que o nosso mundo hoje mais precisa é de homens e mulheres com vocação autêntica para pais e mães. Chega de crianças “órfãs” de pais e mães vivos!
Deus não nos pede nada além de nossas forças: “O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem de fora de teu alcance (…) Mas esta palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir” (Dt 30, 11-14).
Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Filhos, por que tê-los?
Incluído por: admin em: 3 julho, 2010 // No Comment
Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais.
Vitor Hugo disse que “Um lar sem filhos é como uma colméia sem abelhas”; acaba ficando sem a doçura do mel.
Certa vez, o Papa Paulo VI declarou que: “A dualidade de sexos foi querida por Deus, para que o homem e a mulher, juntos, fossem a imagem de Deus, e, como Ele, nascente da vida”. Isto é, doando a vida, o casal humano se torna semelhante a Deus Criador. Pode haver missão mais nobre e digna do que esta na face da terra?
Alguém afirmou, certa vez, com muita razão, que “A primeira vitória de um homem foi ter nascido”. Nada é tão grande e valioso neste mundo como o homem. A Igreja ensina que “Ele é a única criatura que Deus quis por si mesma” (GS,24). O Papa João Paulo II afirmou certa vez: “A Igreja quer manter-se livre diante dos sistemas opostos para optar só pelo homem”. E “O homem é a via da Igreja”.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) ensina que o amor do casal é criador, por vontade de Deus:
“A fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende a ser fecundo. O filho não vem de fora acrescentar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio âmago dessa doação mútua, da qual é fruto e realização. A Igreja ‘está ao lado da vida’, e ensina que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida” (CIC, 2366 ).
E o Catecismo ensina que o casal é chamado a participar do poder criador de Deus e de sua paternidade: “Chamados a dar a vida, os esposos participam do poder criador e da paternidade de Deus. Os cônjuges sabem que, no ofício de transmitir a vida e de educar – o qual deve ser considerado como missão própria deles – são cooperadores do amor de Deus criador” (CIC, 2367).
Ao falar do “dom do filho”, o Catecismo também afirma:
“A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais” (CIC, 2373; GS, 50,2). E conclui: “Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais” (CIC, 2378).
Será que acreditamos de fato nessas palavras da Igreja? Ou será que “escapamos pela tangente”?
Temos de reconhecer que se estabeleceu também entre nós católicos uma cultura “antinatalista”. Hoje impera a enganosa mentalidade de “quanto menos filhos melhor”; e o mundo já está pagando caro por este erro. Todos os países da Europa estão com a taxa de natalidade abaixo do mínimo necessário para se manter o número de habitantes. E os governos lançam incentivos para os casais se reproduzirem porque a população envelhece…
Por outro lado, a Igreja sempre ensinou o valor incomensurável da vida. O Salmo 126 diz: “Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas”. E “Feliz o homem que assim encheu sua aljava (…)” (Sl 126, 3-5).
Acreditamos ainda nessas palavras?
O amor é essencialmente dom. São Tomás de Aquino dizia que “O bem é difusivo” (Suma Teológica, I, q. 5, a.4, ad 1). Em outras palavras: ou o amor se doa ou então morre. E, para o casal, a maior doação é a da vida do filho. Quanto mais o amor do casal se multiplica, mais cresce o seu amor.
Santo Irineu (†202) resumia em poucas palavras toda a grandeza do homem: “O homem vivo é a glória de Deus” (Contra as heresias IV, 20,7).
O Papa João Paulo II declarou na Exortação Apostólica Familiaris Consortio” (FC) que: “A tarefa fundamental da família é o serviço à vida. É realizar, através da história, a bênção originária do Criador, transmitindo a imagem divina pela geração de homem a homem. Fecundidade é o fruto e o sinal do amor conjugal, o testemunho vivo da plena doação recíproca dos esposos” (FC, 28).
“O amor conjugal deve ser plenamente humano, exclusivo e aberto à nova vida” (Gaudium et Spes (GS),50; Humanae vitae (HV),11; FC,29).
O mesmo Sumo Pontífice afirmou ainda: “Alguns se perguntam se viver é bom ou se não teria sido melhor nem sequer ter nascido. Duvidam, portanto, da liceidade de chamar outros à vida, que talvez amaldiçoarão a sua existência num mundo cruel, cujos temores nem sequer são previsíveis. Outros pensam que são os únicos destinatários da técnica e excluem os demais, impondo-lhes meios contraceptivos ou técnicas ainda piores. Nasceu assim uma mentalidade contra a vida (anti-life mentality), como emerge de muitas questões atuais: pense-se, por exemplo, num certo pânico derivado dos estudos dos ecólogos e dos futurólogos sobre a demografia, que exageram, às vezes, o perigo do incremento demográfico para a qualidade da vida. Mas a Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e com sofrimento, é sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida” (FC, 30).
Muitos têm medo de não educar bem os filhos; mas, com Deus, é possível educá-los; basta que o casal se ame, crie um lar saudável e viva para os filhos, com todas as suas forças e com toda dedicação. O resto, Deus fará. Faça do seu filho um Homem… Isso basta.
Há hoje uma mentira muito difundida de que a limitação da natalidade é o remédio necessário e “indispensável” para sanar todos os males da humanidade. Não é verdade que o desenvolvimento depende do controle da natalidade; se fosse verdade a China não cresceria tanto.
Não há civilização que possa se sustentar sobre uma falsa ética, que destrói o ser humano ou que “impede o seu existir”. É ilógico, desumano e contra a Lei de Deus afirmar que para salvar a humanidade seja necessário sacrificá-la em parte.
O renomado historiador francês, e professor da Universidade de Sorbonne, Pierre Chaunu, na entrevista que deu à revista VEJA, de 11.07.84, sob o título “A Caminho do Desastre”, declarava que “Estamos no limiar de um mundo de velhos” e que a humanidade corre o risco de ver a “implosão da espécie humana”.
O relatório intitulado “Estado da População Mundial”, em 1987, da ONU, afirmou: “Depois da revolução verde, da biotecnologia, não se duvida mais que haja condições para acabar com a fome no mundo” (Folha de São Paulo, 15/06/87). E afirmou também: “Há 453 milhões de toneladas de trigo, arroz e grãos estocados em todo o mundo, e os agricultores dos Estados Unidos e da Europa Ocidental são pagos para não produzir”. Não há falta de meios para a humanidade existir, falta sim amor.
É urgente resgatar entre os casais cristãos o valor do filho e da prole como uma “bênção de Deus”, o que só se pode rejeitar por razões sérias; jamais por comodismo, medo ou egoísmo. Os casais cristãos estão devendo ao mundo uma resposta sobre esta questão; afinal, o maior de todos os valores é a vida. E não há trabalho mais digno e sublime do que gerar e bem educar seres humanos, os filhos de Deus.
De que o nosso mundo hoje mais precisa é de homens e mulheres com vocação autêntica para pais e mães. Chega de crianças “órfãs” de pais e mães vivos!
Deus não nos pede nada além de nossas forças: “O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem de fora de teu alcance (…) Mas esta palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir” (Dt 30, 11-14).
Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
PALAVRA DO SENHOR PARA O DIA DE HOJE COM OS ARAUTOS DO EVANGELHO
Evangelho segundo São João 20,2-28
No primeiro dia da semana, 2Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava
Segunda-feira, 27 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: Festa da Sagrada Família, Jesus, Maria e José; São João Evangelista; Beato José Maria Corbín Ferrer, mártir
Primeira Leitura: Primeira carta de São João 1,1-4
Início da Primeira Carta de São João:
Caríssimos: 1O que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida, 2- de fato, a Vida manifestou-se e nós a vimos, e somos testemunhas, e a vós anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós -; 3isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. 4Nós vos escrevemos estas coisas para que a nossa alegria fique completa.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 96
Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, e as ilhas numerosas rejubilem! Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, que se apoia na justiça e no direito.
R: Ah justos, alegrai-vos no Senhor!
As montanhas se derretem como cera ante a face do Senhor de toda a terra; e assim proclama o céu sua justiça, todos os povos podem ver a sua glória.
R: Ah justos, alegrai-vos no Senhor!
Uma luz já se levanta para os justos, e a alegria, para os retos corações. Homens justos, alegrai-vos no Senhor, celebrai e bendizei seu santo nome!
R: Ah justos, alegrai-vos no Senhor!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 20,2-28
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João:
No primeiro dia da semana, 2Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: "Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram". 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo.
Ele viu, e acreditou.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor
No primeiro dia da semana, 2Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava
Segunda-feira, 27 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: Festa da Sagrada Família, Jesus, Maria e José; São João Evangelista; Beato José Maria Corbín Ferrer, mártir
Primeira Leitura: Primeira carta de São João 1,1-4
Início da Primeira Carta de São João:
Caríssimos: 1O que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida, 2- de fato, a Vida manifestou-se e nós a vimos, e somos testemunhas, e a vós anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós -; 3isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. 4Nós vos escrevemos estas coisas para que a nossa alegria fique completa.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 96
Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, e as ilhas numerosas rejubilem! Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, que se apoia na justiça e no direito.
R: Ah justos, alegrai-vos no Senhor!
As montanhas se derretem como cera ante a face do Senhor de toda a terra; e assim proclama o céu sua justiça, todos os povos podem ver a sua glória.
R: Ah justos, alegrai-vos no Senhor!
Uma luz já se levanta para os justos, e a alegria, para os retos corações. Homens justos, alegrai-vos no Senhor, celebrai e bendizei seu santo nome!
R: Ah justos, alegrai-vos no Senhor!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 20,2-28
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João:
No primeiro dia da semana, 2Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: "Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram". 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo.
Ele viu, e acreditou.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor
25 de dezembro de 2010
PALAVRA DO SENHOR PARA O DIA DE HOJE COM OS ARAUTOS DO EVANGELHO
DIA DE NATAL DE JESUS CRISTO
Evangelho segundo São Lucas 2,15-20
1Aconteceu que naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra. 2Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria
Sábado, 25 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo; Santo Alberto Chmielowski, religioso
Primeira Leitura: Isaías 9, 1-6
Leitura do Livro do Profeta Isaías:
Naqueles dias, 1O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. 2Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na partilha dos despojos. 3Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã. 4Porque todo calçado que se traz na batalha, e todo manto manchado de sangue serão lançados ao fogo e tornar-se-ão presa das chamas; 5porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz. 6Seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Segunda Leitura: Tito 2, 11-14
Leitura da Carta de São Paulo a Tito:
Naqueles dias, 11Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. 12Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade, 13na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, 14que se entregou por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniquidade, nos purificar e nos constituir seu povo de predileção, zeloso na prática do bem.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 96
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome!
R: Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Dia após dia anunciai sua salvação, manisfestai a sua glória entre as nações e, entre os povos do universo, seus prodígios!
R: Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as flores e as matas.
Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Na presença do Senhor , pois ele vem, porque vem para julgar a terra inteira. Governará o mundo todo com justiça, e os povos julgará om lealdade.
R: Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 2,1-14
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
Naquele tempo: 67Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68'Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. 69Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi, 70como tinha prometido desde outrora, pela boca de seus santos profetas, 71para nos salvar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam. 72Ele usou de misericórdia para com nossos pais, recordando-se de sua santa aliança 73e do juramento que fez a nosso pai Abraão, para conceder-nos, 74que, sem temor e libertos das mãos dos inimigos, nós o sirvamos, 75com santidade e justiça, em sua presença, todos os nossos dias. 76E tu, Menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, 77anunciando ao seu povo a salvação, pelo perdão dos seus pecados. 78Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará, 79para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz.'
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge e bispo
Sermão sobre o Natal, passim; PG 46, 1128 (a partir da trad. coll. Icthus, vol. 8, pp. 163ss.)
«Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador»
Irmãos, informados do milagre, vamos como Moisés ver esta coisa extraordinária (Ex 3, 3): em Maria, o arbusto em chamas não se consome. A Virgem dá ao mundo a Luz mantendo a sua virgindade. [...] Corramos pois a Belém, a cidade da Boa Nova! Se formos verdadeiramente pastores, se permanecermos despertos em guarda, ouviremos a voz dos anjos que anunciam uma grande alegria: [...] «Glória a Deus nas alturas, porque a paz desceu à terra!» Aonde ontem apenas havia maldição, teatros de guerra e exílio, a terra recebe a paz, porque hoje «da terra brotará a lealdade, desde o céu há-de olhar a justiça» (Sl 84, 12). Eis o fruto que a terra dá aos homens, em recompensa pela boa vontade que reina entre eles (Lc 2, 14). Deus une-Se ao homem para elevar o homem às alturas de Deus.
Ao ouvirmos esta novidade, irmãos, partamos para Belém, a fim de contemplarmos [...] o mistério do presépio: uma criança envolta em panos repousa numa manjedoura. Virgem após o parto, a Mãe incorruptível abraça o Filho. Com os pastores, repitamos a palavra do profeta: «Como nos contaram, assim nós vimos na cidade do Senhor dos exércitos» (Sl 47, 9).
Mas por que procura o Senhor refúgio nesta gruta de Belém? Por que dorme numa manjedoura? Por que Se sujeita ao recenseamento de Israel? Irmãos, Aquele que traz a libertação ao mundo vem nascer na nossa submissão à morte. Ele nasce nesta gruta para Se mostrar aos homens, mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Está deitado numa manjedoura porque é Aquele que faz crescer a erva para o gado (Sl 103, 14), porque é o Pão da Vida que alimenta o homem com um alimento espiritual, para que também ele viva pelo Espírito. [...] Haverá festa mais feliz que a de hoje? Cristo, o Sol da Justiça (Mal 3, 20), vem iluminar a nossa noite. Aquele que tinha caído torna a levantar-se, aquele que fora vencido é libertado [...], aquele que tinha morrido regressa à vida. [...] Hoje, cantemos todos a uma só voz em toda a terra: «Por um homem, Adão, veio a morte; por este Homem, vem-nos hoje a salvação» (cf Rom 5, 17).
Evangelho segundo São Lucas 2,15-20
1Aconteceu que naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra. 2Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria
Sábado, 25 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo; Santo Alberto Chmielowski, religioso
Primeira Leitura: Isaías 9, 1-6
Leitura do Livro do Profeta Isaías:
Naqueles dias, 1O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. 2Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na partilha dos despojos. 3Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã. 4Porque todo calçado que se traz na batalha, e todo manto manchado de sangue serão lançados ao fogo e tornar-se-ão presa das chamas; 5porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz. 6Seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Segunda Leitura: Tito 2, 11-14
Leitura da Carta de São Paulo a Tito:
Naqueles dias, 11Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. 12Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade, 13na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, 14que se entregou por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniquidade, nos purificar e nos constituir seu povo de predileção, zeloso na prática do bem.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 96
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome!
R: Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Dia após dia anunciai sua salvação, manisfestai a sua glória entre as nações e, entre os povos do universo, seus prodígios!
R: Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as flores e as matas.
Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Na presença do Senhor , pois ele vem, porque vem para julgar a terra inteira. Governará o mundo todo com justiça, e os povos julgará om lealdade.
R: Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 2,1-14
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
Naquele tempo: 67Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68'Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. 69Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi, 70como tinha prometido desde outrora, pela boca de seus santos profetas, 71para nos salvar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam. 72Ele usou de misericórdia para com nossos pais, recordando-se de sua santa aliança 73e do juramento que fez a nosso pai Abraão, para conceder-nos, 74que, sem temor e libertos das mãos dos inimigos, nós o sirvamos, 75com santidade e justiça, em sua presença, todos os nossos dias. 76E tu, Menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, 77anunciando ao seu povo a salvação, pelo perdão dos seus pecados. 78Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará, 79para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz.'
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge e bispo
Sermão sobre o Natal, passim; PG 46, 1128 (a partir da trad. coll. Icthus, vol. 8, pp. 163ss.)
«Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador»
Irmãos, informados do milagre, vamos como Moisés ver esta coisa extraordinária (Ex 3, 3): em Maria, o arbusto em chamas não se consome. A Virgem dá ao mundo a Luz mantendo a sua virgindade. [...] Corramos pois a Belém, a cidade da Boa Nova! Se formos verdadeiramente pastores, se permanecermos despertos em guarda, ouviremos a voz dos anjos que anunciam uma grande alegria: [...] «Glória a Deus nas alturas, porque a paz desceu à terra!» Aonde ontem apenas havia maldição, teatros de guerra e exílio, a terra recebe a paz, porque hoje «da terra brotará a lealdade, desde o céu há-de olhar a justiça» (Sl 84, 12). Eis o fruto que a terra dá aos homens, em recompensa pela boa vontade que reina entre eles (Lc 2, 14). Deus une-Se ao homem para elevar o homem às alturas de Deus.
Ao ouvirmos esta novidade, irmãos, partamos para Belém, a fim de contemplarmos [...] o mistério do presépio: uma criança envolta em panos repousa numa manjedoura. Virgem após o parto, a Mãe incorruptível abraça o Filho. Com os pastores, repitamos a palavra do profeta: «Como nos contaram, assim nós vimos na cidade do Senhor dos exércitos» (Sl 47, 9).
Mas por que procura o Senhor refúgio nesta gruta de Belém? Por que dorme numa manjedoura? Por que Se sujeita ao recenseamento de Israel? Irmãos, Aquele que traz a libertação ao mundo vem nascer na nossa submissão à morte. Ele nasce nesta gruta para Se mostrar aos homens, mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Está deitado numa manjedoura porque é Aquele que faz crescer a erva para o gado (Sl 103, 14), porque é o Pão da Vida que alimenta o homem com um alimento espiritual, para que também ele viva pelo Espírito. [...] Haverá festa mais feliz que a de hoje? Cristo, o Sol da Justiça (Mal 3, 20), vem iluminar a nossa noite. Aquele que tinha caído torna a levantar-se, aquele que fora vencido é libertado [...], aquele que tinha morrido regressa à vida. [...] Hoje, cantemos todos a uma só voz em toda a terra: «Por um homem, Adão, veio a morte; por este Homem, vem-nos hoje a salvação» (cf Rom 5, 17).
24 de dezembro de 2010
HISTÓRIA ANTIGA DE MIGUEL TORGA
HISTÓRIA ANTIGA
Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.
Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga
Antologia Poética
Coimbra, Ed. do Autor, 1981
Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.
Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga
Antologia Poética
Coimbra, Ed. do Autor, 1981
ANIVERSÁRIO MISSIONÁRIO
A Criação perfeita de Deus
deu-nos para modelos
da ditosa perfeição
dois grandes anelos
para nossa salvação:
A Maria Santíssima,
pilar de humilde adesão
à Santa Trindade!
No silêncio da caminhada
dá-nos o Fiat da Alegria
em perfeita sintonia
com o de seu Filho Jesus.
.
"Ser perfeito como o Pai celeste"
é receita que repete
no Evangelho,e nos adverte
para, com Deus, viver!
.
Maria educa, protege,
faz-se modelo de esperança
no amor à Palavra Sagrada.
.
Jesus, num dar sem fim
esquecido, num elo afim,
vive em comunhão
num mistério cordial
num dom sincero do Sim
pela vida, com direito real
a prosseguir num Natal
sempre em animação!
de Maria do Rosário Guerra
Natal de 2010
deu-nos para modelos
da ditosa perfeição
dois grandes anelos
para nossa salvação:
A Maria Santíssima,
pilar de humilde adesão
à Santa Trindade!
No silêncio da caminhada
dá-nos o Fiat da Alegria
em perfeita sintonia
com o de seu Filho Jesus.
.
"Ser perfeito como o Pai celeste"
é receita que repete
no Evangelho,e nos adverte
para, com Deus, viver!
.
Maria educa, protege,
faz-se modelo de esperança
no amor à Palavra Sagrada.
.
Jesus, num dar sem fim
esquecido, num elo afim,
vive em comunhão
num mistério cordial
num dom sincero do Sim
pela vida, com direito real
a prosseguir num Natal
sempre em animação!
de Maria do Rosário Guerra
Natal de 2010
PALAVRA DO SENHOR PARA O DIA DE HOJE COM OS ARAUTOS DO EVANGELHO
Evangelho segundo São Lucas 1,67-79
Naquele tempo: 67Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68'Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo
Sexta-feira, 24 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: São Charbel Makhlouf; Santa Irmina, abadessa
Primeira Leitura: Segundo livro de Samuel 7,1-5.8b-12.14a.16
Leitura do Segundo Livro de Samuel:
1Tendo-se o rei Davi instalado já em sua casa e tendo-lhe o Senhor dado a paz, livrando-o de todos os seus inimigos, 2ele disse ao profeta Natã: 'Vê: eu resido num palácio de cedro, e a arca de Deus está alojada numa tenda!' 3Natã respondeu ao rei: 'Vai e faze tudo o que diz o teu coração, pois o Senhor está contigo'. 4Mas, naquela mesma noite, a palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5'Vai dizer ao meu servo Davi: 'Assim fala o Senhor: Porventura és tu que me construirás uma casa para eu habitar? 8bFui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. 9Estive contigo em toda a parte por onde andaste, e exterminei diante de ti todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre como o dos homens mais famosos da terra. 10Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Os homens violentos não tornarão a oprimi-lo como outrora,11no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo, Israel. Concedo-te uma vida tranquila, livrando-te de todos os teus inimigos. E o Senhor te anuncia que te fará uma casa. 12Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 14aEu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre'.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 88
Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: 'O amor é garantido para sempre!' E a vossa lealdade é tão firme como os céus.
R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado!
R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
Ele, então, me invocará: 'Ó Senhor,vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação! Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel.
R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1,67-79
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
Naquele tempo: 67Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68'Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. 69Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi, 70como tinha prometido desde outrora, pela boca de seus santos profetas, 71para nos salvar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam. 72Ele usou de misericórdia para com nossos pais, recordando-se de sua santa aliança 73e do juramento que fez a nosso pai Abraão, para conceder-nos, 74que, sem temor e libertos das mãos dos inimigos, nós o sirvamos, 75com santidade e justiça, em sua presença, todos os nossos dias. 76E tu, Menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, 77anunciando ao seu povo a salvação, pelo perdão dos seus pecados. 78Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará, 79para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz.'
Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor
Naquele tempo: 67Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68'Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo
Sexta-feira, 24 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: São Charbel Makhlouf; Santa Irmina, abadessa
Primeira Leitura: Segundo livro de Samuel 7,1-5.8b-12.14a.16
Leitura do Segundo Livro de Samuel:
1Tendo-se o rei Davi instalado já em sua casa e tendo-lhe o Senhor dado a paz, livrando-o de todos os seus inimigos, 2ele disse ao profeta Natã: 'Vê: eu resido num palácio de cedro, e a arca de Deus está alojada numa tenda!' 3Natã respondeu ao rei: 'Vai e faze tudo o que diz o teu coração, pois o Senhor está contigo'. 4Mas, naquela mesma noite, a palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5'Vai dizer ao meu servo Davi: 'Assim fala o Senhor: Porventura és tu que me construirás uma casa para eu habitar? 8bFui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. 9Estive contigo em toda a parte por onde andaste, e exterminei diante de ti todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre como o dos homens mais famosos da terra. 10Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Os homens violentos não tornarão a oprimi-lo como outrora,11no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo, Israel. Concedo-te uma vida tranquila, livrando-te de todos os teus inimigos. E o Senhor te anuncia que te fará uma casa. 12Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 14aEu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre'.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 88
Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: 'O amor é garantido para sempre!' E a vossa lealdade é tão firme como os céus.
R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado!
R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
Ele, então, me invocará: 'Ó Senhor,vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação! Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel.
R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1,67-79
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
Naquele tempo: 67Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68'Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. 69Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi, 70como tinha prometido desde outrora, pela boca de seus santos profetas, 71para nos salvar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam. 72Ele usou de misericórdia para com nossos pais, recordando-se de sua santa aliança 73e do juramento que fez a nosso pai Abraão, para conceder-nos, 74que, sem temor e libertos das mãos dos inimigos, nós o sirvamos, 75com santidade e justiça, em sua presença, todos os nossos dias. 76E tu, Menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, 77anunciando ao seu povo a salvação, pelo perdão dos seus pecados. 78Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará, 79para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz.'
Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor
A MATERNIDADE DIVINA. MARIA VIRGEM DURANTE O PARTO
2010-10-08
APROFUNDAMENTO TEOLÓGICO - A MATERNIDADE DIVINA: Maria Virgem durante o parto.
A virgindade no parto
TESTEMUNHO BÍBLICO
“A todos os que O receberam, deu o poder de se tornarem filhos de Deus, aos que crêem em seu nome, Ele (o verbo) que não nasceu do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas nasceu de Deus” – Jo 1,12s.
“Maria gerou seu filho primogênito, envolveu-o em panos e deitou-o no presépio” – Lc 2,7. Estes dizeres insinuam a ausência das dores e da prostração que costumam acompanhar todo parto. A Tradição, repetiu: “Maria deu à luz sem dor”, professando a maternidade virginal de Maria. Os cristãos se baseavam no modo de ver dos judeus, que falavam que um dos sinais da era messiânica seria o parto isento de sofrimento (Ap. de Baruque): “as mulheres já não sofrerão durante a gravidez e desaparecerá a dor quando tiverem que dar à luz o fruto do seu seio”. O motivo: “O tempo do Messias trará o fim do desgaste e o começo da imortalidade”.
Rabino Abbahu: “...atualmente a mulher dá à luz em meio a dores, no tempo do Messias se cumprirá o que está escrito: ‘antes de sentir as dores do parto, ela deu à luz´”.
Esta concepção, segundo os judeus, estaria extinta, na era messiânica, a punição infligida a Eva: “Multiplicarei as dores da tua gravidez; na dor darás à luz filhos” (Gn 3,16). A própria tradição judaica associava entre si a vinda do Messias ao parto sem dor. A tradição cristã do parto virginal de Maria tem aí seu eco antecipado.
NO DECORRER DOS SÉCULOS
A virgindade de Maria no parto foi especialmente enfatizada por uma corrente de hereges dos dois primeiros séculos: os docetas, que afirmavam que o Senhor não tivera senão um corpo aparente. E de alguns escritores cristãos do século III, como Tertuliano e Orígenes, negaram a virgindade de Maria no parto. Passada, a controvérsia docetista, prevaleceu claramente a fé da Igreja.
S. Leão Magno Papa (+461): “O Filho de Deus foi concebido do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, que O deu à luz, conservando a sua Virgindade (salva virginitate)” (Epístola a Flaviano 2).
S. Gregório Magno Papa (+604): “Não é para admirar que o Senhor, ressuscitado para viver eternamente, tenha atravessado pelas portas fechadas, visto que, para morrer, Ele veio a nós através do seio fechado da Virgem” (Sobre os Evangelhos, homilia 26,1).
O parto virginal de Maria, fato singular e transcendental, que há de ser preservado com respeito e reverência
de:I S C R-Inst. Sup. Ciê. Rei
APROFUNDAMENTO TEOLÓGICO - A MATERNIDADE DIVINA: Maria Virgem durante o parto.
A virgindade no parto
TESTEMUNHO BÍBLICO
“A todos os que O receberam, deu o poder de se tornarem filhos de Deus, aos que crêem em seu nome, Ele (o verbo) que não nasceu do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas nasceu de Deus” – Jo 1,12s.
“Maria gerou seu filho primogênito, envolveu-o em panos e deitou-o no presépio” – Lc 2,7. Estes dizeres insinuam a ausência das dores e da prostração que costumam acompanhar todo parto. A Tradição, repetiu: “Maria deu à luz sem dor”, professando a maternidade virginal de Maria. Os cristãos se baseavam no modo de ver dos judeus, que falavam que um dos sinais da era messiânica seria o parto isento de sofrimento (Ap. de Baruque): “as mulheres já não sofrerão durante a gravidez e desaparecerá a dor quando tiverem que dar à luz o fruto do seu seio”. O motivo: “O tempo do Messias trará o fim do desgaste e o começo da imortalidade”.
Rabino Abbahu: “...atualmente a mulher dá à luz em meio a dores, no tempo do Messias se cumprirá o que está escrito: ‘antes de sentir as dores do parto, ela deu à luz´”.
Esta concepção, segundo os judeus, estaria extinta, na era messiânica, a punição infligida a Eva: “Multiplicarei as dores da tua gravidez; na dor darás à luz filhos” (Gn 3,16). A própria tradição judaica associava entre si a vinda do Messias ao parto sem dor. A tradição cristã do parto virginal de Maria tem aí seu eco antecipado.
NO DECORRER DOS SÉCULOS
A virgindade de Maria no parto foi especialmente enfatizada por uma corrente de hereges dos dois primeiros séculos: os docetas, que afirmavam que o Senhor não tivera senão um corpo aparente. E de alguns escritores cristãos do século III, como Tertuliano e Orígenes, negaram a virgindade de Maria no parto. Passada, a controvérsia docetista, prevaleceu claramente a fé da Igreja.
S. Leão Magno Papa (+461): “O Filho de Deus foi concebido do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, que O deu à luz, conservando a sua Virgindade (salva virginitate)” (Epístola a Flaviano 2).
S. Gregório Magno Papa (+604): “Não é para admirar que o Senhor, ressuscitado para viver eternamente, tenha atravessado pelas portas fechadas, visto que, para morrer, Ele veio a nós através do seio fechado da Virgem” (Sobre os Evangelhos, homilia 26,1).
O parto virginal de Maria, fato singular e transcendental, que há de ser preservado com respeito e reverência
de:I S C R-Inst. Sup. Ciê. Rei
23 de dezembro de 2010
ARQUEOLOGIA DE BELÉM DE JUDÁ
ARQUEOLOGIA DE BELÉM (DE JUDÁ)
A cidade de Davi está localizada a oito quilômetros ao sul de Jerusalém. Nela ocorreram, entre outros o seguintes fatos bíblicos: o sepultamento de Raquel, o encontro de Rute com Boaz, a unção de Davi como rei de Israel, e o nascimento de Jesus Cristo. Para lá viajaram os magos do oriente em busca do salvador.
O Túmulo de Raquel se encontra atualmente ao lado da estrada, a entrada da cidade. Belém é venerada por judeus, cristãos e muçulmanos, e considerada um dos cenários mais autênticos da Terra Santa.
A Igreja da Natividade foi edificada por Helena (mãe do imperador Constantino) durante os anos 328-330 d.C., sobre o lugar onde teria estado à manjedoura. Nessa época, assim como agora, acreditava-se que este era o local do nascimento de Jesus. O imperador Justiniano (527-565 d.C.) reconstruiu a igreja no século seis. Essa igreja ainda permanece em pé em Belém, embora em mal estado de conservação. Em 1943, William Harvey realizou ali algumas escavações, e a uns 46 centímetros sob o piso das atual igreja descobriu porções de mosaico da igreja original, que havia sido construída por Helena e Constantino. Alguns mosaicos estavam ornamentados de flores, frutas e pássaros. Outros mostravam desenhos geométricos. Não foram usadas cenas religiosas nessas decorações, já que se caminhavam sobre elas.
Debaixo da área do côro, seis metros abaixo, há um lance de degraus que conduz até a Gruta da Natividade. Essa capela em forma de cova mede quatro por treze metros. As paredes estão completamente cobertas de tapetes, e o teto adornado de belas luzes. No extremo oriental da capela há uma pequena cripta em cujo piso de mármore uma estrela de prata iluminada por 16 lâmpadas de prata e rodeada por uma inscrição simples em latim, anuncia o maior evento de toda a história: “Aqui nasceu Jesus Cristo da Virgem Maria”. Perto dali existe um presépio que completa o marco dessa profunda afirmação: “Ela deu a luz a seu filho primogênito, envolveu-o em panos, e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2.7)
A cidade de Davi está localizada a oito quilômetros ao sul de Jerusalém. Nela ocorreram, entre outros o seguintes fatos bíblicos: o sepultamento de Raquel, o encontro de Rute com Boaz, a unção de Davi como rei de Israel, e o nascimento de Jesus Cristo. Para lá viajaram os magos do oriente em busca do salvador.
O Túmulo de Raquel se encontra atualmente ao lado da estrada, a entrada da cidade. Belém é venerada por judeus, cristãos e muçulmanos, e considerada um dos cenários mais autênticos da Terra Santa.
A Igreja da Natividade foi edificada por Helena (mãe do imperador Constantino) durante os anos 328-330 d.C., sobre o lugar onde teria estado à manjedoura. Nessa época, assim como agora, acreditava-se que este era o local do nascimento de Jesus. O imperador Justiniano (527-565 d.C.) reconstruiu a igreja no século seis. Essa igreja ainda permanece em pé em Belém, embora em mal estado de conservação. Em 1943, William Harvey realizou ali algumas escavações, e a uns 46 centímetros sob o piso das atual igreja descobriu porções de mosaico da igreja original, que havia sido construída por Helena e Constantino. Alguns mosaicos estavam ornamentados de flores, frutas e pássaros. Outros mostravam desenhos geométricos. Não foram usadas cenas religiosas nessas decorações, já que se caminhavam sobre elas.
Debaixo da área do côro, seis metros abaixo, há um lance de degraus que conduz até a Gruta da Natividade. Essa capela em forma de cova mede quatro por treze metros. As paredes estão completamente cobertas de tapetes, e o teto adornado de belas luzes. No extremo oriental da capela há uma pequena cripta em cujo piso de mármore uma estrela de prata iluminada por 16 lâmpadas de prata e rodeada por uma inscrição simples em latim, anuncia o maior evento de toda a história: “Aqui nasceu Jesus Cristo da Virgem Maria”. Perto dali existe um presépio que completa o marco dessa profunda afirmação: “Ela deu a luz a seu filho primogênito, envolveu-o em panos, e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2.7)
PALAVRA DO SENHOR PARA O DIA DE HOJE COM OS ARAUTOS DO EVANGELHO
Evangelho segundo São Lucas 1,57-66
Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela.
Quinta-feira, 23 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: São Dagoberto II, Rei e Mártir; São João Câncio, presbítero; Santo Ivo, Bispo
Primeira Leitura: - Malaquias 3,1-4.23-24
Leitura da Profecia de Malaquias:
Assim fala o Senhor Deus: 1Eis que envio meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu templo o Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; 2e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; 3e estará a postos, como para fazer derreter e purificar a prata: assim ele purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata, e eles poderão assim fazer oferendas justas ao Senhor. 4Será então aceitável ao Senhor a oblação de Judá e de Jerusalém, como nos primeiros tempos e nos anos antigos. 23Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia do Senhor, dia grande e terrível; 24o coração dos pais há de voltar-se para os filhos, e o coração dos filhos para seus pais, para que eu não intervenha, ferindo de maldição a vossa terra.'
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 24
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! A Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação!
R: Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!
O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho.
R: Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!
Verdade e amor são os caminhos do Senhor para quem guarda sua Aliança e seus preceitos. O Senhor se torna íntimo aos que o temem e lhes dá a conhecer sua Aliança.
R: Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1,57-66
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe porém disse: 'Não! Ele vai chamar-se João.' 61Os outros disseram: 'Não existe nenhum parente teu com esse nome!' 62Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: 'João é o seu nome.' 64No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. 65Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judéia. 66E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: 'O que virá a ser este menino?' De fato, a mão do Senhor estava com ele.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor
Comentário ao Evangelho do dia feito por Liturgia bizantina
Lucernário das Grandes Vésperas da festa da Natividade de João Baptista (a partir da trad. Chevetogne)
Começou a falar, bendizendo a Deus.
Pelo seu nascimento, São João
pôs fim ao silêncio de Zacarias:
a partir desse momento, não pôde mais calar-se
aquele que gerou a voz que brada no deserto (Mt 3, 3),
anunciando a vinda de Cristo.
Mas, como a incredulidade
começara por prender a língua do pai,
a manifestação devolveu-lhe a liberdade;
e foi assim anunciada, e depois trazida à luz
a voz do Verbo, o Precursor da Claridade,
que intercede pelas nossas almas.
Neste dia, a Voz do Verbo liberta
a voz paternal, prisioneira da sua falta de fé;
da Igreja manifesta a fecundidade,
fazendo cessar a maternal esterilidade.
À frente da luz avança o candelabro
do Sol da Justiça recebe o reflexo (Mal 3, 20)
o raio que anuncia a Sua vinda
para a restauração universal
e a salvação das nossas almas.
Eis que avança, vindo de um seio estéril,
o mensageiro do Verbo Divino,
que haveria de nascer de um seio virginal
o maior de todos os filhos dos homens (Mt 11, 11),
o profeta que não tem igual;
porque as coisas divinas precisam de um começo maravilhoso,
seja a fecundidade numa idade avançada (Lc 1, 7),
ou a concepção operada sem semente.
Glória a Ti, ó Deus, que fazes maravilhas pela nossa salvação. [...]
Apóstolo universal,
objecto do anúncio de Gabriel (Lc 1, 36),
ramo nascido da estéril e mais bela flor do deserto,
amigo íntimo do Esposo (Jo 3, 29),
profeta digno de aclamação,
pede a Cristo que tenha piedade das nossas alma
Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela.
Quinta-feira, 23 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: São Dagoberto II, Rei e Mártir; São João Câncio, presbítero; Santo Ivo, Bispo
Primeira Leitura: - Malaquias 3,1-4.23-24
Leitura da Profecia de Malaquias:
Assim fala o Senhor Deus: 1Eis que envio meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu templo o Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; 2e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; 3e estará a postos, como para fazer derreter e purificar a prata: assim ele purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata, e eles poderão assim fazer oferendas justas ao Senhor. 4Será então aceitável ao Senhor a oblação de Judá e de Jerusalém, como nos primeiros tempos e nos anos antigos. 23Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia do Senhor, dia grande e terrível; 24o coração dos pais há de voltar-se para os filhos, e o coração dos filhos para seus pais, para que eu não intervenha, ferindo de maldição a vossa terra.'
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 24
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! A Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação!
R: Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!
O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho.
R: Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!
Verdade e amor são os caminhos do Senhor para quem guarda sua Aliança e seus preceitos. O Senhor se torna íntimo aos que o temem e lhes dá a conhecer sua Aliança.
R: Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1,57-66
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe porém disse: 'Não! Ele vai chamar-se João.' 61Os outros disseram: 'Não existe nenhum parente teu com esse nome!' 62Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: 'João é o seu nome.' 64No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. 65Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judéia. 66E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: 'O que virá a ser este menino?' De fato, a mão do Senhor estava com ele.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor
Comentário ao Evangelho do dia feito por Liturgia bizantina
Lucernário das Grandes Vésperas da festa da Natividade de João Baptista (a partir da trad. Chevetogne)
Começou a falar, bendizendo a Deus.
Pelo seu nascimento, São João
pôs fim ao silêncio de Zacarias:
a partir desse momento, não pôde mais calar-se
aquele que gerou a voz que brada no deserto (Mt 3, 3),
anunciando a vinda de Cristo.
Mas, como a incredulidade
começara por prender a língua do pai,
a manifestação devolveu-lhe a liberdade;
e foi assim anunciada, e depois trazida à luz
a voz do Verbo, o Precursor da Claridade,
que intercede pelas nossas almas.
Neste dia, a Voz do Verbo liberta
a voz paternal, prisioneira da sua falta de fé;
da Igreja manifesta a fecundidade,
fazendo cessar a maternal esterilidade.
À frente da luz avança o candelabro
do Sol da Justiça recebe o reflexo (Mal 3, 20)
o raio que anuncia a Sua vinda
para a restauração universal
e a salvação das nossas almas.
Eis que avança, vindo de um seio estéril,
o mensageiro do Verbo Divino,
que haveria de nascer de um seio virginal
o maior de todos os filhos dos homens (Mt 11, 11),
o profeta que não tem igual;
porque as coisas divinas precisam de um começo maravilhoso,
seja a fecundidade numa idade avançada (Lc 1, 7),
ou a concepção operada sem semente.
Glória a Ti, ó Deus, que fazes maravilhas pela nossa salvação. [...]
Apóstolo universal,
objecto do anúncio de Gabriel (Lc 1, 36),
ramo nascido da estéril e mais bela flor do deserto,
amigo íntimo do Esposo (Jo 3, 29),
profeta digno de aclamação,
pede a Cristo que tenha piedade das nossas alma
22 de dezembro de 2010
NATAL DOS POBRES
Vem aí
mais um Natal!
Data cristã,
mas pouco tem de irmã!
Olhai Mundo
para a abastança,
a loucura, o frenesim
de quem
não precisa de poupança!
Olhai Mundo
para o Natal dos Pobres,
sem um cobertor,
sem pão
e apenas um coração,
com dignidade,
esperando compaixão
e um alimento para a alma,
que os ajude a entender,
os contrastes da Vida!
Olhai Mundo,
para o Natal dos Pobres:
não toleremos,
estes
sem um cobertor
e outros
com um “vison”!
Olhai Mundo,
para o Natal dos Pobres:
O meu grito de revolta,
soará até ao Infinito!
José Manuel Brazão
21 de dezembro de 2010
PALAVRA DO SENHOR PARA O DIA DE HOJE COM OS ARAUTOS DO EVANGELHO
Evangelho segundo São Lucas 1,39-45
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia
Terça-feira, 21 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: São Pedro Canísio, presbítero e Doutor da Igreja; São Miqueias, profeta
Primeira Leitura: Cânticos 2,8-14
Leitura do Cântico dos Cânticos:
8É a voz do meu amado! Eis que ele vem saltando pelos montes, pulando sobre as colinas. 9O meu amado parece uma gazela, ou um cervo ainda novo. Eis que ele está de pé atrás de nossa parede, espiando pelas janelas, observando através das grades. 10O meu amado me fala dizendo: 'Levanta-te, minha amada, minha rola, formosa minha, e vem! 11O inverno já passou, as chuvas pararam e já se foram. 12No campo aparecem as flores, chegou o tempo das canções, a rola já faz ouvir seu canto em nossa terra. 13Da figueira brotam os primeiros frutos, soltam perfume as vinhas em flor. Levanta-te, minha amada, formosa minha, e vem! 14Minha rola, que moras nas fendas da rocha, no esconderijo escarpado, mostra-me teu rosto, deixa-me ouvir tua voz! Pois a tua voz é tão doce, e gracioso o teu semblante'.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 32
Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! Cantai para o Senhor um canto novo, com arte sustentai a louvação!
R: Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Cantai para o Senhor um canto novo!
Mas os desígnios do Senhor são para sempre, e os pensamentos que ele traz no coração, de geração em geração, vão perdurar. Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança!
R: Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Cantai para o Senhor um canto novo!
No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! Por isso o nosso coração se alegra nele, seu santo nome é nossa única esperança.
R: Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Cantai para o Senhor um canto novo!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1,39-45
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!' 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu.'
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor.
Comentário ao Evangelho do dia feito por Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897)
Carmelita, Doutora da Igreja - Poema «Porque Te amo, ó Maria», estrofes 4-7 (OC, Cerf DDB 1992, p.751)
«O senhor fez em mim Maravilhas» (Lc 1, 49)
Como te amo, Maria, quando te dizes serva
do Deus que conquistaste pela tua humildade (Lc 1, 38),
tornou-te omnipotente essa virtude oculta.
Trouxe ao teu coração a Santíssima Trindade
e quando o Espírito de Amor te cobriu com a Sua sombra (Lc 1, 35),
o Filho, igual ao Pai, em ti encarnou.
Inúmeros serão os Seus irmãos pecadores,
Uma vez que Jesus é o teu primogénito! (Lc 2, 7)
Ó Mãe muito amada, apesar da minha pequenez,
trago em mim, como tu, o Todo-Poderoso,
mas não tremo ao ver em mim tanta fraqueza.
Os tesouros da Mãe pertencem aos filhos
e eu sou tua filha, ó Mãe querida.
As tuas virtudes e o teu amor não me pertencerão também?
E quando ao meu coração chega a Hóstia santa,
Jesus, teu suave Cordeiro, crê repousar em ti!
Fazes-me sentir que não é impossível
seguir os teus passos, ó Rainha dos eleitos,
porque tornaste o trilho do céu visível,
vivendo cada dia as mais humildes virtudes.
A teu lado, Maria, gosto de ser pequena
para ver como são vãs as grandezas do mundo.
Ao ver-te visitar a casa de Isabel,
aprendo a praticar uma caridade ardente.
Aí escuto arrebatada, doce Rainha dos anjos,
o canto sagrado que jorrou do teu peito (Lc 1, 46 ss.);
ensinas-me a cantar os divinos louvores
e a gloriar-me em Jesus, meu Salvador.
Tuas palavras de amor são rosas místicas
que perfumarão os séculos vindouros.
Em ti, o Todo-Poderoso fez maravilhas,
desejo meditá-las a fim de delas usufruir
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia
Terça-feira, 21 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: São Pedro Canísio, presbítero e Doutor da Igreja; São Miqueias, profeta
Primeira Leitura: Cânticos 2,8-14
Leitura do Cântico dos Cânticos:
8É a voz do meu amado! Eis que ele vem saltando pelos montes, pulando sobre as colinas. 9O meu amado parece uma gazela, ou um cervo ainda novo. Eis que ele está de pé atrás de nossa parede, espiando pelas janelas, observando através das grades. 10O meu amado me fala dizendo: 'Levanta-te, minha amada, minha rola, formosa minha, e vem! 11O inverno já passou, as chuvas pararam e já se foram. 12No campo aparecem as flores, chegou o tempo das canções, a rola já faz ouvir seu canto em nossa terra. 13Da figueira brotam os primeiros frutos, soltam perfume as vinhas em flor. Levanta-te, minha amada, formosa minha, e vem! 14Minha rola, que moras nas fendas da rocha, no esconderijo escarpado, mostra-me teu rosto, deixa-me ouvir tua voz! Pois a tua voz é tão doce, e gracioso o teu semblante'.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 32
Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! Cantai para o Senhor um canto novo, com arte sustentai a louvação!
R: Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Cantai para o Senhor um canto novo!
Mas os desígnios do Senhor são para sempre, e os pensamentos que ele traz no coração, de geração em geração, vão perdurar. Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança!
R: Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Cantai para o Senhor um canto novo!
No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! Por isso o nosso coração se alegra nele, seu santo nome é nossa única esperança.
R: Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Cantai para o Senhor um canto novo!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1,39-45
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!' 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu.'
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor.
Comentário ao Evangelho do dia feito por Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897)
Carmelita, Doutora da Igreja - Poema «Porque Te amo, ó Maria», estrofes 4-7 (OC, Cerf DDB 1992, p.751)
«O senhor fez em mim Maravilhas» (Lc 1, 49)
Como te amo, Maria, quando te dizes serva
do Deus que conquistaste pela tua humildade (Lc 1, 38),
tornou-te omnipotente essa virtude oculta.
Trouxe ao teu coração a Santíssima Trindade
e quando o Espírito de Amor te cobriu com a Sua sombra (Lc 1, 35),
o Filho, igual ao Pai, em ti encarnou.
Inúmeros serão os Seus irmãos pecadores,
Uma vez que Jesus é o teu primogénito! (Lc 2, 7)
Ó Mãe muito amada, apesar da minha pequenez,
trago em mim, como tu, o Todo-Poderoso,
mas não tremo ao ver em mim tanta fraqueza.
Os tesouros da Mãe pertencem aos filhos
e eu sou tua filha, ó Mãe querida.
As tuas virtudes e o teu amor não me pertencerão também?
E quando ao meu coração chega a Hóstia santa,
Jesus, teu suave Cordeiro, crê repousar em ti!
Fazes-me sentir que não é impossível
seguir os teus passos, ó Rainha dos eleitos,
porque tornaste o trilho do céu visível,
vivendo cada dia as mais humildes virtudes.
A teu lado, Maria, gosto de ser pequena
para ver como são vãs as grandezas do mundo.
Ao ver-te visitar a casa de Isabel,
aprendo a praticar uma caridade ardente.
Aí escuto arrebatada, doce Rainha dos anjos,
o canto sagrado que jorrou do teu peito (Lc 1, 46 ss.);
ensinas-me a cantar os divinos louvores
e a gloriar-me em Jesus, meu Salvador.
Tuas palavras de amor são rosas místicas
que perfumarão os séculos vindouros.
Em ti, o Todo-Poderoso fez maravilhas,
desejo meditá-las a fim de delas usufruir
20 de dezembro de 2010
MEDITANDO
O Natal de CRISTO vai-se aproximando!
Quantos os que se deixam entranhar por este mistério redentor, poético, familiar,saudoso, tradicional, convidando ao amor real da família numa réplica da de Nazaré?
O mistério de um Deus feito Menino descido à terra para nos transmitir a Palavra que salva, não nos moverá a não nos deixarmos envolver pelo consumismo, pelo materialismo, exibicionismo, irresponsabilidade face à opulência?
A virtude da pobreza que o Menino explanou não nos moverá ao desprendimento do que só nos extasia na hora de grandeza, para logo a seguir sentirmos a nostalgia do supérfluo, do "a mais",DO VAZIO e que faria falta a outros?
Quando ao vermos o Menino do Presépio aprofundamos o maior dom de Deus à humanidade,
E NOS SOFRIMENTOS QUE ESTE GESTO TRAZ AO SALVADOR?
A ida dos pastores até junto do Presépio não nos conduz à conversão de Amor por Aquele que está sempre à nossa espera para um bate-papo?
Perante a fragilidade dum Menino, humanamente falando, não sobem as lágrimas à face do nosso arrependimento por tantas leviandades ao longo da nossa vida?
Jesus nasceu para todos mas nem todos O receberam, nem temem em permanecer continuamente Herodes.
A verdadeira Fé não é uma ideologia mas uma adesão a Deus que se revela por entre muitas maneiras pela vinda do Seu filho à terra num gesto vivificante e purificante.
O convertido é aquele que estabelece e restabelece aquela corrente de vida com Cristo desde que Ele nasce até que,por vontade do Pai, morre e ressuscita pela nossa libertação!
Meu Deus!...Quisera neste Natal ter-Te bem presente pela Fé em mim tal como Tu me não esqueces e encaminhas todos os meus passos!
de Maria do Rosário Guerra
Quantos os que se deixam entranhar por este mistério redentor, poético, familiar,saudoso, tradicional, convidando ao amor real da família numa réplica da de Nazaré?
O mistério de um Deus feito Menino descido à terra para nos transmitir a Palavra que salva, não nos moverá a não nos deixarmos envolver pelo consumismo, pelo materialismo, exibicionismo, irresponsabilidade face à opulência?
A virtude da pobreza que o Menino explanou não nos moverá ao desprendimento do que só nos extasia na hora de grandeza, para logo a seguir sentirmos a nostalgia do supérfluo, do "a mais",DO VAZIO e que faria falta a outros?
Quando ao vermos o Menino do Presépio aprofundamos o maior dom de Deus à humanidade,
E NOS SOFRIMENTOS QUE ESTE GESTO TRAZ AO SALVADOR?
A ida dos pastores até junto do Presépio não nos conduz à conversão de Amor por Aquele que está sempre à nossa espera para um bate-papo?
Perante a fragilidade dum Menino, humanamente falando, não sobem as lágrimas à face do nosso arrependimento por tantas leviandades ao longo da nossa vida?
Jesus nasceu para todos mas nem todos O receberam, nem temem em permanecer continuamente Herodes.
A verdadeira Fé não é uma ideologia mas uma adesão a Deus que se revela por entre muitas maneiras pela vinda do Seu filho à terra num gesto vivificante e purificante.
O convertido é aquele que estabelece e restabelece aquela corrente de vida com Cristo desde que Ele nasce até que,por vontade do Pai, morre e ressuscita pela nossa libertação!
Meu Deus!...Quisera neste Natal ter-Te bem presente pela Fé em mim tal como Tu me não esqueces e encaminhas todos os meus passos!
de Maria do Rosário Guerra
ELE ESTÁ PRA CHEGAR
Ele Está Pra Chegar
Padre Marcelo Rossi
Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos
Se ilumine na luz das estrelas
Se aqueça nos raios do sol
Se refresque na chuva que cai
Sobre a sua cabeça
Agradeça e respire do ar
Se concentre diante do mar
Se procure, se encontre, depressa
Ele está pra chegar
Não se pode negar os sentidos
Tampouco tapar os ouvidos
Pra fugir das verdades
Que a própria consciência nos diz
Não adianta tentar se esconder
Nem tampouco querer se enganar
Se procure, se encontre, depressa
Ele está pra cheguar (bis)
Vista-se no branco desse amor que vem do alto
Busque o céu dos seus pensamentos
Veja que a verdade e as palavras do profeta
Nunca se perderam nos ventos
Pare pra pensar, pense muito bem
Olhe que esse dia já vem (bis)
Pare, pense
Olhe que esse dia já vem (bis)
Muito breve uma luz vai brilhar
Nessa luz ele então surgirá
Se materializando ante os olhos
Surpresos do mundo
Não se pode fugir dessa luz
Dessa força chamada jesus
Se procure, se encontre, depressa
Ele está pra cheguar (bis)
Vista-se no branco desse amor que vem do alto
Busque o céu dos seus pensamentos
Veja que a verdade e as palavras do profeta
Nunca se perderam nos ventos
Pare pra pensar, pense muito bem
Olhe que esse dia já vem (bis)
Pare aleluia, pense aleluia
Olhe que esse dia já vem (aleluia) (bis)
Padre Marcelo Rossi
Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos
Se ilumine na luz das estrelas
Se aqueça nos raios do sol
Se refresque na chuva que cai
Sobre a sua cabeça
Agradeça e respire do ar
Se concentre diante do mar
Se procure, se encontre, depressa
Ele está pra chegar
Não se pode negar os sentidos
Tampouco tapar os ouvidos
Pra fugir das verdades
Que a própria consciência nos diz
Não adianta tentar se esconder
Nem tampouco querer se enganar
Se procure, se encontre, depressa
Ele está pra cheguar (bis)
Vista-se no branco desse amor que vem do alto
Busque o céu dos seus pensamentos
Veja que a verdade e as palavras do profeta
Nunca se perderam nos ventos
Pare pra pensar, pense muito bem
Olhe que esse dia já vem (bis)
Pare, pense
Olhe que esse dia já vem (bis)
Muito breve uma luz vai brilhar
Nessa luz ele então surgirá
Se materializando ante os olhos
Surpresos do mundo
Não se pode fugir dessa luz
Dessa força chamada jesus
Se procure, se encontre, depressa
Ele está pra cheguar (bis)
Vista-se no branco desse amor que vem do alto
Busque o céu dos seus pensamentos
Veja que a verdade e as palavras do profeta
Nunca se perderam nos ventos
Pare pra pensar, pense muito bem
Olhe que esse dia já vem (bis)
Pare aleluia, pense aleluia
Olhe que esse dia já vem (aleluia) (bis)
19 de dezembro de 2010
PALAVRA DO SENHOR PARA O DIA DE HOJE COM OS ARAUTOS DO EVANGELHO
IV DOMINGO DO ADVENTO
Evangelho segundo São Mateus 1,18-24
8A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo
Domingo, 19 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: Santo Urbano V; São Francisco Xavier Hà Trong Mâu, mártir
Primeira Leitura: Isaías 7,10-14
Leitura do Livro do Profeta Isaías:
Naqueles dias: 10O Senhor falou com Acaz, dizendo: 11'Pede ao Senhor teu Deus que te faça ver um sinal, quer provenha da profundeza da terra, quer venha das alturas do céu'. 12Mas Acaz respondeu: 'Não pedirei nem tentarei o Senhor'. 13Disse o profeta: 'Ouvi então, vós, casa de Davi; será que achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus? 14Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus
Primeira Leitura: Romanos 1,1-7
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:
1Eu, Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por vocação, escolhido para o Evangelho de Deus, 2Esse Evangelho, que Deus havia prometido, por meio de seus profetas, nas Sagradas Escrituras, 3e que diz respeito a seu Filho, descendente de Davi segundo a carne, 4autenticado como Filho de Deus com poder, pelo Espírito de Santidade que o ressuscitou dos mortos, Jesus Cristo, Nosso senhor. 5É por Ele que recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé todos os povos pagãos, para a glória de seu nome. 6Entre esses povos estais também vós, chamados a ser discípulos de Jesus Cristo. 7A vós todos que morais em Roma, amados de Deus e santos por vocação, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor, Jesus Cristo.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 23
Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro com os seres que o povoam; porque ele a tornou firme sobre os mares, e sobre as águas a mantém inabalável.
R: O rei da glória é o Senhor onipotente; abri as portas para que ele possa entrar!
Quem subirá até o monte do Senhor, quem ficará em sua santa habitação?' 'Quem tem mãos puras e inocente coração, quem não dirige sua mente para o crime.
R: O rei da glória é o Senhor onipotente; abri as portas para que ele possa entrar!
Sobre este desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e Salvador'. 'É assim a geração dos que o procuram, e do Deus de Israel buscam a face'.
R: O rei da glória é o Senhor onipotente; abri as portas para que ele possa entrar!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 1,18-24
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus:
18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: 'José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados'. 22Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23'Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco.' 24Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor.
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Beda
O Venerável (c. 673-735), monge, Doutor da Igreja
Homilias para a Vigília do Natal, 5; CCL 122, 32-36 (a partir da trad. de Delhougne, Les Pères commentent, p.19 rev.)
«Dar-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.»
O profeta Isaías diz: «Olhai: a jovem está grávida e vai dar à luz um filho, e há-de pôr-Lhe o nome de Emanuel» (7, 14). O nome do Salvador, «Deus connosco», dado pelo profeta, refere-se às duas naturezas da Sua pessoa única. Com efeito, Aquele que é Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, é também o Emanuel do fim dos tempos, quer dizer «Deus connosco». Tornou-Se assim no seio de Sua Mãe, porque Se dignou aceitar a fragilidade da nossa natureza na unidade da Sua pessoa quando «o Verbo se fez carne e habitou entre nós» (Jo 1, 14). Quer dizer que começou de uma forma admirável a ser o que nós somos, sem deixar de ser Quem era, assumindo a nossa natureza, de forma a não perder o que era em Si mesmo. [...]
«Maria e teve o seu filho primogénito [...] e deram-lhe o nome de Jesus» (Lc 2, 7.21). Portanto, Jesus é o nome do Filho nascido da Virgem, nome que indica, segundo a explicação do anjo, que Ele salvará o povo dos seus pecados. [...] Será Ele que, evidentemente, salvará também da destruição da alma e do corpo os seguidores do pecado.
Quanto ao nome «Cristo», é título de uma dignidade sacerdotal e real. Porque, sob a antiga Lei, os sacerdotes e os reis eram chamados cristos, devido à crismação. Essa unção com óleo santo prefigurava o Cristo que, vindo ao mundo como verdadeiro Rei e Sacerdote, foi consagrado: «Deus ungiu-O com o óleo da alegria, preferindo-O aos Seus companheiros» [cf. Sl 44 (45), 8]. Por causa dessa unção ou crismação, Cristo em pessoa e aqueles que participam da mesma unção - quer dizer, da graça espiritual - são chamados «cristãos». Pelo facto de ser o Salvador, Cristo pode-nos salvar dos nossos pecados; pelo facto de ser Sacerdote, pode reconciliar-nos com Deus Pai; pelo facto de ser Rei, digna-Se dar-nos o Reino eterno de Seu Pai
Evangelho segundo São Mateus 1,18-24
8A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo
Domingo, 19 de Dezembro de 2010.
SANTO DO DIA: Santo Urbano V; São Francisco Xavier Hà Trong Mâu, mártir
Primeira Leitura: Isaías 7,10-14
Leitura do Livro do Profeta Isaías:
Naqueles dias: 10O Senhor falou com Acaz, dizendo: 11'Pede ao Senhor teu Deus que te faça ver um sinal, quer provenha da profundeza da terra, quer venha das alturas do céu'. 12Mas Acaz respondeu: 'Não pedirei nem tentarei o Senhor'. 13Disse o profeta: 'Ouvi então, vós, casa de Davi; será que achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus? 14Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus
Primeira Leitura: Romanos 1,1-7
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:
1Eu, Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por vocação, escolhido para o Evangelho de Deus, 2Esse Evangelho, que Deus havia prometido, por meio de seus profetas, nas Sagradas Escrituras, 3e que diz respeito a seu Filho, descendente de Davi segundo a carne, 4autenticado como Filho de Deus com poder, pelo Espírito de Santidade que o ressuscitou dos mortos, Jesus Cristo, Nosso senhor. 5É por Ele que recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé todos os povos pagãos, para a glória de seu nome. 6Entre esses povos estais também vós, chamados a ser discípulos de Jesus Cristo. 7A vós todos que morais em Roma, amados de Deus e santos por vocação, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor, Jesus Cristo.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
Salmo 23
Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro com os seres que o povoam; porque ele a tornou firme sobre os mares, e sobre as águas a mantém inabalável.
R: O rei da glória é o Senhor onipotente; abri as portas para que ele possa entrar!
Quem subirá até o monte do Senhor, quem ficará em sua santa habitação?' 'Quem tem mãos puras e inocente coração, quem não dirige sua mente para o crime.
R: O rei da glória é o Senhor onipotente; abri as portas para que ele possa entrar!
Sobre este desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e Salvador'. 'É assim a geração dos que o procuram, e do Deus de Israel buscam a face'.
R: O rei da glória é o Senhor onipotente; abri as portas para que ele possa entrar!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 1,18-24
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus:
18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: 'José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados'. 22Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23'Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco.' 24Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor.
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Beda
O Venerável (c. 673-735), monge, Doutor da Igreja
Homilias para a Vigília do Natal, 5; CCL 122, 32-36 (a partir da trad. de Delhougne, Les Pères commentent, p.19 rev.)
«Dar-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.»
O profeta Isaías diz: «Olhai: a jovem está grávida e vai dar à luz um filho, e há-de pôr-Lhe o nome de Emanuel» (7, 14). O nome do Salvador, «Deus connosco», dado pelo profeta, refere-se às duas naturezas da Sua pessoa única. Com efeito, Aquele que é Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, é também o Emanuel do fim dos tempos, quer dizer «Deus connosco». Tornou-Se assim no seio de Sua Mãe, porque Se dignou aceitar a fragilidade da nossa natureza na unidade da Sua pessoa quando «o Verbo se fez carne e habitou entre nós» (Jo 1, 14). Quer dizer que começou de uma forma admirável a ser o que nós somos, sem deixar de ser Quem era, assumindo a nossa natureza, de forma a não perder o que era em Si mesmo. [...]
«Maria e teve o seu filho primogénito [...] e deram-lhe o nome de Jesus» (Lc 2, 7.21). Portanto, Jesus é o nome do Filho nascido da Virgem, nome que indica, segundo a explicação do anjo, que Ele salvará o povo dos seus pecados. [...] Será Ele que, evidentemente, salvará também da destruição da alma e do corpo os seguidores do pecado.
Quanto ao nome «Cristo», é título de uma dignidade sacerdotal e real. Porque, sob a antiga Lei, os sacerdotes e os reis eram chamados cristos, devido à crismação. Essa unção com óleo santo prefigurava o Cristo que, vindo ao mundo como verdadeiro Rei e Sacerdote, foi consagrado: «Deus ungiu-O com o óleo da alegria, preferindo-O aos Seus companheiros» [cf. Sl 44 (45), 8]. Por causa dessa unção ou crismação, Cristo em pessoa e aqueles que participam da mesma unção - quer dizer, da graça espiritual - são chamados «cristãos». Pelo facto de ser o Salvador, Cristo pode-nos salvar dos nossos pecados; pelo facto de ser Sacerdote, pode reconciliar-nos com Deus Pai; pelo facto de ser Rei, digna-Se dar-nos o Reino eterno de Seu Pai
UM MENINO VAI NASCER
UM MENINO VAI NASCER
E o Menino Jesus sorrindo
no Ventre de sua Mãe...
em silêncio, pressentindo
o tempo do aquem...
já o gelado frio carrega!
Das entranhas maternais
já do quente se despega!
Ao nato bafo de animais
já, Humilde, se apega
numa Pobreza real!
De ósculos infindos
bendiz o seio divinal
donde a Trindade ao sair
dará ao mundo pecador
a Salvação fraternal
para a todos repartir
dum modo total!
A Mãe, "Fiat" em compulsão,
guarda tudo em seu coração...,
ajusta as palhas doiradas,
com estrelas luzentes
dentre raios amoradas
naquele Amor singular!
Da camisa de José
que despe sem hesitar,
umas faixas rasgadas
farão os cobertores
para cobrir o Bebé!
O Rei dos reis vai nascer!
Anjos, em cantos fluentes
preparam a aclamação,
por montes e vales,
com hinos fontanais
da Hora, a todas as gentes!
Nada mais há que fazer!
Emanuel Forasteiro
é Testemunho primeiro
da Estrada a percorrer!
de Maria do Rosário Guerra
Natal de 2010
E o Menino Jesus sorrindo
no Ventre de sua Mãe...
em silêncio, pressentindo
o tempo do aquem...
já o gelado frio carrega!
Das entranhas maternais
já do quente se despega!
Ao nato bafo de animais
já, Humilde, se apega
numa Pobreza real!
De ósculos infindos
bendiz o seio divinal
donde a Trindade ao sair
dará ao mundo pecador
a Salvação fraternal
para a todos repartir
dum modo total!
A Mãe, "Fiat" em compulsão,
guarda tudo em seu coração...,
ajusta as palhas doiradas,
com estrelas luzentes
dentre raios amoradas
naquele Amor singular!
Da camisa de José
que despe sem hesitar,
umas faixas rasgadas
farão os cobertores
para cobrir o Bebé!
O Rei dos reis vai nascer!
Anjos, em cantos fluentes
preparam a aclamação,
por montes e vales,
com hinos fontanais
da Hora, a todas as gentes!
Nada mais há que fazer!
Emanuel Forasteiro
é Testemunho primeiro
da Estrada a percorrer!
de Maria do Rosário Guerra
Natal de 2010
18 de dezembro de 2010
17 de dezembro de 2010
UMA ESTRELA BRILHA
Pela via esfalfada,
prosseguindo a longa estrada
em tempos, voando a correr...
cada pedra bate a Vida
no pulsar de mil folhas douradas
do livro, de páginas crismadas
com risos, dores, luta renhida
no barro a desfalecer!
.
Um coração velho?...Não!
Nem tão pouco contam os anos
que se alegram com uma flor,
sorriem ao sol dia-a-dia,
olham as estrelas do Céu,
louvam o trabalho da formiga,
compassam o som duma cantiga,
rezam o "Terço" a Maria...
com Fé, Esperança, Alegria...
no correr fluente do Amor!
Mas o encanto jubileu
e o sonho de maior brilho,
inovado de ano a ano...
chega na Noite sem igual...
Mesmo de cabeça cansada,
o Amor não esquece o Filho
da Virgem, num Dar maternal,
jubilosa com o Seu Natal!
Os anos, por ora, não contam!
Os Anjos,cantando, apontam
caminhos de Luz vindos do Céu
trazendo Seu Coração ao meu!
De Maria do Rosário Guerra
Seia,Natal de 2010
prosseguindo a longa estrada
em tempos, voando a correr...
cada pedra bate a Vida
no pulsar de mil folhas douradas
do livro, de páginas crismadas
com risos, dores, luta renhida
no barro a desfalecer!
.
Um coração velho?...Não!
Nem tão pouco contam os anos
que se alegram com uma flor,
sorriem ao sol dia-a-dia,
olham as estrelas do Céu,
louvam o trabalho da formiga,
compassam o som duma cantiga,
rezam o "Terço" a Maria...
com Fé, Esperança, Alegria...
no correr fluente do Amor!
Mas o encanto jubileu
e o sonho de maior brilho,
inovado de ano a ano...
chega na Noite sem igual...
Mesmo de cabeça cansada,
o Amor não esquece o Filho
da Virgem, num Dar maternal,
jubilosa com o Seu Natal!
Os anos, por ora, não contam!
Os Anjos,cantando, apontam
caminhos de Luz vindos do Céu
trazendo Seu Coração ao meu!
De Maria do Rosário Guerra
Seia,Natal de 2010
MENSAGEM DO SANTO PADRE PARA O DIA MUNDIAL DA PAZ 2011
Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz 2011
Liberdade religiosa, caminho para a paz
1. No início de um ano novo, desejo fazer chegar a todos e cada um os meus votos: votos de serenidade e prosperidade, mas sobretudo votos de paz. Infelizmente também o ano que encerra as portas esteve marcado pela perseguição, pela discriminação, por terríveis actos de violência e de intolerância religiosa.
Penso, em particular, na amada terra do Iraque, que, no seu caminho para a desejada estabilidade e reconciliação, continua a ser cenário de violências e atentados. Recordo as recentes tribulações da comunidade cristã, e de modo especial o vil ataque contra a catedral siro-católica de «Nossa Senhora do Perpétuo Socorro» em Bagdad, onde, no passado dia 31 de Outubro, foram assassinados dois sacerdotes e mais de cinquenta fiéis, quando se encontravam reunidos para a celebração da Santa Missa. A este ataque seguiram-se outros nos dias sucessivos, inclusive contra casas privadas, gerando medo na comunidade cristã e o desejo, por parte de muitos dos seus membros, de emigrar à procura de melhores condições de vida. Manifesto-lhes a minha solidariedade e a da Igreja inteira, sentimento que ainda recentemente teve uma concreta expressão na Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, a qual encorajou as comunidades católicas no Iraque e em todo o Médio Oriente a viverem a comunhão e continuarem a oferecer um decidido testemunho de fé naquelas terras.
Agradeço vivamente aos governos que se esforçam por aliviar os sofrimentos destes irmãos em humanidade e convido os católicos a orarem pelos seus irmãos na fé que padecem violências e intolerâncias e a serem solidários com eles. Neste contexto, achei particularmente oportuno partilhar com todos vós algumas reflexões sobre a liberdade religiosa, caminho para a paz. De facto, é doloroso constatar que, em algumas regiões do mundo, não é possível professar e exprimir livremente a própria religião sem pôr em risco a vida e a liberdade pessoal. Noutras regiões, há formas mais silenciosas e sofisticadas de preconceito e oposição contra os crentes e os símbolos religiosos. Os cristãos são, actualmente, o grupo religioso que padece o maior número de perseguições devido à própria fé. Muitos suportam diariamente ofensas e vivem frequentemente em sobressalto por causa da sua procura da verdade, da sua fé em Jesus Cristo e do seu apelo sincero para que seja reconhecida a liberdade religiosa. Não se pode aceitar nada disto, porque constitui uma ofensa a Deus e à dignidade humana; além disso, é uma ameaça à segurança e à paz e impede a realização de um desenvolvimento humano autêntico e integral.[1]
De facto, na liberdade religiosa exprime-se a especificidade da pessoa humana, que, por ela, pode orientar a própria vida pessoal e social para Deus, a cuja luz se compreendem plenamente a identidade, o sentido e o fim da pessoa. Negar ou limitar arbitrariamente esta liberdade significa cultivar uma visão redutiva da pessoa humana; obscurecer a função pública da religião significa gerar uma sociedade injusta, porque esta seria desproporcionada à verdadeira natureza da pessoa; isto significa tornar impossível a afirmação de uma paz autêntica e duradoura para toda a família humana.
Por isso, exorto os homens e mulheres de boa vontade a renovarem o seu compromisso pela construção de um mundo onde todos sejam livres para professar a sua própria religião ou a sua fé e viver o seu amor a Deus com todo o coração, toda a alma e toda a mente (cf. Mt 22, 37). Este é o sentimento que inspira e guia a Mensagem para o XLIV Dia Mundial da Paz, dedicada ao tema: Liberdade religiosa, caminho para a paz.
Direito sagrado à vida e a uma vida espiritual
2. O direito à liberdade religiosa está radicado na própria dignidade da pessoa humana,[2] cuja natureza transcendente não deve ser ignorada ou negligenciada. Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 27). Por isso, toda a pessoa é titular do direito sagrado a uma vida íntegra, mesmo do ponto de vista espiritual. Sem o reconhecimento do próprio ser espiritual, sem a abertura ao transcendente, a pessoa humana retrai-se sobre si mesma, não consegue encontrar resposta para as perguntas do seu coração sobre o sentido da vida e dotar-se de valores e princípios éticos duradouros, nem consegue sequer experimentar uma liberdade autêntica e desenvolver uma sociedade justa.[3]
A Sagrada Escritura, em sintonia com a nossa própria experiência, revela o valor profundo da dignidade humana: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes, que é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes? Fizestes dele quase um ser divino, de honra e glória o coroastes; destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos, tudo submetestes a seus pés» (Sl 8, 4-7).
Perante a sublime realidade da natureza humana, podemos experimentar a mesma admiração expressa pelo salmista. Esta manifesta-se como abertura ao Mistério, como capacidade de interrogar-se profundamente sobre si mesmo e sobre a origem do universo, como íntima ressonância do Amor supremo de Deus, princípio e fim de todas as coisas, de cada pessoa e dos povos.[4] A dignidade transcendente da pessoa é um valor essencial da sabedoria judaico-cristã, mas, graças à razão, pode ser reconhecida por todos. Esta dignidade, entendida como capacidade de transcender a própria materialidade e buscar a verdade, há-de ser reconhecida como um bem universal, indispensável na construção duma sociedade orientada para a realização e a plenitude do homem. O respeito de elementos essenciais da dignidade do homem, tais como o direito à vida e o direito à liberdade religiosa, é uma condição da legitimidade moral de toda a norma social e jurídica.
Liberdade religiosa e respeito recíproco
3. A liberdade religiosa está na origem da liberdade moral. Com efeito, a abertura à verdade e ao bem, a abertura a Deus, radicada na natureza humana, confere plena dignidade a cada um dos seres humanos e é garante do respeito pleno e recíproco entre as pessoas. Por conseguinte, a liberdade religiosa deve ser entendida não só como imunidade da coacção mas também, e antes ainda, como capacidade de organizar as próprias opções segundo a verdade.
Existe uma ligação indivisível entre liberdade e respeito; de facto, «cada homem e cada grupo social estão moralmente obrigados, no exercício dos próprios direitos, a ter em conta os direitos alheios e os seus próprios deveres para com os outros e o bem comum».[5]
Uma liberdade hostil ou indiferente a Deus acaba por se negar a si mesma e não garante o pleno respeito do outro. Uma vontade, que se crê radicalmente incapaz de procurar a verdade e o bem, não tem outras razões objectivas nem outros motivos para agir senão os impostos pelos seus interesses momentâneos e contingentes, não tem uma «identidade» a preservar e construir através de opções verdadeiramente livres e conscientes. Mas assim não pode reclamar o respeito por parte de outras «vontades», também estas desligadas do próprio ser mais profundo e capazes, por conseguinte, de fazer valer outras «razões» ou mesmo nenhuma «razão». A ilusão de encontrar no relativismo moral a chave para uma pacífica convivência é, na realidade, a origem da divisão e da negação da dignidade dos seres humanos. Por isso se compreende a necessidade de reconhecer uma dupla dimensão na unidade da pessoa humana: a religiosa e a social. A este respeito, é inconcebível que os crentes «tenham de suprimir uma parte de si mesmos – a sua fé – para serem cidadãos activos; nunca deveria ser necessário renegar a Deus, para se poder gozar dos próprios direitos».[6]
A família, escola de liberdade e de paz
4. Se a liberdade religiosa é caminho para a paz, a educação religiosa é estrada privilegiada para habilitar as novas gerações a reconhecerem no outro o seu próprio irmão e a sua própria irmã, com quem caminhar juntos e colaborar para que todos se sintam membros vivos de uma mesma família humana, da qual ninguém deve ser excluído.
A família fundada sobre o matrimónio, expressão de união íntima e de complementaridade entre um homem e uma mulher, insere-se neste contexto como a primeira escola de formação e de crescimento social, cultural, moral e espiritual dos filhos, que deveriam encontrar sempre no pai e na mãe as primeiras testemunhas de uma vida orientada para a busca da verdade e para o amor de Deus. Os próprios pais deveriam ser sempre livres para transmitir, sem constrições e responsavelmente, o próprio património de fé, de valores e de cultura aos filhos. A família, primeira célula da sociedade humana, permanece o âmbito primário de formação para relações harmoniosas a todos os níveis de convivência humana, nacional e internacional. Esta é a estrada que se há-de sapientemente percorrer para a construção de um tecido social robusto e solidário, para preparar os jovens à assunção das próprias responsabilidades na vida, numa sociedade livre, num espírito de compreensão e de paz.
Um património comum
5. Poder-se-ia dizer que, entre os direitos e as liberdades fundamentais radicados na dignidade da pessoa, a liberdade religiosa goza de um estatuto especial. Quando se reconhece a liberdade religiosa, a dignidade da pessoa humana é respeitada na sua raiz e reforça-se a índole e as instituições dos povos. Pelo contrário, quando a liberdade religiosa é negada, quando se tenta impedir de professar a própria religião ou a própria fé e de viver de acordo com elas, ofende-se a dignidade humana e, simultaneamente, acabam ameaçadas a justiça e a paz, que se apoiam sobre a recta ordem social construída à luz da Suma Verdade e do Sumo Bem.
Neste sentido, a liberdade religiosa é também uma aquisição de civilização política e jurídica. Trata-se de um bem essencial: toda a pessoa deve poder exercer livremente o direito de professar e manifestar, individual ou comunitariamente, a própria religião ou a própria fé, tanto em público como privadamente, no ensino, nos costumes, nas publicações, no culto e na observância dos ritos. Não deveria encontrar obstáculos, se quisesse eventualmente aderir a outra religião ou não professar religião alguma. Neste âmbito, revela-se emblemático e é uma referência essencial para os Estados o ordenamento internacional, enquanto não consente alguma derrogação da liberdade religiosa, salvo a legítima exigência da justa ordem pública.[7] Deste modo, o ordenamento internacional reconhece aos direitos de natureza religiosa o mesmo status do direito à vida e à liberdade pessoal, comprovando a sua pertença ao núcleo essencial dos direitos do homem, àqueles direitos universais e naturais que a lei humana não pode jamais negar.
A liberdade religiosa não é património exclusivo dos crentes, mas da família inteira dos povos da terra. É elemento imprescindível de um Estado de direito; não pode ser negada, sem ao mesmo tempo minar todos os direitos e as liberdades fundamentais, pois é a sua síntese e ápice. É «o papel de tornassol para verificar o respeito de todos os outros direitos humanos».[8] Ao mesmo tempo que favorece o exercício das faculdades humanas mais específicas, cria as premissas necessárias para a realização de um desenvolvimento integral, que diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em cada uma das suas dimensões.[9]
A dimensão pública da religião
6. Embora movendo-se a partir da esfera pessoal, a liberdade religiosa – como qualquer outra liberdade – realiza-se na relação com os outros. Uma liberdade sem relação não é liberdade perfeita. Também a liberdade religiosa não se esgota na dimensão individual, mas realiza-se na própria comunidade e na sociedade, coerentemente com o ser relacional da pessoa e com a natureza pública da religião.
O relacionamento é uma componente decisiva da liberdade religiosa, que impele as comunidades dos crentes a praticarem a solidariedade em prol do bem comum. Cada pessoa permanece única e irrepetível e, ao mesmo tempo, completa-se e realiza-se plenamente nesta dimensão comunitária.
Inegável é a contribuição que as religiões prestam à sociedade. São numerosas as instituições caritativas e culturais que atestam o papel construtivo dos crentes na vida social. Ainda mais importante é a contribuição ética da religião no âmbito político. Tal contribuição não deveria ser marginalizada ou proibida, mas vista como válida ajuda para a promoção do bem comum. Nesta perspectiva, é preciso mencionar a dimensão religiosa da cultura, tecida através dos séculos graças às contribuições sociais e sobretudo éticas da religião. Tal dimensão não constitui de modo algum uma discriminação daqueles que não partilham a sua crença, mas antes reforça a coesão social, a integração e a solidariedade.
Liberdade religiosa, força de liberdade e de civilização:
os perigos da sua instrumentalização
7. A instrumentalização da liberdade religiosa para mascarar interesses ocultos, como por exemplo a subversão da ordem constituída, a apropriação de recursos ou a manutenção do poder por parte de um grupo, pode provocar danos enormes às sociedades. O fanatismo, o fundamentalismo, as práticas contrárias à dignidade humana não se podem jamais justificar, e menos ainda o podem ser se realizadas em nome da religião. A profissão de uma religião não pode ser instrumentalizada, nem imposta pela força. Por isso, é necessário que os Estados e as várias comunidades humanas nunca se esqueçam que a liberdade religiosa é condição para a busca da verdade e que a verdade não se impõe pela violência mas pela «força da própria verdade».[10] Neste sentido, a religião é uma força positiva e propulsora na construção da sociedade civil e política.
Como se pode negar a contribuição das grandes religiões do mundo para o desenvolvimento da civilização? A busca sincera de Deus levou a um respeito maior da dignidade do homem. As comunidades cristãs, com o seu património de valores e princípios, contribuíram imenso para a tomada de consciência das pessoas e dos povos a respeito da sua própria identidade e dignidade, bem como para a conquista de instituições democráticas e para a afirmação dos direitos do homem e seus correlativos deveres.
Também hoje, numa sociedade cada vez mais globalizada, os cristãos são chamados – não só através de um responsável empenhamento civil, económico e político, mas também com o testemunho da própria caridade e fé – a oferecer a sua preciosa contribuição para o árduo e exaltante compromisso em prol da justiça, do desenvolvimento humano integral e do recto ordenamento das realidades humanas. A exclusão da religião da vida pública subtrai a esta um espaço vital que abre para a transcendência. Sem esta experiência primária, revela-se uma tarefa árdua orientar as sociedades para princípios éticos universais e torna-se difícil estabelecer ordenamentos nacionais e internacionais nos quais os direitos e as liberdades fundamentais possam ser plenamente reconhecidos e realizados, como se propõem os objectivos – infelizmente ainda menosprezados ou contestados – da Declaração Universal dos direitos do homem de 1948.
Uma questão de justiça e de civilização:
o fundamentalismo e a hostilidade contra os crentes prejudicam
a laicidade positiva dos Estados
8. A mesma determinação, com que são condenadas todas as formas de fanatismo e de fundamentalismo religioso, deve animar também a oposição a todas as formas de hostilidade contra a religião, que limitam o papel público dos crentes na vida civil e política.
Não se pode esquecer que o fundamentalismo religioso e o laicismo são formas reverberadas e extremas de rejeição do legítimo pluralismo e do princípio de laicidade. De facto, ambas absolutizam uma visão redutiva e parcial da pessoa humana, favorecendo formas, no primeiro caso, de integralismo religioso e, no segundo, de racionalismo. A sociedade, que quer impor ou, ao contrário, negar a religião por meio da violência, é injusta para com a pessoa e para com Deus, mas também para consigo mesma. Deus chama a Si a humanidade através de um desígnio de amor, o qual, ao mesmo tempo que implica a pessoa inteira na sua dimensão natural e espiritual, exige que lhe corresponda em termos de liberdade e de responsabilidade, com todo o coração e com todo o próprio ser, individual e comunitário. Sendo assim, também a sociedade, enquanto expressão da pessoa e do conjunto das suas dimensões constitutivas, deve viver e organizar-se de modo a favorecer a sua abertura à transcendência. Por isso mesmo, as leis e as instituições duma sociedade não podem ser configuradas ignorando a dimensão religiosa dos cidadãos ou de modo que prescindam completamente da mesma; mas devem ser comensuradas – através da obra democrática de cidadãos conscientes da sua alta vocação – ao ser da pessoa, para o poderem favorecer na sua dimensão religiosa. Não sendo esta uma criação do Estado, não pode ser manipulada, antes deve contar com o seu reconhecimento e respeito.
O ordenamento jurídico a todos os níveis, nacional e internacional, quando consente ou tolera o fanatismo religioso ou anti-religioso, falta à sua própria missão, que consiste em tutelar e promover a justiça e o direito de cada um. Tais realidades não podem ser deixadas à mercê do arbítrio do legislador ou da maioria, porque, como já ensinava Cícero, a justiça consiste em algo mais do que um mero acto produtivo da lei e da sua aplicação. A justiça implica reconhecer a cada um a sua dignidade,[11] a qual, sem liberdade religiosa garantida e vivida na sua essência, fica mutilada e ofendida, exposta ao risco de cair sob o predomínio dos ídolos, de bens relativos transformados em absolutos. Tudo isto expõe a sociedade ao risco de totalitarismos políticos e ideológicos, que enfatizam o poder público, ao mesmo tempo que são mortificadas e coarctadas, como se lhe fizessem concorrência, as liberdades de consciência, de pensamento e de religião.
Diálogo entre instituições civis e religiosas
9. O património de princípios e valores expressos por uma religiosidade autêntica é uma riqueza para os povos e respectivas índoles: fala directamente à consciência e à razão dos homens e mulheres, lembra o imperativo da conversão moral, motiva para aperfeiçoar a prática das virtudes e aproximar-se amistosamente um do outro sob o signo da fraternidade, como membros da grande família humana.[12]
No respeito da laicidade positiva das instituições estatais, a dimensão pública da religião deve ser sempre reconhecida. Para isso, um diálogo sadio entre as instituições civis e as religiosas é fundamental para o desenvolvimento integral da pessoa humana e da harmonia da sociedade.
Viver no amor e na verdade
10. No mundo globalizado, caracterizado por sociedades sempre mais multiétnicas e pluriconfessionais, as grandes religiões podem constituir um factor importante de unidade e paz para a família humana. Com base nas suas próprias convicções religiosas e na busca racional do bem comum, os seus membros são chamados a viver responsavelmente o próprio compromisso num contexto de liberdade religiosa. Nas variadas culturas religiosas, enquanto há que rejeitar tudo aquilo que é contra a dignidade do homem e da mulher, é preciso, ao contrário, valer-se daquilo que resulta positivo para a convivência civil.
O espaço público, que a comunidade internacional torna disponível para as religiões e para a sua proposta de «vida boa», favorece o aparecimento de uma medida compartilhável de verdade e de bem e ainda de um consenso moral, que são fundamentais para uma convivência justa e pacífica. Os líderes das grandes religiões, pela sua função, influência e autoridade nas respectivas comunidades, são os primeiros a ser chamados ao respeito recíproco e ao diálogo.
Os cristãos, por sua vez, são solicitados pela sua própria fé em Deus, Pai do Senhor Jesus Cristo, a viver como irmãos que se encontram na Igreja e colaboram para a edificação de um mundo, onde as pessoas e os povos «não mais praticarão o mal nem a destruição (...), porque o conhecimento do Senhor encherá a terra, como as águas enchem o leito do mar» (Is 11, 9).
Diálogo como busca em comum
11. Para a Igreja, o diálogo entre os membros de diversas religiões constitui um instrumento importante para colaborar com todas as comunidades religiosas para o bem comum. A própria Igreja nada rejeita do que nessas religiões existe de verdadeiro e santo. «Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e doutrinas que, embora se afastem em muitos pontos daqueles que ela própria segue e propõe, todavia reflectem não raramente um raio da verdade que ilumina todos os homens».[13]
A estrada indicada não é a do relativismo nem do sincretismo religioso. De facto, a Igreja «anuncia, e tem mesmo a obrigação de anunciar incessantemente Cristo, “caminho, verdade e vida” (Jo 14, 6), em quem os homens encontram a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou consigo mesmo todas as coisas».[14] Todavia isto não exclui o diálogo e a busca comum da verdade em diversos âmbitos vitais, porque, como diz uma expressão usada frequentemente por São Tomás de Aquino, «toda a verdade, independentemente de quem a diga, provém do Espírito Santo».[15]
Em 2011, tem lugar o 25º aniversário da Jornada Mundial de Oração pela Paz, que o Venerável Papa João Paulo II convocou em Assis em 1986. Naquela ocasião, os líderes das grandes religiões do mundo deram testemunho da religião como sendo um factor de união e paz, e não de divisão e conflito. A recordação daquela experiência é motivo de esperança para um futuro onde todos os crentes se sintam e se tornem autenticamente obreiros de justiça e de paz.
Verdade moral na política e na diplomacia
12. A política e a diplomacia deveriam olhar para o património moral e espiritual oferecido pelas grandes religiões do mundo, para reconhecer e afirmar verdades, princípios e valores universais que não podem ser negados sem, com os mesmos, negar-se a dignidade da pessoa humana. Mas, em termos práticos, que significa promover a verdade moral no mundo da política e da diplomacia? Quer dizer agir de maneira responsável com base no conhecimento objectivo e integral dos factos; quer dizer desmantelar ideologias políticas que acabam por suplantar a verdade e a dignidade humana e pretendem promover pseudo-valores com o pretexto da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos; quer dizer favorecer um empenho constante de fundar a lei positiva sobre os princípios da lei natural.[16] Tudo isto é necessário e coerente com o respeito da dignidade e do valor da pessoa humana, sancionado pelos povos da terra na Carta da Organização das Nações Unidas de 1945, que apresenta valores e princípios morais universais de referência para as normas, as instituições, os sistemas de convivência a nível nacional e internacional.
Para além do ódio e do preconceito
13. Não obstante os ensinamentos da história e o compromisso dos Estados, das organizações internacionais a nível mundial e local, das organizações não governamentais e de todos os homens e mulheres de boa vontade que cada dia se empenham pela tutela dos direitos e das liberdades fundamentais, ainda hoje no mundo se registam perseguições, descriminações, actos de violência e de intolerância baseados na religião. De modo particular na Ásia e na África, as principais vítimas são os membros das minorias religiosas, a quem é impedido de professar livremente a própria religião ou mudar para outra, através da intimidação e da violação dos direitos, das liberdades fundamentais e dos bens essenciais, chegando até à privação da liberdade pessoal ou da própria vida.
Temos depois, como já disse, formas mais sofisticadas de hostilidade contra a religião, que nos países ocidentais se exprimem por vezes com a renegação da própria história e dos símbolos religiosos nos quais se reflectem a identidade e a cultura da maioria dos cidadãos. Frequentemente tais formas fomentam o ódio e o preconceito e não são coerentes com uma visão serena e equilibrada do pluralismo e da laicidade das instituições, sem contar que as novas gerações correm o risco de não entrar em contacto com o precioso património espiritual dos seus países.
A defesa da religião passa pela defesa dos direitos e liberdades das comunidades religiosas. Assim, os líderes das grandes religiões do mundo e os responsáveis das nações renovem o compromisso pela promoção e a tutela da liberdade religiosa, em particular pela defesa das minorias religiosas; estas não constituem uma ameaça contra a identidade da maioria, antes, pelo contrário, são uma oportunidade para o diálogo e o mútuo enriquecimento cultural. A sua defesa representa a maneira ideal para consolidar o espírito de benevolência, abertura e reciprocidade com que se há-de tutelar os direitos e as liberdades fundamentais em todas as áreas e regiões do mundo.
Liberdade religiosa no mundo
14. Dirijo-me, por fim, às comunidades cristãs que sofrem perseguições, discriminações, actos de violência e intolerância, particularmente na Ásia, na África, no Médio Oriente e de modo especial na Terra Santa, lugar escolhido e abençoado por Deus. Ao mesmo tempo que lhes renovo a expressão do meu afecto paterno e asseguro a minha oração, peço a todos os responsáveis que intervenham prontamente para pôr fim a toda a violência contra os cristãos que habitam naquelas regiões. Que os discípulos de Cristo não desanimem com as presentes adversidades, porque o testemunho do Evangelho é e será sempre sinal de contradição.
Meditemos no nosso coração as palavras do Senhor Jesus: «Felizes os que choram, porque hão-se ser consolados. (...) Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. (...) Felizes sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentido, vos acusarem de toda a espécie de mal. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos Céus a vossa recompensa» (Mt 5, 4-12). Por isso, renovemos «o compromisso por nós assumido no sentido da indulgência e do perdão – que invocamos de Deus para nós, no “Pai-nosso” – por havermos posto, nós próprios, a condição e a medida da desejada misericórdia: “perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”(Mt 6, 12)».[17] A violência não se vence com a violência. O nosso grito de dor seja sempre acompanhado pela fé, pela esperança e pelo testemunho do amor de Deus. Faço votos também de que cessem no Ocidente, especialmente na Europa, a hostilidade e os preconceitos contra os cristãos pelo facto de estes pretenderem orientar a própria vida de modo coerente com os valores e os princípios expressos no Evangelho. Mais ainda, que a Europa saiba reconciliar-se com as próprias raízes cristãs, que são fundamentais para compreender o papel que teve, tem e pretende ter na história; saberá assim experimentar justiça, concórdia e paz, cultivando um diálogo sincero com todos os povos.
Liberdade religiosa, caminho para a paz
15. O mundo tem necessidade de Deus; tem necessidade de valores éticos e espirituais, universais e compartilhados, e a religião pode oferecer uma contribuição preciosa na sua busca, para a construção de uma ordem social justa e pacífica a nível nacional e internacional.
A paz é um dom de Deus e, ao mesmo tempo, um projecto a realizar, nunca totalmente cumprido. Uma sociedade reconciliada com Deus está mais perto da paz, que não é simples ausência de guerra, nem mero fruto do predomínio militar ou económico, e menos ainda de astúcias enganadoras ou de hábeis manipulações. Pelo contrário, a paz é o resultado de um processo de purificação e elevação cultural, moral e espiritual de cada pessoa e povo, no qual a dignidade humana é plenamente respeitada. Convido todos aqueles que desejam tornar-se obreiros de paz e sobretudo os jovens a prestarem ouvidos à própria voz interior, para encontrar em Deus a referência estável para a conquista de uma liberdade autêntica, a força inesgotável para orientar o mundo com um espírito novo, capaz de não repetir os erros do passado. Como ensina o Servo de Deus Papa Paulo VI, a cuja sabedoria e clarividência se deve a instituição do Dia Mundial da Paz, «é preciso, antes de mais nada, proporcionar à Paz outras armas, que não aquelas que se destinam a matar e a exterminar a humanidade. São necessárias sobretudo as armas morais, que dão força e prestígio ao direito internacional; aquela arma, em primeiro lugar, da observância dos pactos».[18] A liberdade religiosa é uma autêntica arma da paz, com uma missão histórica e profética. De facto, ela valoriza e faz frutificar as qualidades e potencialidades mais profundas da pessoa humana, capazes de mudar e tornar melhor o mundo; consente alimentar a esperança num futuro de justiça e de paz, mesmo diante das graves injustiças e das misérias materiais e morais. Que todos os homens e as sociedades aos diversos níveis e nos vários ângulos da terra possam brevemente experimentar a liberdade religiosa, caminho para a paz!
Vaticano, 8 de Dezembro de 2010.
BENEDICTUS PP XVI
Agência Ecclésia
Liberdade religiosa, caminho para a paz
1. No início de um ano novo, desejo fazer chegar a todos e cada um os meus votos: votos de serenidade e prosperidade, mas sobretudo votos de paz. Infelizmente também o ano que encerra as portas esteve marcado pela perseguição, pela discriminação, por terríveis actos de violência e de intolerância religiosa.
Penso, em particular, na amada terra do Iraque, que, no seu caminho para a desejada estabilidade e reconciliação, continua a ser cenário de violências e atentados. Recordo as recentes tribulações da comunidade cristã, e de modo especial o vil ataque contra a catedral siro-católica de «Nossa Senhora do Perpétuo Socorro» em Bagdad, onde, no passado dia 31 de Outubro, foram assassinados dois sacerdotes e mais de cinquenta fiéis, quando se encontravam reunidos para a celebração da Santa Missa. A este ataque seguiram-se outros nos dias sucessivos, inclusive contra casas privadas, gerando medo na comunidade cristã e o desejo, por parte de muitos dos seus membros, de emigrar à procura de melhores condições de vida. Manifesto-lhes a minha solidariedade e a da Igreja inteira, sentimento que ainda recentemente teve uma concreta expressão na Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, a qual encorajou as comunidades católicas no Iraque e em todo o Médio Oriente a viverem a comunhão e continuarem a oferecer um decidido testemunho de fé naquelas terras.
Agradeço vivamente aos governos que se esforçam por aliviar os sofrimentos destes irmãos em humanidade e convido os católicos a orarem pelos seus irmãos na fé que padecem violências e intolerâncias e a serem solidários com eles. Neste contexto, achei particularmente oportuno partilhar com todos vós algumas reflexões sobre a liberdade religiosa, caminho para a paz. De facto, é doloroso constatar que, em algumas regiões do mundo, não é possível professar e exprimir livremente a própria religião sem pôr em risco a vida e a liberdade pessoal. Noutras regiões, há formas mais silenciosas e sofisticadas de preconceito e oposição contra os crentes e os símbolos religiosos. Os cristãos são, actualmente, o grupo religioso que padece o maior número de perseguições devido à própria fé. Muitos suportam diariamente ofensas e vivem frequentemente em sobressalto por causa da sua procura da verdade, da sua fé em Jesus Cristo e do seu apelo sincero para que seja reconhecida a liberdade religiosa. Não se pode aceitar nada disto, porque constitui uma ofensa a Deus e à dignidade humana; além disso, é uma ameaça à segurança e à paz e impede a realização de um desenvolvimento humano autêntico e integral.[1]
De facto, na liberdade religiosa exprime-se a especificidade da pessoa humana, que, por ela, pode orientar a própria vida pessoal e social para Deus, a cuja luz se compreendem plenamente a identidade, o sentido e o fim da pessoa. Negar ou limitar arbitrariamente esta liberdade significa cultivar uma visão redutiva da pessoa humana; obscurecer a função pública da religião significa gerar uma sociedade injusta, porque esta seria desproporcionada à verdadeira natureza da pessoa; isto significa tornar impossível a afirmação de uma paz autêntica e duradoura para toda a família humana.
Por isso, exorto os homens e mulheres de boa vontade a renovarem o seu compromisso pela construção de um mundo onde todos sejam livres para professar a sua própria religião ou a sua fé e viver o seu amor a Deus com todo o coração, toda a alma e toda a mente (cf. Mt 22, 37). Este é o sentimento que inspira e guia a Mensagem para o XLIV Dia Mundial da Paz, dedicada ao tema: Liberdade religiosa, caminho para a paz.
Direito sagrado à vida e a uma vida espiritual
2. O direito à liberdade religiosa está radicado na própria dignidade da pessoa humana,[2] cuja natureza transcendente não deve ser ignorada ou negligenciada. Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 27). Por isso, toda a pessoa é titular do direito sagrado a uma vida íntegra, mesmo do ponto de vista espiritual. Sem o reconhecimento do próprio ser espiritual, sem a abertura ao transcendente, a pessoa humana retrai-se sobre si mesma, não consegue encontrar resposta para as perguntas do seu coração sobre o sentido da vida e dotar-se de valores e princípios éticos duradouros, nem consegue sequer experimentar uma liberdade autêntica e desenvolver uma sociedade justa.[3]
A Sagrada Escritura, em sintonia com a nossa própria experiência, revela o valor profundo da dignidade humana: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes, que é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes? Fizestes dele quase um ser divino, de honra e glória o coroastes; destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos, tudo submetestes a seus pés» (Sl 8, 4-7).
Perante a sublime realidade da natureza humana, podemos experimentar a mesma admiração expressa pelo salmista. Esta manifesta-se como abertura ao Mistério, como capacidade de interrogar-se profundamente sobre si mesmo e sobre a origem do universo, como íntima ressonância do Amor supremo de Deus, princípio e fim de todas as coisas, de cada pessoa e dos povos.[4] A dignidade transcendente da pessoa é um valor essencial da sabedoria judaico-cristã, mas, graças à razão, pode ser reconhecida por todos. Esta dignidade, entendida como capacidade de transcender a própria materialidade e buscar a verdade, há-de ser reconhecida como um bem universal, indispensável na construção duma sociedade orientada para a realização e a plenitude do homem. O respeito de elementos essenciais da dignidade do homem, tais como o direito à vida e o direito à liberdade religiosa, é uma condição da legitimidade moral de toda a norma social e jurídica.
Liberdade religiosa e respeito recíproco
3. A liberdade religiosa está na origem da liberdade moral. Com efeito, a abertura à verdade e ao bem, a abertura a Deus, radicada na natureza humana, confere plena dignidade a cada um dos seres humanos e é garante do respeito pleno e recíproco entre as pessoas. Por conseguinte, a liberdade religiosa deve ser entendida não só como imunidade da coacção mas também, e antes ainda, como capacidade de organizar as próprias opções segundo a verdade.
Existe uma ligação indivisível entre liberdade e respeito; de facto, «cada homem e cada grupo social estão moralmente obrigados, no exercício dos próprios direitos, a ter em conta os direitos alheios e os seus próprios deveres para com os outros e o bem comum».[5]
Uma liberdade hostil ou indiferente a Deus acaba por se negar a si mesma e não garante o pleno respeito do outro. Uma vontade, que se crê radicalmente incapaz de procurar a verdade e o bem, não tem outras razões objectivas nem outros motivos para agir senão os impostos pelos seus interesses momentâneos e contingentes, não tem uma «identidade» a preservar e construir através de opções verdadeiramente livres e conscientes. Mas assim não pode reclamar o respeito por parte de outras «vontades», também estas desligadas do próprio ser mais profundo e capazes, por conseguinte, de fazer valer outras «razões» ou mesmo nenhuma «razão». A ilusão de encontrar no relativismo moral a chave para uma pacífica convivência é, na realidade, a origem da divisão e da negação da dignidade dos seres humanos. Por isso se compreende a necessidade de reconhecer uma dupla dimensão na unidade da pessoa humana: a religiosa e a social. A este respeito, é inconcebível que os crentes «tenham de suprimir uma parte de si mesmos – a sua fé – para serem cidadãos activos; nunca deveria ser necessário renegar a Deus, para se poder gozar dos próprios direitos».[6]
A família, escola de liberdade e de paz
4. Se a liberdade religiosa é caminho para a paz, a educação religiosa é estrada privilegiada para habilitar as novas gerações a reconhecerem no outro o seu próprio irmão e a sua própria irmã, com quem caminhar juntos e colaborar para que todos se sintam membros vivos de uma mesma família humana, da qual ninguém deve ser excluído.
A família fundada sobre o matrimónio, expressão de união íntima e de complementaridade entre um homem e uma mulher, insere-se neste contexto como a primeira escola de formação e de crescimento social, cultural, moral e espiritual dos filhos, que deveriam encontrar sempre no pai e na mãe as primeiras testemunhas de uma vida orientada para a busca da verdade e para o amor de Deus. Os próprios pais deveriam ser sempre livres para transmitir, sem constrições e responsavelmente, o próprio património de fé, de valores e de cultura aos filhos. A família, primeira célula da sociedade humana, permanece o âmbito primário de formação para relações harmoniosas a todos os níveis de convivência humana, nacional e internacional. Esta é a estrada que se há-de sapientemente percorrer para a construção de um tecido social robusto e solidário, para preparar os jovens à assunção das próprias responsabilidades na vida, numa sociedade livre, num espírito de compreensão e de paz.
Um património comum
5. Poder-se-ia dizer que, entre os direitos e as liberdades fundamentais radicados na dignidade da pessoa, a liberdade religiosa goza de um estatuto especial. Quando se reconhece a liberdade religiosa, a dignidade da pessoa humana é respeitada na sua raiz e reforça-se a índole e as instituições dos povos. Pelo contrário, quando a liberdade religiosa é negada, quando se tenta impedir de professar a própria religião ou a própria fé e de viver de acordo com elas, ofende-se a dignidade humana e, simultaneamente, acabam ameaçadas a justiça e a paz, que se apoiam sobre a recta ordem social construída à luz da Suma Verdade e do Sumo Bem.
Neste sentido, a liberdade religiosa é também uma aquisição de civilização política e jurídica. Trata-se de um bem essencial: toda a pessoa deve poder exercer livremente o direito de professar e manifestar, individual ou comunitariamente, a própria religião ou a própria fé, tanto em público como privadamente, no ensino, nos costumes, nas publicações, no culto e na observância dos ritos. Não deveria encontrar obstáculos, se quisesse eventualmente aderir a outra religião ou não professar religião alguma. Neste âmbito, revela-se emblemático e é uma referência essencial para os Estados o ordenamento internacional, enquanto não consente alguma derrogação da liberdade religiosa, salvo a legítima exigência da justa ordem pública.[7] Deste modo, o ordenamento internacional reconhece aos direitos de natureza religiosa o mesmo status do direito à vida e à liberdade pessoal, comprovando a sua pertença ao núcleo essencial dos direitos do homem, àqueles direitos universais e naturais que a lei humana não pode jamais negar.
A liberdade religiosa não é património exclusivo dos crentes, mas da família inteira dos povos da terra. É elemento imprescindível de um Estado de direito; não pode ser negada, sem ao mesmo tempo minar todos os direitos e as liberdades fundamentais, pois é a sua síntese e ápice. É «o papel de tornassol para verificar o respeito de todos os outros direitos humanos».[8] Ao mesmo tempo que favorece o exercício das faculdades humanas mais específicas, cria as premissas necessárias para a realização de um desenvolvimento integral, que diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em cada uma das suas dimensões.[9]
A dimensão pública da religião
6. Embora movendo-se a partir da esfera pessoal, a liberdade religiosa – como qualquer outra liberdade – realiza-se na relação com os outros. Uma liberdade sem relação não é liberdade perfeita. Também a liberdade religiosa não se esgota na dimensão individual, mas realiza-se na própria comunidade e na sociedade, coerentemente com o ser relacional da pessoa e com a natureza pública da religião.
O relacionamento é uma componente decisiva da liberdade religiosa, que impele as comunidades dos crentes a praticarem a solidariedade em prol do bem comum. Cada pessoa permanece única e irrepetível e, ao mesmo tempo, completa-se e realiza-se plenamente nesta dimensão comunitária.
Inegável é a contribuição que as religiões prestam à sociedade. São numerosas as instituições caritativas e culturais que atestam o papel construtivo dos crentes na vida social. Ainda mais importante é a contribuição ética da religião no âmbito político. Tal contribuição não deveria ser marginalizada ou proibida, mas vista como válida ajuda para a promoção do bem comum. Nesta perspectiva, é preciso mencionar a dimensão religiosa da cultura, tecida através dos séculos graças às contribuições sociais e sobretudo éticas da religião. Tal dimensão não constitui de modo algum uma discriminação daqueles que não partilham a sua crença, mas antes reforça a coesão social, a integração e a solidariedade.
Liberdade religiosa, força de liberdade e de civilização:
os perigos da sua instrumentalização
7. A instrumentalização da liberdade religiosa para mascarar interesses ocultos, como por exemplo a subversão da ordem constituída, a apropriação de recursos ou a manutenção do poder por parte de um grupo, pode provocar danos enormes às sociedades. O fanatismo, o fundamentalismo, as práticas contrárias à dignidade humana não se podem jamais justificar, e menos ainda o podem ser se realizadas em nome da religião. A profissão de uma religião não pode ser instrumentalizada, nem imposta pela força. Por isso, é necessário que os Estados e as várias comunidades humanas nunca se esqueçam que a liberdade religiosa é condição para a busca da verdade e que a verdade não se impõe pela violência mas pela «força da própria verdade».[10] Neste sentido, a religião é uma força positiva e propulsora na construção da sociedade civil e política.
Como se pode negar a contribuição das grandes religiões do mundo para o desenvolvimento da civilização? A busca sincera de Deus levou a um respeito maior da dignidade do homem. As comunidades cristãs, com o seu património de valores e princípios, contribuíram imenso para a tomada de consciência das pessoas e dos povos a respeito da sua própria identidade e dignidade, bem como para a conquista de instituições democráticas e para a afirmação dos direitos do homem e seus correlativos deveres.
Também hoje, numa sociedade cada vez mais globalizada, os cristãos são chamados – não só através de um responsável empenhamento civil, económico e político, mas também com o testemunho da própria caridade e fé – a oferecer a sua preciosa contribuição para o árduo e exaltante compromisso em prol da justiça, do desenvolvimento humano integral e do recto ordenamento das realidades humanas. A exclusão da religião da vida pública subtrai a esta um espaço vital que abre para a transcendência. Sem esta experiência primária, revela-se uma tarefa árdua orientar as sociedades para princípios éticos universais e torna-se difícil estabelecer ordenamentos nacionais e internacionais nos quais os direitos e as liberdades fundamentais possam ser plenamente reconhecidos e realizados, como se propõem os objectivos – infelizmente ainda menosprezados ou contestados – da Declaração Universal dos direitos do homem de 1948.
Uma questão de justiça e de civilização:
o fundamentalismo e a hostilidade contra os crentes prejudicam
a laicidade positiva dos Estados
8. A mesma determinação, com que são condenadas todas as formas de fanatismo e de fundamentalismo religioso, deve animar também a oposição a todas as formas de hostilidade contra a religião, que limitam o papel público dos crentes na vida civil e política.
Não se pode esquecer que o fundamentalismo religioso e o laicismo são formas reverberadas e extremas de rejeição do legítimo pluralismo e do princípio de laicidade. De facto, ambas absolutizam uma visão redutiva e parcial da pessoa humana, favorecendo formas, no primeiro caso, de integralismo religioso e, no segundo, de racionalismo. A sociedade, que quer impor ou, ao contrário, negar a religião por meio da violência, é injusta para com a pessoa e para com Deus, mas também para consigo mesma. Deus chama a Si a humanidade através de um desígnio de amor, o qual, ao mesmo tempo que implica a pessoa inteira na sua dimensão natural e espiritual, exige que lhe corresponda em termos de liberdade e de responsabilidade, com todo o coração e com todo o próprio ser, individual e comunitário. Sendo assim, também a sociedade, enquanto expressão da pessoa e do conjunto das suas dimensões constitutivas, deve viver e organizar-se de modo a favorecer a sua abertura à transcendência. Por isso mesmo, as leis e as instituições duma sociedade não podem ser configuradas ignorando a dimensão religiosa dos cidadãos ou de modo que prescindam completamente da mesma; mas devem ser comensuradas – através da obra democrática de cidadãos conscientes da sua alta vocação – ao ser da pessoa, para o poderem favorecer na sua dimensão religiosa. Não sendo esta uma criação do Estado, não pode ser manipulada, antes deve contar com o seu reconhecimento e respeito.
O ordenamento jurídico a todos os níveis, nacional e internacional, quando consente ou tolera o fanatismo religioso ou anti-religioso, falta à sua própria missão, que consiste em tutelar e promover a justiça e o direito de cada um. Tais realidades não podem ser deixadas à mercê do arbítrio do legislador ou da maioria, porque, como já ensinava Cícero, a justiça consiste em algo mais do que um mero acto produtivo da lei e da sua aplicação. A justiça implica reconhecer a cada um a sua dignidade,[11] a qual, sem liberdade religiosa garantida e vivida na sua essência, fica mutilada e ofendida, exposta ao risco de cair sob o predomínio dos ídolos, de bens relativos transformados em absolutos. Tudo isto expõe a sociedade ao risco de totalitarismos políticos e ideológicos, que enfatizam o poder público, ao mesmo tempo que são mortificadas e coarctadas, como se lhe fizessem concorrência, as liberdades de consciência, de pensamento e de religião.
Diálogo entre instituições civis e religiosas
9. O património de princípios e valores expressos por uma religiosidade autêntica é uma riqueza para os povos e respectivas índoles: fala directamente à consciência e à razão dos homens e mulheres, lembra o imperativo da conversão moral, motiva para aperfeiçoar a prática das virtudes e aproximar-se amistosamente um do outro sob o signo da fraternidade, como membros da grande família humana.[12]
No respeito da laicidade positiva das instituições estatais, a dimensão pública da religião deve ser sempre reconhecida. Para isso, um diálogo sadio entre as instituições civis e as religiosas é fundamental para o desenvolvimento integral da pessoa humana e da harmonia da sociedade.
Viver no amor e na verdade
10. No mundo globalizado, caracterizado por sociedades sempre mais multiétnicas e pluriconfessionais, as grandes religiões podem constituir um factor importante de unidade e paz para a família humana. Com base nas suas próprias convicções religiosas e na busca racional do bem comum, os seus membros são chamados a viver responsavelmente o próprio compromisso num contexto de liberdade religiosa. Nas variadas culturas religiosas, enquanto há que rejeitar tudo aquilo que é contra a dignidade do homem e da mulher, é preciso, ao contrário, valer-se daquilo que resulta positivo para a convivência civil.
O espaço público, que a comunidade internacional torna disponível para as religiões e para a sua proposta de «vida boa», favorece o aparecimento de uma medida compartilhável de verdade e de bem e ainda de um consenso moral, que são fundamentais para uma convivência justa e pacífica. Os líderes das grandes religiões, pela sua função, influência e autoridade nas respectivas comunidades, são os primeiros a ser chamados ao respeito recíproco e ao diálogo.
Os cristãos, por sua vez, são solicitados pela sua própria fé em Deus, Pai do Senhor Jesus Cristo, a viver como irmãos que se encontram na Igreja e colaboram para a edificação de um mundo, onde as pessoas e os povos «não mais praticarão o mal nem a destruição (...), porque o conhecimento do Senhor encherá a terra, como as águas enchem o leito do mar» (Is 11, 9).
Diálogo como busca em comum
11. Para a Igreja, o diálogo entre os membros de diversas religiões constitui um instrumento importante para colaborar com todas as comunidades religiosas para o bem comum. A própria Igreja nada rejeita do que nessas religiões existe de verdadeiro e santo. «Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e doutrinas que, embora se afastem em muitos pontos daqueles que ela própria segue e propõe, todavia reflectem não raramente um raio da verdade que ilumina todos os homens».[13]
A estrada indicada não é a do relativismo nem do sincretismo religioso. De facto, a Igreja «anuncia, e tem mesmo a obrigação de anunciar incessantemente Cristo, “caminho, verdade e vida” (Jo 14, 6), em quem os homens encontram a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou consigo mesmo todas as coisas».[14] Todavia isto não exclui o diálogo e a busca comum da verdade em diversos âmbitos vitais, porque, como diz uma expressão usada frequentemente por São Tomás de Aquino, «toda a verdade, independentemente de quem a diga, provém do Espírito Santo».[15]
Em 2011, tem lugar o 25º aniversário da Jornada Mundial de Oração pela Paz, que o Venerável Papa João Paulo II convocou em Assis em 1986. Naquela ocasião, os líderes das grandes religiões do mundo deram testemunho da religião como sendo um factor de união e paz, e não de divisão e conflito. A recordação daquela experiência é motivo de esperança para um futuro onde todos os crentes se sintam e se tornem autenticamente obreiros de justiça e de paz.
Verdade moral na política e na diplomacia
12. A política e a diplomacia deveriam olhar para o património moral e espiritual oferecido pelas grandes religiões do mundo, para reconhecer e afirmar verdades, princípios e valores universais que não podem ser negados sem, com os mesmos, negar-se a dignidade da pessoa humana. Mas, em termos práticos, que significa promover a verdade moral no mundo da política e da diplomacia? Quer dizer agir de maneira responsável com base no conhecimento objectivo e integral dos factos; quer dizer desmantelar ideologias políticas que acabam por suplantar a verdade e a dignidade humana e pretendem promover pseudo-valores com o pretexto da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos; quer dizer favorecer um empenho constante de fundar a lei positiva sobre os princípios da lei natural.[16] Tudo isto é necessário e coerente com o respeito da dignidade e do valor da pessoa humana, sancionado pelos povos da terra na Carta da Organização das Nações Unidas de 1945, que apresenta valores e princípios morais universais de referência para as normas, as instituições, os sistemas de convivência a nível nacional e internacional.
Para além do ódio e do preconceito
13. Não obstante os ensinamentos da história e o compromisso dos Estados, das organizações internacionais a nível mundial e local, das organizações não governamentais e de todos os homens e mulheres de boa vontade que cada dia se empenham pela tutela dos direitos e das liberdades fundamentais, ainda hoje no mundo se registam perseguições, descriminações, actos de violência e de intolerância baseados na religião. De modo particular na Ásia e na África, as principais vítimas são os membros das minorias religiosas, a quem é impedido de professar livremente a própria religião ou mudar para outra, através da intimidação e da violação dos direitos, das liberdades fundamentais e dos bens essenciais, chegando até à privação da liberdade pessoal ou da própria vida.
Temos depois, como já disse, formas mais sofisticadas de hostilidade contra a religião, que nos países ocidentais se exprimem por vezes com a renegação da própria história e dos símbolos religiosos nos quais se reflectem a identidade e a cultura da maioria dos cidadãos. Frequentemente tais formas fomentam o ódio e o preconceito e não são coerentes com uma visão serena e equilibrada do pluralismo e da laicidade das instituições, sem contar que as novas gerações correm o risco de não entrar em contacto com o precioso património espiritual dos seus países.
A defesa da religião passa pela defesa dos direitos e liberdades das comunidades religiosas. Assim, os líderes das grandes religiões do mundo e os responsáveis das nações renovem o compromisso pela promoção e a tutela da liberdade religiosa, em particular pela defesa das minorias religiosas; estas não constituem uma ameaça contra a identidade da maioria, antes, pelo contrário, são uma oportunidade para o diálogo e o mútuo enriquecimento cultural. A sua defesa representa a maneira ideal para consolidar o espírito de benevolência, abertura e reciprocidade com que se há-de tutelar os direitos e as liberdades fundamentais em todas as áreas e regiões do mundo.
Liberdade religiosa no mundo
14. Dirijo-me, por fim, às comunidades cristãs que sofrem perseguições, discriminações, actos de violência e intolerância, particularmente na Ásia, na África, no Médio Oriente e de modo especial na Terra Santa, lugar escolhido e abençoado por Deus. Ao mesmo tempo que lhes renovo a expressão do meu afecto paterno e asseguro a minha oração, peço a todos os responsáveis que intervenham prontamente para pôr fim a toda a violência contra os cristãos que habitam naquelas regiões. Que os discípulos de Cristo não desanimem com as presentes adversidades, porque o testemunho do Evangelho é e será sempre sinal de contradição.
Meditemos no nosso coração as palavras do Senhor Jesus: «Felizes os que choram, porque hão-se ser consolados. (...) Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. (...) Felizes sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentido, vos acusarem de toda a espécie de mal. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos Céus a vossa recompensa» (Mt 5, 4-12). Por isso, renovemos «o compromisso por nós assumido no sentido da indulgência e do perdão – que invocamos de Deus para nós, no “Pai-nosso” – por havermos posto, nós próprios, a condição e a medida da desejada misericórdia: “perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”(Mt 6, 12)».[17] A violência não se vence com a violência. O nosso grito de dor seja sempre acompanhado pela fé, pela esperança e pelo testemunho do amor de Deus. Faço votos também de que cessem no Ocidente, especialmente na Europa, a hostilidade e os preconceitos contra os cristãos pelo facto de estes pretenderem orientar a própria vida de modo coerente com os valores e os princípios expressos no Evangelho. Mais ainda, que a Europa saiba reconciliar-se com as próprias raízes cristãs, que são fundamentais para compreender o papel que teve, tem e pretende ter na história; saberá assim experimentar justiça, concórdia e paz, cultivando um diálogo sincero com todos os povos.
Liberdade religiosa, caminho para a paz
15. O mundo tem necessidade de Deus; tem necessidade de valores éticos e espirituais, universais e compartilhados, e a religião pode oferecer uma contribuição preciosa na sua busca, para a construção de uma ordem social justa e pacífica a nível nacional e internacional.
A paz é um dom de Deus e, ao mesmo tempo, um projecto a realizar, nunca totalmente cumprido. Uma sociedade reconciliada com Deus está mais perto da paz, que não é simples ausência de guerra, nem mero fruto do predomínio militar ou económico, e menos ainda de astúcias enganadoras ou de hábeis manipulações. Pelo contrário, a paz é o resultado de um processo de purificação e elevação cultural, moral e espiritual de cada pessoa e povo, no qual a dignidade humana é plenamente respeitada. Convido todos aqueles que desejam tornar-se obreiros de paz e sobretudo os jovens a prestarem ouvidos à própria voz interior, para encontrar em Deus a referência estável para a conquista de uma liberdade autêntica, a força inesgotável para orientar o mundo com um espírito novo, capaz de não repetir os erros do passado. Como ensina o Servo de Deus Papa Paulo VI, a cuja sabedoria e clarividência se deve a instituição do Dia Mundial da Paz, «é preciso, antes de mais nada, proporcionar à Paz outras armas, que não aquelas que se destinam a matar e a exterminar a humanidade. São necessárias sobretudo as armas morais, que dão força e prestígio ao direito internacional; aquela arma, em primeiro lugar, da observância dos pactos».[18] A liberdade religiosa é uma autêntica arma da paz, com uma missão histórica e profética. De facto, ela valoriza e faz frutificar as qualidades e potencialidades mais profundas da pessoa humana, capazes de mudar e tornar melhor o mundo; consente alimentar a esperança num futuro de justiça e de paz, mesmo diante das graves injustiças e das misérias materiais e morais. Que todos os homens e as sociedades aos diversos níveis e nos vários ângulos da terra possam brevemente experimentar a liberdade religiosa, caminho para a paz!
Vaticano, 8 de Dezembro de 2010.
BENEDICTUS PP XVI
Agência Ecclésia
HISTÓRIA DO PAI NATAL
A verdadeira história do Pai Natal
As ruas da cidade estão enfeitadas com iluminações coloridas. Há tantas luzinhas! Parece que todas as estrelas do céu caíram e ficaram presas nas janelas… O Gonçalo sonha… Enquanto olha pela vidraça para a neve branca e leve.
Esta noite o Pai Natal vai passar!
Vem então aninhar-se nos braços da sua mãe. Tem tantas coisas para lhe perguntar…
— Mãe, onde mora o Pai Natal? O que é que ele faz durante todo o ano, enquanto espera pela época do Natal? E como é que ele me vai trazer os brinquedos que eu pedi?
— Vá lá, tem calma, diz-lhe a mãe. Se quiseres levo-te ao país do Pai Natal! Vou contar-te a verdadeira história do pai Natal…
O Pai Natal vive numa casinha muito pequena que fica no meio da neve e dos glaciares, longe, muito longe daqui. Está tão bem escondida entre os pinheiros, que ninguém consegue vê-la. É uma casinha muito quentinha e muito acolhedora porque o Pai Natal é muito sensível… Mas, nunca lá entrou ninguém! Ele é um velhinho bondoso, mas não gosta de curiosos…
— Mãe, se eu pudesse espreitar pela janela, achas que conseguia ver o piano eléctrico que pedi?
— Oh! não. Irias perturbar o Pai Natal: na sua oficina, diante da velha banca de trabalho, com as ferramentas, que continuam sempre novas, ele fabrica os brinquedos para todas as crianças do mundo. Ele aplaina, corta, martela, cola, pinta… Ah! Ele tem muito trabalho!…
Mas o Pai Natal acaba de olhar para o calendário…
“Como? Hoje é dia 24 de Dezembro? Já?” Há um ano que ele trabalha, todos os dias, para que os brinquedos de todas as crianças do mundo estejam prontos. “Rápido, o meu cesto! Mas o meu casaco está cheio de pó e as minhas botas precisam de ser engraxadas… Ah! Ai Ai! Não tenho tempo…”
Com uma escovadela, a poeira desaparece e o casaco fica novamente bem vermelho, a gola recupera a cor da neve e as botas brilham como um espelho.
A porta abre-se ruidosamente com um golpe de um casco.
“Temos fome!”, gritam “Stem” e “Schuss”, as duas renas do Pai Natal, as duas únicas renas do mundo que sabem falar.
“Não me esqueci de vós! Tenham um pouco de paciência, as duas… Tenho de calçar as botas”, resmunga o Pai Natal.
O Pai Natal tem bastante dificuldade em calçar as suas botas. Há um ano que não o fazia e os seus pés já não estavam habituados a um espaço tão estreito… Mas, por fim lá consegue! Lá vai ele ter de sair da sua casinha… ela é tão quentinha e tão acolhedora! E lá fora, naquele grande frio glacial, a neve é tão espessa! E ainda por cima é preciso levar aqueles embrulhos todos… Há tantos e o cabaz é tão pesado!
— O que é um cabaz?, pergunta o Gonçalo.
— É um grande cesto em vime onde o Pai Natal leva todos os brinquedos. Para caminhar, ele põe-no às costas. Vês como o cesto vai carregado!
Apesar da neve espessa e do frio, “Stem” e “Schuss” estão radiantes: é noite de Natal! Elas vão ter a mais bela saída do ano. O Pai Natal prepara-as com todo o cuidado. E, enquanto as atrela, acaricia-as com suavidade. Depois, carrega o seu trenó mágico com embrulhos multicolores que nunca mais acabam! Será que já estão todos? “Não me posso esquecer de ninguém! Não poderemos voltar para trás, porque esta noite vamos estar muito longe!”, diz ele às suas renas.
— Diz-me, mãe, ele vai passar por nossa casa?
— Claro! O Pai Natal não se esquece de ninguém…
Chegou a hora da partida! O Pai Natal comanda as suas renas. “Juntas, juntinhas, voai, voai, minhas queridinhas!” E logo o trenó sobe em direcção às estrelas.
Um último olhar para a sua pequena casinha, para verificar se as luzes estão apagadas, e aí vão eles pelo céu escuro… Ao longe, o trenó luminoso parece-se com uma estrela cadente que tilinta como uma campainha: “Tlintlim! Tlintlim!”. O Pai Natal também está muito contente. Por isso canta a canção de Natal que ensinou a “Stem” e a “Schuss”, as duas únicas renas do mundo que sabem cantar. É uma canção tão bonita que embala a Lua e afasta as nuvens…
— Oh! mãe, parece que estou a ouvir…
Depois de uma viagem muito, muito longa, o trenó chega à cidade adormecida e fica a pairar por cima dela. De repente, pára, como por encanto, ao lado do telhado de uma grande casa. “Stem” e “Schuss” também sabem fazer alguns truques de magia! O Pai Natal olha para a casa silenciosa. É preciso que todas as luzes estejam apagadas! Então, carregando o seu cesto, ele entra na chaminé! Mas resmunga um pouco…
“Ui! Ou a minha barriga está muito grande, ou este ano as chaminés estão demasiado estreitas! Vamos lá a uma escorregadela por aqui abaixo!”
— E eu escondia-me e ficava muito quieto a ver o Pai Natal, diz o Gonçalo!
— Oh não! Ouvi dizer que ele não distribui brinquedos aos meninos que não estão a dormir…
Está bem escuro dentro de uma chaminé! Felizmente o pinheiro tem muitas luzinhas acesas. Senão como é que o Pai Natal descobriria o caminho?
“Ora vejamos! Não me posso enganar. A Carolina pediu-me uma casinha de bonecas e o Paulo um robô. Hum!… E a Camila, a bebé da casa, já não me lembro… Ora vamos lá a ver a carta com os pedidos… É isso: um ursinho de peluche! E ainda um osso com música para Piloto, o cãozinho…” E assim, durante toda a noite, o Pai Natal passa pelas casas de todas as crianças do mundo.
Sabias que há crianças que põem duas cenouras junto à chaminé para “Stem” e para “Schuss”, as renas do Pai Natal?
O Pai Natal terminou a sua viagem. “Adeus, meninos e meninas! O dia está a começar: temos de voltar para casa! “Juntas, juntinhas, voai, voai, minhas querídínhas!” E o trenó do Pai Natal eleva-se no ar com suavidade. Atrás dele, uma grande nuvem cor-de-rosa esconde-o até a cidade ficar bem longe. As crianças estão quase a acordar e o Pai Natal não se quer mostrar. Ele ainda tem uma longa viagem a fazer até à sua pequena casinha, longe, longe, muito longe daqui.
— Como eu gostaria de andar naquele trenó, diz o Gonçalo, a sonhar…
Depois da sua longa, longa viagem de regresso, o Pai Natal chega finalmente a casa. Deixa-se escorregar com prazer sobre a poltrona. Está tão cansado que nem descalçou uma das botas… Mas sorri, muito feliz. Ele sonha com a alegria de todas as crianças do mundo que, agora, rasgam os papéis dos embrulhos para descobrirem os seus brinquedos!
“Acho que não me esqueci de ninguém…”
“Stem” e “Schuss” estão um bocadinho tristes. Elas olham para o cesto vazio com alguma pena… Mas também estão muito orgulhosas por terem galopado tão bem por entre as estrelas. E que elas conhecem perfeitamente todos os caminhos do céu…
— Mãe, será que eu posso pôr duas cenouras perto da chaminé?, pergunta o Gonçalo a suspirar.
Chegou a noite de Natal…
O Gonçalo pôs os seus sapatos junto à chaminé e deixou uma pequena vela acesa perto do pinheiro. O Pai Natal precisa de luz para ler a carta com os seus pedidos… Para que não se esqueça de nada!
Querido Pai Natal,
Gostaria de ter uma bicicleta de montanha para subir e descer as colinas, e aquele livro que vi na biblioteca, e um piano, e uma caixa confortável para que o meu ratinho branco fique bem quentinho quando chove.
Obrigado, Pai Natal!
Gonçalo.
O Gonçalo sonha… Que história! E como esta é uma história verdadeira, deve ser um verdadeiro Pai Natal…
Colette Seigue; Téo Puebla
A verdadeira história do Pai Natal
Porto, Porto Editora, 1995
Adaptado
As ruas da cidade estão enfeitadas com iluminações coloridas. Há tantas luzinhas! Parece que todas as estrelas do céu caíram e ficaram presas nas janelas… O Gonçalo sonha… Enquanto olha pela vidraça para a neve branca e leve.
Esta noite o Pai Natal vai passar!
Vem então aninhar-se nos braços da sua mãe. Tem tantas coisas para lhe perguntar…
— Mãe, onde mora o Pai Natal? O que é que ele faz durante todo o ano, enquanto espera pela época do Natal? E como é que ele me vai trazer os brinquedos que eu pedi?
— Vá lá, tem calma, diz-lhe a mãe. Se quiseres levo-te ao país do Pai Natal! Vou contar-te a verdadeira história do pai Natal…
O Pai Natal vive numa casinha muito pequena que fica no meio da neve e dos glaciares, longe, muito longe daqui. Está tão bem escondida entre os pinheiros, que ninguém consegue vê-la. É uma casinha muito quentinha e muito acolhedora porque o Pai Natal é muito sensível… Mas, nunca lá entrou ninguém! Ele é um velhinho bondoso, mas não gosta de curiosos…
— Mãe, se eu pudesse espreitar pela janela, achas que conseguia ver o piano eléctrico que pedi?
— Oh! não. Irias perturbar o Pai Natal: na sua oficina, diante da velha banca de trabalho, com as ferramentas, que continuam sempre novas, ele fabrica os brinquedos para todas as crianças do mundo. Ele aplaina, corta, martela, cola, pinta… Ah! Ele tem muito trabalho!…
Mas o Pai Natal acaba de olhar para o calendário…
“Como? Hoje é dia 24 de Dezembro? Já?” Há um ano que ele trabalha, todos os dias, para que os brinquedos de todas as crianças do mundo estejam prontos. “Rápido, o meu cesto! Mas o meu casaco está cheio de pó e as minhas botas precisam de ser engraxadas… Ah! Ai Ai! Não tenho tempo…”
Com uma escovadela, a poeira desaparece e o casaco fica novamente bem vermelho, a gola recupera a cor da neve e as botas brilham como um espelho.
A porta abre-se ruidosamente com um golpe de um casco.
“Temos fome!”, gritam “Stem” e “Schuss”, as duas renas do Pai Natal, as duas únicas renas do mundo que sabem falar.
“Não me esqueci de vós! Tenham um pouco de paciência, as duas… Tenho de calçar as botas”, resmunga o Pai Natal.
O Pai Natal tem bastante dificuldade em calçar as suas botas. Há um ano que não o fazia e os seus pés já não estavam habituados a um espaço tão estreito… Mas, por fim lá consegue! Lá vai ele ter de sair da sua casinha… ela é tão quentinha e tão acolhedora! E lá fora, naquele grande frio glacial, a neve é tão espessa! E ainda por cima é preciso levar aqueles embrulhos todos… Há tantos e o cabaz é tão pesado!
— O que é um cabaz?, pergunta o Gonçalo.
— É um grande cesto em vime onde o Pai Natal leva todos os brinquedos. Para caminhar, ele põe-no às costas. Vês como o cesto vai carregado!
Apesar da neve espessa e do frio, “Stem” e “Schuss” estão radiantes: é noite de Natal! Elas vão ter a mais bela saída do ano. O Pai Natal prepara-as com todo o cuidado. E, enquanto as atrela, acaricia-as com suavidade. Depois, carrega o seu trenó mágico com embrulhos multicolores que nunca mais acabam! Será que já estão todos? “Não me posso esquecer de ninguém! Não poderemos voltar para trás, porque esta noite vamos estar muito longe!”, diz ele às suas renas.
— Diz-me, mãe, ele vai passar por nossa casa?
— Claro! O Pai Natal não se esquece de ninguém…
Chegou a hora da partida! O Pai Natal comanda as suas renas. “Juntas, juntinhas, voai, voai, minhas queridinhas!” E logo o trenó sobe em direcção às estrelas.
Um último olhar para a sua pequena casinha, para verificar se as luzes estão apagadas, e aí vão eles pelo céu escuro… Ao longe, o trenó luminoso parece-se com uma estrela cadente que tilinta como uma campainha: “Tlintlim! Tlintlim!”. O Pai Natal também está muito contente. Por isso canta a canção de Natal que ensinou a “Stem” e a “Schuss”, as duas únicas renas do mundo que sabem cantar. É uma canção tão bonita que embala a Lua e afasta as nuvens…
— Oh! mãe, parece que estou a ouvir…
Depois de uma viagem muito, muito longa, o trenó chega à cidade adormecida e fica a pairar por cima dela. De repente, pára, como por encanto, ao lado do telhado de uma grande casa. “Stem” e “Schuss” também sabem fazer alguns truques de magia! O Pai Natal olha para a casa silenciosa. É preciso que todas as luzes estejam apagadas! Então, carregando o seu cesto, ele entra na chaminé! Mas resmunga um pouco…
“Ui! Ou a minha barriga está muito grande, ou este ano as chaminés estão demasiado estreitas! Vamos lá a uma escorregadela por aqui abaixo!”
— E eu escondia-me e ficava muito quieto a ver o Pai Natal, diz o Gonçalo!
— Oh não! Ouvi dizer que ele não distribui brinquedos aos meninos que não estão a dormir…
Está bem escuro dentro de uma chaminé! Felizmente o pinheiro tem muitas luzinhas acesas. Senão como é que o Pai Natal descobriria o caminho?
“Ora vejamos! Não me posso enganar. A Carolina pediu-me uma casinha de bonecas e o Paulo um robô. Hum!… E a Camila, a bebé da casa, já não me lembro… Ora vamos lá a ver a carta com os pedidos… É isso: um ursinho de peluche! E ainda um osso com música para Piloto, o cãozinho…” E assim, durante toda a noite, o Pai Natal passa pelas casas de todas as crianças do mundo.
Sabias que há crianças que põem duas cenouras junto à chaminé para “Stem” e para “Schuss”, as renas do Pai Natal?
O Pai Natal terminou a sua viagem. “Adeus, meninos e meninas! O dia está a começar: temos de voltar para casa! “Juntas, juntinhas, voai, voai, minhas querídínhas!” E o trenó do Pai Natal eleva-se no ar com suavidade. Atrás dele, uma grande nuvem cor-de-rosa esconde-o até a cidade ficar bem longe. As crianças estão quase a acordar e o Pai Natal não se quer mostrar. Ele ainda tem uma longa viagem a fazer até à sua pequena casinha, longe, longe, muito longe daqui.
— Como eu gostaria de andar naquele trenó, diz o Gonçalo, a sonhar…
Depois da sua longa, longa viagem de regresso, o Pai Natal chega finalmente a casa. Deixa-se escorregar com prazer sobre a poltrona. Está tão cansado que nem descalçou uma das botas… Mas sorri, muito feliz. Ele sonha com a alegria de todas as crianças do mundo que, agora, rasgam os papéis dos embrulhos para descobrirem os seus brinquedos!
“Acho que não me esqueci de ninguém…”
“Stem” e “Schuss” estão um bocadinho tristes. Elas olham para o cesto vazio com alguma pena… Mas também estão muito orgulhosas por terem galopado tão bem por entre as estrelas. E que elas conhecem perfeitamente todos os caminhos do céu…
— Mãe, será que eu posso pôr duas cenouras perto da chaminé?, pergunta o Gonçalo a suspirar.
Chegou a noite de Natal…
O Gonçalo pôs os seus sapatos junto à chaminé e deixou uma pequena vela acesa perto do pinheiro. O Pai Natal precisa de luz para ler a carta com os seus pedidos… Para que não se esqueça de nada!
Querido Pai Natal,
Gostaria de ter uma bicicleta de montanha para subir e descer as colinas, e aquele livro que vi na biblioteca, e um piano, e uma caixa confortável para que o meu ratinho branco fique bem quentinho quando chove.
Obrigado, Pai Natal!
Gonçalo.
O Gonçalo sonha… Que história! E como esta é uma história verdadeira, deve ser um verdadeiro Pai Natal…
Colette Seigue; Téo Puebla
A verdadeira história do Pai Natal
Porto, Porto Editora, 1995
Adaptado
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